01 novembro 2014

respeitar a Lei


Respeitar a Lei de Deus foi sempre uma necessidade para a classe de pessoas a que, numa linguagem moderna, se chama classe média. Nos extremos, a aristocracia e a plebe são incumpridores por natureza.
A aristocracia, pelo poder que concentrava e que a tornava inimputável (legislava, executava e julgava). A plebe porque nada tinha a perder (freedom is just another word for nothing left to loose – Janis Joplin).
Muitos dos problemas, ditos fraturantes, que tanto apoquentam as consciências modernas, ocorreram com banalidade na corte dos poderosos do mundo, ao longo de milénios. O consumo de drogas, a homossexualidade, o deboche sexual, o aborto (pré e pós-natal) e a eutanásia, por exemplo, eram o pão nosso de cada dia na vida da “entourage” de reis e imperadores.
Júlio César, o paradigma do poder absoluto, não demonstrou qualquer escrúpulo em matar e roubar, cobiçar a mulher do próximo e até “o próximo” - ‹‹muito homem para qualquer mulher e muito mulher para qualquer homem›› (Suetonius). A Lei não se lhe aplicava. Nem a ele nem aos mais desgraçados do seu império que nada tinham a perder.
Pelo contrário, a tal “classe média” não se podia permitir tais desmandos. A família era fundamental para a sobrevivência. Ter filhos era ter braços para trabalhar, mas ter filhos era também ter mais bocas para alimentar. Sobreviver dependia da observância de certos princípios - a Lei.
O respeito pela Lei parece assim historicamente indissociável do poder e do rendimento. Respeitar a Lei cria valor para o comum dos cidadãos, mas é inútil nos extremos sociais.
Nos próximos posts partirei desta premissa para algumas reflexões.

2 comentários:

Rui Alves disse...

o aborto (pré e pós-natal)

Por favor não embarque nessa novilíngua nem colabore com essa gente, ainda que involutariamente.

Não existe aborto pós-natal, o nome para isso é infanticídio.

Euro2cent disse...

A democratização do deboche é o camandro.