Se me pedissem para descrever por uma só palavra o ambiente prevalecente entre as hostes da Acusação - em particular, entre os advogados da Cuatrecasas e o seu mandatário Adriano Encarnação - nos dias que antecederam a última sessão do meu julgamento (cf. aqui) da passada Sexta-feira, que palavra utilizaria eu?
Utilizaria a palavra alvoroço.
Foram três os factores que, na minha avaliação, mais contribuíram para esse ambiente, o qual deverá prevalecer nas próximas semanas:
1) O blogue Portugal Contemporâneo.
2) O escândalo que entretanto rebentou acerca da situação das crianças internadas no HSJ, e uma emanação desse escândalo: a abertura pelo MP de uma investigação aos contratos de aluguer dos contentores onde as crianças estão instaladas desde há dez anos.
3) A publicação deste artigo no JN (cf. aqui) acerca do julgamento.
É claro que os advogados da Cuatrecasas (com o apoio dos ex-administradores do HSJ) devem estar imensamente arrependidos de me terem posto este processo judicial. O processo não é meramente injusto. É um processo infame.
Quando se força a realidade do avesso ao ponto a que eles a quiseram forçar - o ponto em que a vítima se senta no banco dos réus ao mesmo tempo que os perpetradores fazem de vítimas - vai chegar o momento em que a realidade se zanga e se quer endireitar. E é aí que tudo se volta contra os seus autores.
O julgamento continua no próximo dia 29, às 14:00 horas.
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