11 julho 2017

Receios (I): o meu cadáver

De repente, com as audiências deste Blogue a crescerem exponencialmente (mais do que duplicaram nos últimos quinze dias), e a ideia de que um número crescente de jovens podem andar por aqui a ler, fui acometido de um receio - o de estar a perverter a juventude publicando posts como este e este.

O meu receio é duplo:

Primeiro, o risco de qualquer jovem de 18 anos, sob o argumento de que está a exprimir "aquilo que lhe vai na alma", desatar a dizer em público tudo aquilo que lhe vem à cabeça.

Segundo, o risco de acabar nesta situação sempre que decida exprimir em público "aquilo que lhe vai na alma".

Neste post, trato o primeiro destes receios, deixando o segundo para outra altura, e dirijo-me principalmente aos jovens.

Em que é que consiste um homem "dizer aquilo que lhe vai alma"? Existe algum critério?

Sim, existe e é um assunto muito sério. A alma é a essência de um homem. É na alma que reside tudo aquilo (sentimentos, emoções, razões, valores, etc.) em que um homem acredita, que dão sentido à sua vida, e sem o qual ele não conseguiria viver, preferindo a morte.  A alma é a verdade que existe em cada homem e é nela que Deus se exprime em cada homem. Um homem dizer "aquilo que lhe vai na alma" é dizer a verdade que existe nele.

Portanto, antes de falar em público, julgando que está a exprimir "aquilo que lhe vai na alma", convém perguntar-se a si próprio: estou eu disposto a dar a minha vida por aquilo que vou dizer?

Se a resposta fôr não, o melhor é ficar calado.

(Há-de reparar que no vídeo que deu origem a este assunto, a certa altura eu digo "...Só passando por cima do meu cadáver...", e verá pela minha expressão que eu não estava a brincar)

Muitos homens ao longo da história exprimiram "aquilo que lhes vai na alma" e, consequentes com o critério enunciado, deram a vida por isso. Cristo é, obviamente, o caso paradigmático.

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