14 junho 2018

rédea livre

Há cerca de dois  meses eu estava num aniversário de família a conversar com um dos meus filhos. A certa altura, ele perguntou-me como é que estava a correr o julgamento.

Eu disse-lhe que estava a correr bem, contei-lhe algumas peripécias do julgamento e disse-lhe que eu agora podia passar por isto, mas não tinha a liberdade de o fazer há vinte anos atrás - curiosamente, quando era considerado um híper-liberal. E acrescentei que ele não seguisse o meu exemplo porque tinha filhos para criar.

De facto, eu já não tenho filhos para criar, e isso dá-me liberdade - ironicamente agora, que já não sou considerado tão liberal.

Mas não a liberdade absoluta. A liberdade absoluta - pensei eu depois - não me vinha dos filhos já criados, mas da pessoa a quem por essa altura alguém perguntou:

-Lê o que ele escreve no Portugal Contemporâneo?

e a pessoa respondeu:

-Não... agora já não leio...ele anda em rédea livre...

Essa pessoa é:

a) meu irmão
b) minha filha
c) minha mulher
d) minha irmã
e) minha cunhada

Existe uma importante lição a tirar daqui acerca do que é a verdadeira liberdade e quando é que, e em que condições, um homem se torna verdadeiramente livre.

6 comentários:

José Lopes da Silva disse...

c) minha mulher

Helder Ferreira disse...

Da senhora Arroja. As senhoras têm este talento (ou missão) de nos chamar à razão e à moderação. E de saberem quando não vale a pena. :) forte abraço

Rui Alves disse...

É por isso que se diz que "O Natal é quando um homem quiser..."

Rui Alves disse...

"...e a mulher deixar"

Rui Alves disse...

Nota: aprendi esta piada com a minha mulher.

Anónimo disse...

Por acaso não, Rui Alves, o Natal é quando uma mulher quiser. Elas não se limitam «a deixar», são elas que organizam e fazem, o Natal e as demais festas e celebrações. São elas as donas dos ritos e da cultura; são elas as verdadeiras interpretes das tradições... (mesmo na Igreja, bem podem os teólogos e eclesiásticos perorar, se não forem elas a ir à missa, a rezar os terços, a integrar as procissões, a fazer promessas à Senhora, a cuidar das alfaias, das flores, a dar a catequese e a ensinar filhos e netos, lá se vai a Tradição... e lá se perdem as tradições).
Pedro Cruz