16 fevereiro 2016

uma racionalidade amputada

"Um Estado laico deve libertar a lei de normas alicerçadas em fundamentos confessionais."

Esta frase está contida no manifesto sobre a eutanásia e a morte medicamente assistida. Como o Estado é laico, argumentos religiosos não são admitidos à discussão. É desta forma que Cristo é metido na gaveta e a discussão prossegue etsi Deus non daretur.

Acontece que o Estado é laico mas o povo é religioso. Ao excluirmos os argumentos de ordem religiosa estamos portanto a excluir uma parte da realidade - a religiosidade do povo. A discussão passa a realizar-se sobre uma realidade amputada e, portanto, com uma racionalidade amputada.

Alguém espera chegar à verdade impedindo deliberadamente o acesso da razão a uma parte da realidade?

Que batoteiros...

82 comentários:

zazie disse...

Muito bem.

Isto é fazer do Estado Deus e do povo cidadão sem identidade maior que a que vem no BI.

Nem tinha lido porque a coisa fede à distância.

Mas a motivação é esta e o PA está a fazer serviço público ao mostrar-lhes a careca.

zazie disse...

Esta do povo laico é cá uma coisa que assusta. Foi com essa que andaram a "libertar" meio mundo em nome da laicidade à francesa.

marina disse...

nem se percebe pq protestam quando se quer mexer em feriados religiosos. num estado laico Natal Pascoa e tal não fazem nenhum sentido.

Anónimo disse...

Acontece que o fundamento último quer da lei quer da moral é transcendente, além de não haver sociedades laicas...Esta malta é satânica. Isto é satanismo muito mal disfarçado de tolerãncia e de tratamento equitativo e não discriminatório.

Zephyrus disse...

Esta conversa do Estado laico já enjoa pois como poderão ignorar que 90% da população é católica?

Qual é o objectivo de exaltar ateus, agnósticos, mouros ou marranos na comunicação social? Caramba, 90% dos portugueses declaram-se católicos!

Obviamente sou a favor da separação entre Igreja e Estado, mas o Estado não pode ignorar a dimensão espiritual da maioria. E é isso que os jacobinos fazem, e tal não é mais que um totalitarismo encapotado.

Eu faria um questionário aos portugueses onde perguntaria: religião; opinião sobre lei do divórcio; opinião sobre casamentos e adopções gay; opinião sobre o direito à propriedade privada; privatização parcial do Ensino e Saúde e extensão da ADSE a todos; opinião sobre a carga fiscal. Aposto que no Norte e Centro, em algumas zonas de Lisboa e do Algarve a larga maioria da população responderia «à Direita».

É isto que me faz confusão em Portugal. Desde a guerra civil, desde há 200 anos, que há uma elite iluminada que manda e impõe modelos ideológicos contra o povo. E o povo não se mexe, fala, fala, fala nas costas mas não há acção política contra esse poder, que é socialista, republicano e jacobino.

zazie disse...

É satanismo, pois.

Não é exagero dizê-lo.

zazie disse...

A separação existe, em primeiro lugar precisamente para permitir a prática religiosa.

E a prática dominante é a católica, até temos a Concordata. Não somos muçulmanos nem satânicos órfãos do demo.

Isto fede a paleio de mija-nos-finados.

zazie disse...

O marrano fantástico do MEC faz parte do grupinho das assinaturas.

Zephyrus disse...

A marranada está em tudo o que seja eutanásias, paneleiragens e feminismos.

O Sanders nos EUA já está a fazer campanha pelos paneleiros. Ah, e é socialista. A judiaria tem uma panca pelo socialismo que me faz confusão, pois os tipos até ganham mais dinheiro em regimes liberais. Mas têm essa panca pelo socialismo.

Zephyrus disse...

Satã é a inversão de Deus.

Eutanásias, maricas, socialismo, é tudo a inversão da Natureza.

zazie disse...

Pois é. Faz parte do pacote do mundo-às-avessas

zazie disse...

Não sei se reparou que a "teoria" do Birgolino ainda é mais perigosa.

Já a conhecia porque ele andou por aqui com a questão há mais tempo.

A ideia dele é que a eutanásia nem é caso para o povão ter de se pronunciar porque devia ser uma forma legal de isentar a "elite" médica quando até a faz.

Para poupar. Tempo e dinheiro.

zazie disse...

E é exclusivamente por este motivo que ele até é contra os partidos. Porque azar dos azares podia calhar um partido no poder que achasse que a questão devia ir a referendo.

Assim não. A esquerda é amiga e legisla e a elite faz sem ter de explicar como ou quando. Pode fazer a pedido ou sem ser a pedido- porque são os sábios que sabem quem está para ir ou não está.

Ricciardi disse...

As tradições populares, alicerçadas numa história e cultura católica, devem continuar a ser consideradas nas leis.
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Porém, o estado não tem que se meter, nem impor, nem desprezar, nem legislar com base nos aspectos conficionais, as crenças. Deve previligiar a Igreja católica e esta deve gozar dum estatuto especial.
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Rb

Ricciardi disse...

Doutrina Social da Igreja, em seu n. 572:

“O princípio da laicidade comporta o respeito de toda confissão religiosa por parte do Estado, ‘que assegura o livre exercício das atividades cultuais, espirituais, culturais e caritativas das comunidades dos crentes. Numa sociedade pluralista, a laicidade é um lugar de comunicação entre as diferentes tradições espirituais e a nação’
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Rb

Ricciardi disse...

Em suma, o estado não tem que impor que o casamento seja feito pela Igreja. Isso seria um estado confessional, mas pode previligiar o casamento católico e valida-lo para fins legais.
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Rb

Ricciardi disse...

Agora, as esquerdas mais à esquerda aproveitam para retorcer o conceito de estado laico. O estado laico não é sinónimo dum estado ateu, como parece intuirem os esquerdistas. É ao contrário. É um estado que convive com as religiões e, no caso português, que oferece um estatuto especial.
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Num estado laico não é, pois, suposto, suprimir Cristo. Nem engaveta-lo.
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Cristo vive nas pessoas, não vive no estado.
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Rb

zazie disse...

Só que, por ínfimo detalhe, a eutanásia não é uma tradição social como o casamento a que o Estado passou a regulamentar pela lei.

zazie disse...

Ora, é suposto que as tradições sejam isso mesmo tradições. E mudam, lentamente, quando não tocam em questões que estão para além da moda.

Mesmo quando mudam, a lei é que acompanha essas mudanças.

Se existe o dogma da democracia para o povo decidir, então só por gosto pelo inverso se vai defender que um grupo que chega ao poder por saque, possa mudar tradições de um todo e impor essa decisão pela lei.

zazie disse...

Quando uma cambada de alimárias se junta para um manifesto de eutanásia, os argumentos que essa cambada de imbecis apresenta é o inverso- é dizerem que a tradição é o Estado e o Estado, sendo laico, não tem de ter em conta sequer a sensibilidade da comunidade para lhe alterar o respeito pela vida.

zazie disse...

E isto, porque essa cambada de assassinos tem uma coisa em comum- um desprezo e um desejo de deitar abaixo a "padralhada" e a tradição católica em Portugal.

Até o marrano que finge que acredita em Deus alinha.

zazie disse...

O mesmo falso marrano ateu que me lembro de ter visto na tv a dizer bacorada e da grande contra a religião católica.

Dizia que era uma infâmia quem não estava casado pela igreja ou fosse divorciado (caso da mãe dele) não pudesse ser sepultado em solo sagrado.

"Solo sagrado" é coisa que não existe a não ser para os judeus. Mas ele nem isto sabe- que só os cemitérios judaicos ainda impedem sepultura a quem não seja praticante.

Ricciardi disse...

Eu não alinho nada.

E não finjo acreditar em Deus. Posso é ter um conceito de Deus diferente do teu. O meu é mais abrangente, talvez. Não é o Deus dos católicos, nem dos judeus, nem dos muçulmanos e hindus. É o Deus desses todos.
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Rb

zazie disse...

Ninguém estava a falar de ti ou a falar contigo.

MEC=Miguel Esteves Cardoso- faz parte dos assinantes.

zazie disse...

A tua monguice é que é universalizante e devia ser mais itinerante para evitar nacionalidade.

Unknown disse...

Par uma analise mais próxima da realidade convém usar os factos. O povo é religioso? Não conheço. nos meus conhecido quem vá a missa, reze ou pratique qualquer credo (excepto duas testemunhas de jeová).
Eu que sou ateu estou nas estatisticas como catolico, bem como toda a minha familia. O povo é catolico? deixe-me rir.

zazie disse...

Devias estar na estatística dos mija-nos-finados mas esqueceram-se dessa depois do Gil Vicente.

zazie disse...

A tradição católica inclui tudo. De mija-nos-finados com filhos a estudar em colégio católico ou casados pela Igreja, a profissionais de saúde que juram pelo nome de um médico pagão salvarem vidas e não o inverso.

zazie disse...

Aquilo que não inclui são os que, em nome da sacralidade de um órgão de cúpula a que chegaram para tratarem da vidinha, se achem no direito de varrer tudo em prol do jacobinismo.

Rui Alves disse...

"O povo é catolico? deixe-me rir."

Caro António Cristóvão
Tem razão. Os portugueses que saturaram as ruas de Lisboa e do Porto na visita de Bento XVI não o fizeram por fé católica. Foi apenas porque correu o boato de que ele ia oferecer rebuçados.

José Lopes da Silva disse...

Felizmente este blogue voltou ao seu nível habitual. (Se bem que o Rendimento Básico seja um tema mais urgente que a eutanásia.)

Anónimo disse...

Rui Alves, discordo. Quando o pantera negra faleceu, todos os que lamentaram eram benfiquistas ou estavam a prestar culto ao ícone?

Quantos dos cidadãos não escolheriam outra religião, se não fossem "simpatizados" pela tradição para a religião católica? Em suma, a verdadeira fé tem que ser "raciocinada", não absorvida por uma formatação em tenra idade.
Talvez me consiga explicar qual a religião dos católicos não praticantes...

Phi

zazie disse...

É a religião católica.

Por tradição.

Eu sou católica sem nunca ter tido catequese nem mais que baptismo.

Como nunca fui ateia, não precisei de andar à procura de exotismos em budismos da avenida de Roma ou paganismos do Gerês. O exótico fica para a culinária. Tenha a religião correspondente à minha identidade nacional- a que historicamente formou a minha comunidade e que posso viver de infinitas maneiras, da tradição, ao culto nas igrejinhas milenares do nosso país. Partilho-a com a tradição ocidental. Não a partilho com a Oriental porque não sou outra coisa.

Ninguém me meteu nada na cabeça. Nem mete. Na minha ideia a crença é natural. Pode é sair do lugar natural e depois passar a ser substituída com outras idolatrias (incluído o ateísmo, que é uma orfandade de quem está a mal com Deus).

zazie disse...

Em tenra idade ninguém enfia na cabeça um sentido para a existência.

Há quem o tenha e seja mais feliz com isso e quem o não tenha e tenha raiva dessa falta e queira companhia nessa falta.

zazie disse...

Até acredito é que muita padralhada faz mais mal por Deus que deixar estar como nasceu.

È ver a quantidade de gente que teve educação religiosa e depois fica a ressabiar contra isso toda a vida.

Nestas coisas, como em tudo, é melhor não se comprar logo o pacote todo. E grupinhos são o que são em toda a parte.

Eu não tenho mais proximidade da Igreja por medo dos crentinhos. Ainda que dos padres e bispos com que contactei, só possa dizer o melhor possível.

Mas tudo na sua medida. Sem exageros, para não haver depois decepções e revoltas contra Deus que mais não são que revoltas contra gente de carne e osso.

zazie disse...

Agora formação católica no sentido moral, toda. Até a muitos ateus de tradição católica se nota como foi proveitosa.

Estes do abaixo-assinado tiveram outra- a cientóina e materialista. É a fezada que mais competição faz àquilo que nos outros chamam, pejorativamente, beatice.

zazie disse...

Quando a cientóina e materialista se junta com o marxismo temos o caldo entornado.

zazie disse...

O catolicismo é como o PA diz. Tem de tudo. E pratica-se de todas as maneiras. Até pelos "não praticantes".

Tem um espectro gigantesco de cambiantes. Porque é a mais pacífica e humana que apareceu. Vai directamente ao cerne da vida sem ser uma filosofia e está ao alcance de todos.

Politicamente é que pode ser um pouco frouxa e os cristãos até sabem disso. Daí o problema que a Europa tem agora cá dentro.
Mas esse problema não tem remédio com outra religião e, muito menos, com o ateísmo e materialismo militante.

Esses criam o mundo às avessas e deixam campo vazio para ser tomado por quem não tem religião assim tão "politicamente frouxa".

zazie disse...

Os ortodoxos ainda sabem como é...

zazie disse...

E o Bento XVI sabia.

Não era ícone- era um grande intelectual mas não foi por esse motivo que teve o povo aos milhares na rua.

Era Papa. Da Igreja Católica. A nossa. A dos portugueses.

Pedro Sá disse...

Discordo totalmente. Aliás, se a pessoa é religiosa não irá pedir a eutanásia. Esse argumento não colhe PA. Como também não faz sentido o argumento do manifesto, ao estar a dizer que a eutanásia só é proibida com base em fundamentos confessionais, o que é simplesmente parvo.

Fora isso. Lembro o PA que está a contradizer-se totalmente com algo que escreveu em tempos (e onde escreveu com toda a razão): de que os portugueses são devotos, mas não religiosos.

Rui Alves disse...

Caro Phi
Quando o pantera negra faleceu, todos os que prestaram homenagem eram esmagadoramente portugueses e adeptos do futebol. Duvido que um espanhol ou um adepto exclusivo do andebol se tivesse dado à maçada de o ir homenagear.

No caso do Papa, digo por experiência própria que ir vê-lo a Lisboa, Porto ou Fátima, envolveu tempo, esforço e até dinheiro aos que o fizeram. Não acredito que um ateu, uma testemunha de Jeová ou um católico ortodoxo, por exemplo, se dessem a tal empreendimento só pela mera curiosidade de ver um velhinho famoso vestido de branco.

zazie disse...

Já os prot e ateus militantes deram-se ao trabalho de fazer umas fitas de indignação e protestarem pela ocupação da rua.

Recebi email de uma prot a querer assinatura para impedir que o Papa se mostrasse na rua.

E umas taradas psicopatas ateias militantes foram para o Rossio para fazerem fitas a insultar.

Portanto, é como eu digo- ligam, pois.

Rui Alves disse...

Phi

Quanto ao velho cliché do "católico não praticante", lembro-me de um amigo meu que depois de despachar uma boa francesinha com ovo, salsicha, fiambre e tudo o mais como manda o figurino, se virava para o pessoal na mesa e confessava que era vegetariano. Perante a admiração geral, acrescentava "pois, só que eu sou vegetariano não-praticante".

Percebe a contradição e o absurdo de ser "católico não-praticante"? Católico não-praticante é uma aberração, uma contradição de termos tal como o meu amigo pseudo-vegetariano.

Se escrutinar a fundo os tais católicos não-praticantes, verá que eles têm sempre outra religião de facto. Um ateísmo mal assumido, algum culto ou fascínio pelas new age e esoterismos, simpatias por espiritismos, etc. As pessoas que se dizem católicas não praticantes encontraram uma forma politicamente correcta de dizer que abraçaram outra(s) fé(s) fora da Igreja Católica, mas que não desejam assumir. Por vezes, é porque não conseguem assumir nem para elas próprias.

zazie disse...

O que é praticar o catolicismo?

Pode-se ser praticante indo à missa mas sem ter os sacramentos todos em dia e mais nenhum gostinho por outra religião?

zazie disse...

Eu não pratico mais em conjunto com crentinhos porque me incomodam os medidores de fé.

zazie disse...

Os puristas que passam a vida com a denunciar faltas nos outros e a acusarem todos os ínfimos detalhes de incumprimentos à ortodoxia.

Isso, por exemplo, é algo que não comprei no pacote porque me incomoda e acho demasiado parecido com os grupinhos ideológicos e suas hierarquia de controleiros.

Rui Alves disse...

Pergunta pertinente, Zazie. Admitindo que o tal "católico não praticante" é o tipo de pessoa que descrevi no meu comentário anterior, acredito que até nas missas hajam muitos católicos não praticantes. Conheço gente que é católica todos os domingos, mas que de segunda a sábado tem a casa cheia de livros esotéricos de onde recitam as suas "orações" diárias e extraem "ensinamentos positivos".

zazie disse...

Não sei se têm todos ou apenas alguns como é o caso dos negros católicos e brasileiros que mantêm muito espiritismo.

Não me incomoda nada de nada.
Agora os medidores de fé, sim. Incomodam-me o suficiente para não os querer por perto.

zazie disse...

O catolicismo tem uma gigantesca vantagem sobre todas as outras religiões. É universalista e tende mais a integrar que a expurgar.

Os purismos são perigosos. É deles que nascem todos os fanatismos.

zazie disse...

Por outro lado, a doutrina não é propriedade de ninguém em exclusivo para impor aos que não professaram.

Qualquer laico é livre de seguir umas partes e não seguir outras. E a forma como se relaciona com Deus é e será sempre uma questão íntima.

Públicas são as celebrações e cultos. Não o mais íntimo do sentimento de cada um.

Rui Alves disse...

Não, não foi isso que eu quis dizer. O que eu quis dizer é que no extremo, existem até mesmo pessoas que continuam a manter socialmente a fachada católica, enquanto que portas adentro mandam a Igreja às urtigas e abraçam outras crenças.

zazie disse...

Puristas sem ser de batina ou capuchinho também passo.

Querem ter as vantagens de ambos os lados sem terem a necessidade de abdicarem de nada.

zazie disse...

O que é a "fachada"?

A dita fachada pode ser a verdade de cada um. E é bom que essa verdade tenha uma preocupação de integração no todo.

Mau é quando as "fachadas" se acham no direito de subverter a maioria.

zazie disse...

Portas adentro se calhar nem abraçam outras crenças.

A religião católica instaurou-se no paganismo abraçando-o e integrando em paralelo as suas práticas.

O folclore é isso e é bom que permaneça bem vivo. É identitário.

Os prot é que retiraram santos e vandalizaram imagens.

zazie disse...

E, nessa senha de tanta pureza, até conseguiram laicizar muitas tradições católicas. Como o Natal, por exemplo.

Os purismos são uma estupidez.

zazie disse...

Já agora- crendices, esoterismos e outras coisas no género não são nenhuma religião.

zazie disse...

As nuances destas coisas são mil vezes mais interessantes que o dogma a preto e branco.

Por exemplo- eu não sou minimamente dada a crendices e nem sequer tenho grande inclinação espiritual. Sou mais para o racional e o resto é de outra ordem.

Mas, posso, para consumo próprio apenas, dar algum ligeiro crédito aos astros, sem seguir nada nem andar a acreditar nas premonições dos ditos.

Tal como posso mais ou menos acreditar no momento da eucaristia sem o fazer racionalmente; ou acreditar e não acreditar mais ou menos no Inferno.
No Diabo até que sim mas não lhe dou trela

":OP

zazie disse...

Se alguém tentar explicação racional para cada uma das coisas que enunciei confronta-se com um grande problema.

Porque. em relação aos astros a coisa até pode ser feita por pragmatismo e verificação experimental.

Aos outros, só porque sim. Por efeito de auto-convencimento que sim. Ou que nim.

zazie disse...

Acreditar que Deus desce mesmo mo meio de um rito por efeito simbólico é algo de muito diferente de acreditar em Deus.

Não coloco em causa e cada um vive o culto como consegue. Pelas aproximações que são a sua verdade.

zazie disse...

Já sentir a sacralidade de um local e o tremendo respeito que a sua vivência milenar provoca, é outra coisa e pode-se sentir sem haver sequer missa ou qualquer rito.

A oração acontece neste limbo de recolhimento. E isso não se ensina nem se verifica por patrulha.

Rui Alves disse...

"No Diabo até que sim mas não lhe dou trela"

LOL

É como dizia o outro:
"Rezo a Deus que me ajude e ao Diabo que não me estorve." :-)

zazie disse...

AHAHAHAHAHAHA

zazie disse...

Isso significa ter a noção que não somos donos de tudo nem controlamos tudo.

Incomoda-me a eutanásia precisamente por inverter estes termos.
Não gosto de divinizações humanas. E faz-me mesmo muita confusão como essas divinizações podem tornar-se uma outra fé com poder sobre o semelhante.

zazie disse...

Tenho um antigo colega e vizinho que passa o tempo preocupado com a altura de se retirar de cena.

Está a par de todos os custos e melhores formas de se ir eutanizar ao estrangeiro.

É saudável que nem um pêro e feliz. Mas diz que não quer o momento em que deixe de estar na posse de todas as suas capacidades.

Algumas já foram mas nem deu por isso

ehehehehehe

Anónimo disse...

Zazie, se não gostas do termo "formatar" podes optar por "condicionar". A somar, aconselho que (re)leias este post, do sempre honesto PA:

http://portugalcontemporaneo.blogspot.pt/2016/02/a-eutanasia.html

Rui, chegaste lá. Reformulando a questão, quantos dos que afirmaste serem católicos, não passam de hipócritas fariseus...

Dos ninhentos católicos que conheço, que o afirmam ser, conto pelos dedos da mão aqueles que o são pelos actos, incluindo nestes poucos ateus. Porque, se há coisa que o cristianismo afirma, é que só um Deus existe, e ou serve a este, ou não se serve a nenhum.

E o resto não passa de limitações da linguagem humana...

Phi

zazie disse...

Achas que não foste condicionado, é isso?

O que diz o post que eu não tenha notado? Eu já comentei tudo o que tinha a comentar.

Quem invocou uma falsa moralidade dependente da igreja Católica que condena quem mate são os tipos do abaixo assinado.

Como bem referiu o Pedro Sá, há juramentos médicos que não são nem católicos nem cristãos.

Fora isso, existe o Testamento Vital que agora é metido debaixo do tapete para enganar.

zazie disse...

Deste em neo-pagão como?

zazie disse...

Existem 3 coisas distintas.

1- Suicídio
2- Testamento Vital
3- Eutanásia

Confundi-las ou é estupidez ou sonsice.

Anónimo disse...

Rui, ainda pegando no argumento do Pedro Sá, se somos uma população maioritariamente cristã, como é que o referendo sobre o aborto foi ganho?

Zazie, nem pagão, nem ateu...

Só não acho, como alguns, que o mal possa ser abolido pela lei. Se não perverte-se o sentido de praticar e escolher o bem. A virtude...

Phi

Zephyrus disse...

Não vale a pena Zazie.

Agora é moda ser pagão e esquecem que o Cristianismo foi uma evolução espiritual brutal que tentou acabar com a escravatura na Europa, com o tribalismo ou com múltiplos tipos de abusos sexuais, rituais com sacrifícios de animais ou até humanos.

Como a Igreja é universal e altamente heterogénea sempre teve o amor à Natureza que agora os neo-pagãos da moda procuram e que acham que não existe na Igreja. Basta ver os jardins e parques que a Igreja preservou ou criou em Portugal e que foram destruídos quando acabaram com as ordens religiosas.

Esta gente não conhece a ICAR nem o país onde vivem, nem sabem o que é viver num país luterano ou anglo-saxónico, não conhecem a cultura do seu país.

As parvas das esganiçadas feministas acham que lá fora é que é bom mas esquecem que os luteranos do Norte, por exemplo, rejeitam qualquer tipo de culto ao Feminino, e se há país que faz esse culto é Portugal.

Zephyrus disse...

A verdadeira Medicina não é um ciência. É uma Arte que combina Humanismo com Ciência. E é assim que deve ser pois a dimensão espiritual do Homem não pode ser olvidada pela Medicina. Não é por acaso que os médicos antigamente aprendiam um pouco de Latim, Grego ou Filosofia, e havia até a separação da Medicina da Cirurgia.

Estes cromos destes médicos que andam aí a apoiar eutanásia, abortos e adopções paneleiras são fruto da formação materialista e da ausência de formação humanista. As adopções gay é uma das coisas que mais nojo me dá por aceitarem que uma criança pode prescindir do contacto com o Feminino ou com o Masculino. É um problema de cariz Antropológico e Filosófico mas os materialistas só vêem a questão pelo prisma de estudos estatísticos, pelos olhos materialistas.

Zephyrus disse...

«E o Bento XVI sabia.

Não era ícone- era um grande intelectual mas não foi por esse motivo que teve o povo aos milhares na rua.

Era Papa. Da Igreja Católica. A nossa. A dos portugueses.»

E foi um grande Papa que enfrentou um ataque cerrado da comunicação social internacionalista que foi buscar abusos de há 50 anos. Como se nas instituições protestantes não tivessem ocorrido semelhantes abusos, mas quem manda na comunicação social internacional só se lembrou de noticiar os abusos dos católicos, que eram obviamente vergonhosos e condenáveis, mas para uma questão de justiça deveriam ter referido também os dos protestantes.

Rui Alves disse...

Phi
Não se esqueça que o primeiro referendo português ao aborto PERDEU.

Depois, foram anos, desde o dia seguinte ao referendo, a apodar os portugueses de fascistas, retrógrados, hipócritas e sei lá que mais, até que ao fim de sete anos de "reeducação" maciça, repetiram novo referendo. Um referendo em condições desiguais, com os pró-vida a terem outdoors censurados e banidos, e o primeiro ministro da altura a assumir-se descaradamente pelo não e com direito a extensas reportagens nos telejornais.

Rui Alves disse...

Correcção: Com o primeiro-ministro da altura a assumir-se descaradamente pelo sim

Anónimo disse...

Rui, essa não cola. Primeiro, deveria referir as percentagens do primeiro referendo. Segundo, está a dizer que os católicos portugueses são uns troca tintas...

Que eu saiba, entre um e outro referendo, os cânones mantiveram-se inequívocos quanto ao assunto.


Phi

zazie disse...

Merece a pena voltar aqui só para ler o Zephyrus.

É literalmente isso. Não conhecem o pais, são uns desenraizados do betão que não sabem nada.

E os médicos deviam ser isso tudo que mencionou. Infelizmente esses tendem a estar em minoria porque a visibilidade agora é a do poder do megafone e da atrelagem às ideologias com partido.

Quanto ao Bento XVI faz muita falta. Cada vez mais.

Porque a Igreja nunca foi assim tão frouxa como agora a querem pintar.

zazie disse...

O referendo até teve uma forcinha dos curas de passeata que escrevem nos jornais.

Chegaram a vender a patranha do famoso "modelo alemão". Só ia poder ser feito depois de grande análise e avaliação psicológica.

Muita gente foi atrás da mentira, apesar da Cristas ter feito em cacos na tv a pascácia xuxa - ex do Pedroso- que aldrabou e que jurou que ia incluir essa obrigatoriedade na lei.

Rui Alves disse...

Phi
Das percentagens não me recordo, mas sei que ganhou o "não" quando toda a imprensa arengava a incontestável vitória do "sim". A esquerda continuou a exigir o referendo ao aborto como se este nunca tivesse acontecido. Recordo-me de uma vez, num debate, Paulo Portas perguntar a Carlos Carvalhas se "o senhor quer repetir referendos até que dêem o resultado que deseja?" E não considero que os portugueses sejam troca-tintas, o que penso é que a Igreja portuguesa foi muito frouxa, não soube fazer frente à intoxicação de demagogia e propaganda que sobreveio.

zazie disse...

Pior que frouxa. Teve gente a colaborar activamente.

e é outro assunto que está para lá da religião.

O Ludovico ateu militante do Que Treta sempre defendeu o não, por exemplo.

Por outro lado, até tivemos abortício da blogosfera com neotonto ao lado dos abrantes.

Mas foi outra medida que veio da UE como um "progresso necessário". Na altura gozei com a treta no Cocanha

zazie disse...

http://www.cocanha.com/erasmo-chegou-a-merdaleja/

zazie disse...

Aquela boca do "Erasmo chegou à merdaleja" não é invenção minha.

Foi mesmo um médico- o Luís Januário que até é responsável regional que disse isso. Finalmente Erasmo tinha chegado A Portugal pelo facto do aborto ir passar a ser considerada doença a ser aliviada pelo SNS.