22 dezembro 2015

os pobres são "feios, porcos e maus"?

Os pobres são “feios, porcos e maus”? Toda a minha vida recusei conotar a pobreza com quaisquer deficiências físicas ou de carácter. E, inclusivamente, sempre recusei associar a pobreza à criminalidade.

Quando a esquerdalhada argumenta, por exemplo, que a austeridade está relacionada com um aumento de roubos, protesto. ‹‹Os pobres não são ladrões››, argumento, isto é, não são mais ladrões do que os ricos.

A vida, porém, tem a mania de nos demonstrar na prática aquilo que tantas vezes recusamos em teoria e por via racional.

Há anos que eu sabia que há muito mais doenças mentais entre os pobres do que entre os ricos. Este facto tem uma explicação científica, os doentes mentais são incapazes de gerir as suas vidas e lenta, mas inexoravelmente, caem na pobreza. Estado em que, depois, passam os seus genes à prole, muitas vezes cruzando-se com outros deficientes mentais.

Ora, um fenómeno parecido pode ocorrer com o grupo das pessoas que por razões físicas ou comportamentais – os tais “feios, porcos e maus” – têm dificuldade em integrar-se na sociedade, em ser produtivos e úteis aos seus semelhantes.

Estas pessoas caem na pobreza, reproduzem-se na pobreza, educam-se na pobreza e, meus amigos, fazem com que sejam muito mais numerosas entre os pobres. Tal e qual como nas doenças mentais.

Não é justo etiquetar todos os pobres como deficientes físicos ou mentais, claro está. Não nos devemos espantar, porém, que entre os pobres encontremos muito mais pessoas que não têm as características e as ferramentas sociais necessárias para ultrapassar o seu estado de pobreza.


É a vida! Mais uma razão, penso eu, para exercermos a caridade cristã.

6 comentários:

Euro2cent disse...

> Há anos que eu sabia que há muito mais doenças mentais entre os pobres do que entre os ricos.

Eu informava-me melhor antes de debitar coisas destas. A sério.

> Mais uma razão, penso eu, para exercermos a caridade cristã.

Eu acho bem, mas temo que a camarada Ayn Rand não veja a coisa com bons olhos.

Não é que ela batesse bem da bola.

Harry Lime disse...

Sim, de facto. Os pobres não são ladrões.

Ladrões são os ricos: só o que a malta do BPN e do BES roubou ultrpassa largmante em volume todos os pequeninos furtos que a malta da barracas tem de fazer para dar de comer aos filhos

Rui Silva

Ricciardi disse...

Eu vejo a coisa doutro modo. Os motivos q levam um pobre a roubar nao sao os mesmos q levam um rico a fazê-lo.
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O pobre pode roubar por mera sobrevivência. O rico pode roubar por mera ganância.
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A questão não está na quantidade de ladrões ricos e pobres. Está na natureza da coisa (qualidade).
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Roubar para a sobrevivência é resposta para debelar um sintoma físico, a fome. Roubar por ganância é resposta para um sintoma mental, o poder.
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E não devem ser tratados de igual forma. Nem toda a gente tem necessidade em roubar para ter mais poder, mas há certamente 100% das pessoas q são capazes de roubar para sobreviver (a si ou a família).
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Rb

Rui Alves disse...

De acordo, Ricciardi. Essa era uma das razões, entre outras, pelas quais em muitas sociedades da antiguidade havia mais tolerância ao delito comum do que ao crime económico. Não raras vezes este último levava com a pena capital.

marina disse...

não percebi onde quer chegar , sério.
isso da doença mental aqui não pinta nada.
ps psiquiatras estão cheios de clientes das barracas ? os pobres engolem ansioliticos as colheres ? grande novidade , achava eu que os pobres não eram dados às doenças mentais do século , a depressão e a primas ansiedade e doença bipolar...
a esquizofrenia toca a todos , ricos e pobres ; mongolismo e outras deficiências idem ; os chic border line são quase todos da alta ... de que doenças mentais fala ?

se calhar como os ricos escondem os seus doentes nas clínicas , colégios e spas o Joaquim acha que há classes na doença :)

Rui Alves disse...

Marina, ainda não entendeu? Só os pobres são malucos porque aos ricos chama-se excêntricos. :-))