Uns dias depois, através do Jornal, recebi uma carta de um leitor a dar-me os parabéns pelos meus artigos e a dizer que gostaria de me conhecer. E assim aconteceu. Era engenheiro e um pequeno industrial, e teria na altura perto de 60 anos. Acabámos amigos até á sua morte, cerca de dez anos depois.
O que é que ele tinha para me transmitir?
Depois de elogiar os meus artigos, disse-me assim, enfatizando as sílabas da última palavra: "Sabe, a Igreja, em lugar de ser criticada, precisa de ser a-ju-da-da". Só anos mais tarde entendi perfeitamente o significado desta mensagem.
Primeiro, que já ninguém consegue ser original a criticar Igreja, já lhe foram feitas, ao longo dos séculos, todas as críticas que se lhe podem fazer - e algumas, em certos momentos e circunstâncias, eram merecidas.
Segundo, não se critica a Mãe e a família em público. Se existem críticas a fazer, elas fazem-se dentro da família, discretamente e em privado. Este engenheiro era um católico convicto e discreto, a melhor espécie de católicos.
Finalmente, a Igreja precisa, de facto, de ser ajudada. Quando se trata de confrontar os seus adversários, ela, que é uma figura de mulher, defende-se mal, é frouxa e desajeitada a falar em público, fala sempre da forma delico-doce que é típica da mulher. É necessário ali uma voz de homem que faça ouvir a sua mensagem.
O Papa Bento XVI sentiu isso quando pediu ajuda aos leigos para propagar a mensagem da Igreja. Os padres estão desgastados por séculos de propaganda anti-católica e já não são ouvidos em público. Os próprios adversários da Igreja, a primeira coisa que querem é pôr os padres fora do espaço público. Alguém tem de lhes tomar o lugar e de falar por eles.
Um exemplo:
http://portocanal.sapo.pt/programa/15/
4 comentários:
Obrigado.
Para mais com o link para a emissão televisiva. Não sei se sabe mas "vejo-me à nora" para apanhar uma intervenção sua no Porto Canal. Censura...
O tema mereceria mais exemplos do Mal. E das consequências deste.
O post está bom mas poderia estar melhor. No seu "estilo".
Abraço
Tem muita razão. A sua voz é muito importante. Continue, por favor.
Concordo 100%. Penso que tal como os padres, também os leigos se sentem intimidados a falar em público não só porque receiam essa pressão anti-igreja mas também pq conhecem pouco a doutrina e os evangelhos. A verdade é que poucos estudam a palavra de Deus e como em qualquer matéria, é preciso estudar, reflectir e compreender. Infelizemente estamos mais à vontade a discutir a bola e a ler os jornais desportivos de manha à noite do que a tentar alimentar a fé. Um abraço. Jorge.
Essa visão burguesa da mulher...completamente contraditória com a realidade.
Enviar um comentário