Neste artigo do Observador, o Luís Aguiar-Conraria evoca um problema que, na sua perspectiva, vai levar à destruição da ADSE: a auto-selecção adversa.
E em que consiste esse cancro administrativo-financeiro? Como pode constatar, quem tiver saco para ler o artigo, consiste na saída dos beneficiários que têm menos a lucrar com o sistema. Deixando na ADSE os que menos contribuem e que mais utilização fazem. Ao ponto da ADSE se tornar deficitária e falir.
Não partilho desta visão, pelos seguintes motivos:
1º Todos os beneficiários da ADSE também têm direito a ser beneficiários do SNS
2º O Estado administra estes dois sistemas
3º A ADSE é mais económica para o Estado do que o SNS
4º Os beneficiários da ADSE comparticipam todas as despesas
Assim sendo, a ADSE pode ser vista como uma espécie de resseguro. Cada beneficiário retira despesa ao SNS e ainda comparticipa com 3,5% do seu vencimento.
A ideia de que a ADSE deve ser autónoma financeiramente é patética uma vez que poupa dinheiro ao Estado. Nesta medida, a auto-selecção adversa é uma ficção.
Se tiver muitos beneficiários, a ADSE poupa mais dinheiro ao Estado, e se tiver menos poupa menos dinheiro. No caso extremo (sem contar com os custos administrativos), apenas 1 beneficiário na ADSE já era benéfico para o OE. E se fossem 10 milhões, ainda mais.
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