Respeitar a Lei de Deus foi sempre uma
necessidade para a classe de pessoas a que, numa linguagem moderna, se chama
classe média. Nos extremos, a aristocracia e a plebe são incumpridores por
natureza.
A aristocracia, pelo poder que concentrava e
que a tornava inimputável (legislava, executava e julgava). A plebe porque
nada tinha a perder (freedom is just another word for nothing left to loose –
Janis Joplin).
Muitos dos problemas, ditos fraturantes, que
tanto apoquentam as consciências modernas, ocorreram com banalidade na corte dos poderosos do
mundo, ao longo de milénios. O consumo de drogas, a homossexualidade, o deboche
sexual, o aborto (pré e pós-natal) e a eutanásia, por exemplo, eram o pão nosso de cada dia na vida da
“entourage” de reis e imperadores.
Júlio César, o paradigma do poder absoluto,
não demonstrou qualquer escrúpulo em matar e roubar, cobiçar a mulher do
próximo e até “o próximo” - ‹‹muito homem para qualquer mulher e muito mulher
para qualquer homem›› (Suetonius). A Lei não se lhe aplicava. Nem a ele nem aos mais
desgraçados do seu império que nada tinham a perder.
Pelo contrário, a tal “classe média” não se
podia permitir tais desmandos. A família era fundamental para a sobrevivência.
Ter filhos era ter braços para trabalhar, mas ter filhos era também ter mais
bocas para alimentar. Sobreviver dependia da observância de certos princípios - a Lei.
O respeito pela Lei parece assim historicamente indissociável
do poder e do rendimento. Respeitar a Lei cria valor para o comum dos cidadãos,
mas é inútil nos extremos sociais.
Nos próximos posts partirei desta premissa
para algumas reflexões.
2 comentários:
o aborto (pré e pós-natal)
Por favor não embarque nessa novilíngua nem colabore com essa gente, ainda que involutariamente.
Não existe aborto pós-natal, o nome para isso é infanticídio.
A democratização do deboche é o camandro.
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