30 agosto 2018

o caminho

Quando, há semanas, os meus colegas de blogue rui a. e CGP discutiam noutro lugar alguns aspectos exteriores de duas sociedades ditas liberais (no caso, a Holanda e os EUA, cf. aqui)), eu dei comigo a pensar que, se tivesse de eleger uma característica - uma só - de uma cultura verdadeiramente liberal, qual aquela que escolheria?

A resposta não demorou a chegar - o caminho. A inexistência de obstáculos humanos no caminho de cada homem em direcção ao fim que ele próprio se propõe na vida.

Para provocar o meu amigo rui a., levei o assunto para o campo religioso - não há nada que mais perturbe um intelectual do que meter-lhe a religião no caminho - e o rui a. reagiu como eu esperava. Atirou para o lado (cf. aqui).

O assunto tem a ver com a recente contestação por alguns sectores mais tradicionais da Igreja Católica ao Papa Francisco. A Igreja tradicional é clerical e o Papa Francisco tem sido um crítico e uma adversário do clericalismo. O clericalismo é a utilização pelos padres da sua missão para se meterem no caminho entre o homem e Deus e assim ganharem poder e privilégios sobre os leigos.

O Papa Francisco é anticlerical e isso não é surpreendente. Ele é jesuíta e os jesuítas representam aquilo que de mais próximo existe ao protestantismo luterano dentro da Igreja Católica. Neste aspecto, os jesuítas não estão sós. O Opus Dei é igualmente anticlerical (cf. aqui) porque representa dentro da Igreja a outra corrente maior do protestantismo, a calvinista. (Curiosamente, mas não por acaso, o livro principal de S. José Maria Escrivá, o fundador do Opus Dei, tem precisamente por título "Caminho")

Ora aquilo que ambas as correntes - na realidade, todas as correntes - do protestantismo fizeram foi acabar com os intermediários no caminho entre o homem e o seu fim, Deus - acabaram com os padres e com a veneração dos santos e da Virgem Maria, quer dizer com todos aqueles que no catolicismo tradicional estão no caminho entre o homem e Deus.

E foi assim que os países de influência protestante criaram o liberalismo moderno. Não há ninguém no caminho, ao passo que nos países do catolicismo tradicional, como Portugal, existe sempre alguém no caminho, nem sempre como um facilitador (o clericalismo bom), mas frequentemente como um obstaculizador (o clericalismo mau).

1 comentário:

Daniel Ferreira disse...

Como praticamente todas as sociedades "abertas", todas as sociedades "discretas-mas-não-secretas" já foram tomadas de assalto por aqueles que nós sabemos, à imenso tempo. O (((Jesuíta))) Bergoglio está lá para dar a machadada final na Igreja que dominou os últimos 2018 anos. Eles e restante escumalha que já se sabia que eram totalmente depravados antes de serem lá colocados, para atingirem este mesmo fim.

https://bbsradio.com/article/breaking-itccs-news-july-12-pope-francis-and-eleven-prominent-officials-are-named-and

Agora, há uma coisa que se tem que RELEMBRAR, que é o facto de que NÓS, Cristãos, achámos totalmente inconcebível outra coisa que não seja a proteção das Crianças ser uma das principais diferenças Fundamentais entre o Cristianismo e as outras duas religiões monoteístas. Ter 40 anos e 5 esposas em que três delas têm 9 anos (PEDOFILIA!!!) é totalmente incentivado e procurado d'alto a baixo em "sociedades" com agora mais de 2 Biliões de seguidores. Eram precisas "5 internet's" para dar o mesmo enfâse de escândalo nestas latitudes. Da outra então é melhor não falar (também não podíamos, mesmo que quiséssemos, não é? wink wink).