10 setembro 2014

Se eu mandasse II

A 15 de Agosto tinha escrito:Let them fail

No dia 11 de Julho, numa Sexta-feira, no Twitter tinha advertido sobre o BES ao desejar boa sorte para o fim de semana...dado ser nos fins-de-semana que a vida ou morte dos bancos (por vezes de todo um sistema monetário) é decidida. Só falhei por uns fins-de-semana.

Se eu mandasse acabaria com as raízes de um mal que tem perseguido o povo desde há séculos (bolhas seguidas de crises bancárias), por insuficiência de pensamento analítico dos economistas e juristas, e interesse próprio das elites (o poder da criação de moeda do nada que cresce exponencialmente com a maior quota de mercado do banco e as simpatias com o Banco Central). Parece-me ter a mais alta prioridade, dado os problemas que levanta, em especial para as classes mais desfavorecidas (ao contrários das elites que são depois protegidas e amparadas do infortúnio da deflação correctiva, pela mesma máquina), e por isso a evoco com frequência.

"Mais uma vítima: da moeda elástica

Claro que o problema estrutural do sistema monetário é colocar os depósitos à ordem a servir de financiamento aos bancos, quando devem constituir aquilo que a percepção do povo julga que é: moeda imediatamente disponível, segura, e não dependente de mecanismos inflacionistas para assegurar que não desaparecem. Essa simples transubstanciação fornece aos bancos a capacidade de oferecer crédito por pura criação de mais depósitos à ordem, baixando artificialmente a taxa de juro a ser paga ao aforro, beneficiando os grandes colectores de crédito e quem tem a capacidade de beneficiar do aumento de preços que induz (activos reais, como imobiliário, financeiros, etc.), criando um circulo de poder (no fundo, o poder de criar) que há muito é visto com desconfiança pela cultura popular, gerando anticorpos contra o capitalismo financeiro, e que depois vem beneficiar, com a crise - que constitui a cura - de suporte pelo mesmo mecanismo. Let them fail."

7 comentários:

Anónimo disse...

Em suma, se mandasse mandava falir os bancos de uma assentada porque os malandros emprestam as massas dos depositos do povo que não sabe que fazem isso. Até porque o povo é estupido e acha que o dinheiro cai do céu.
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... e voltava ao sistema far-westeano onde haviam caixas forte que, volta e meia, ficavam vazias porque o banqueiro se lembrava de bazar com as massas que povo pensava estar seguro ou porque os irmãos Dalton se lembravam de assaltar.
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Ora, se o dinheirinho estiver paradinho numa caixinha de aço e não poder servir para ser emprestado é muito melhor para a economia porque cresceria e se desenvolveria como nunca visto. Certo?
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O dinheirinho guardadinho numa caixinha forte, intocavel, num banco ou levado para o planeta marte é a mesmissima coisa. Não venha o Austrico tecê-las, ainda seria melhor pegar em algum, antes de o enviar para marte, e empresta-lo.
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Agora, vejamos a coisa com olhos de ver. Se os bancos não pudessem emprestar a massa dos depositos, os mesmo não corriam risco porque não hvaeria risco de emprestimos mal concedidos. Alías, nem emprestimos haveria. Mas porque é que o risco de emprestar os de+positos a centenas de milhar de pessoas é maior do que o risco do banqueiro que guarda as massas fugir com ele?
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Eu preferia que o meu dinheiro fosse divida de muita gente (apenas 4% deles não iriam pagar) do que correr o risco de colocar as minhas poupanças num banqueiro que pode muito bem pegar nele e, como Luis Norton de Matos, faze-lo desaparecer.
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Rb

Anónimo disse...

Estou certo que se o sistema mudasse para a vontade do CN e colegas miseanos afins, o povo seria o primeiro a revoltar-se e a exigir que os bancos voltassem a emprestar o cacau.
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É o sistema que garante que quem tem mérito e tino empresarial pode aceder a dinheiro para financiar os seus projectos. O sistema miseano é aquele que separa a sociedade em herdeiros e não herdeiros. Quem teve a sorte de nascer rico usa os seus depositos para continuar a sua vida. Quem nasceu sem depositos nunca poderá financiar os seus propositos.
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O sistema miseano austrico é a antitese do capitalismo. É tão utópico e descabido quanto o comunismo.
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Só resulta na cabeça e na teoria, porque na pratica é um caos. O Caos até me parecia mais benigno porque só comia os seus proprios filhos...
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Rb

cfe disse...

Rb, meu caro, banco so empresta dinheiro a quem tem capacidade para paga-lo. Vc sabe disso. Pode ser o sistema que for . Por ventura o sistema atual pode ser ate melhor do que o "austríaco" mas não por isso. cmpts.

Anónimo disse...

Muito bem Rb

Zeze

muja disse...

Quem nasceu sem depositos nunca poderá financiar os seus propositos

Que tanga!

O mundo não começou anteontem.

E não é de anteontem o ditado: "No poupar é que está o ganho"

Porém, não se conhece nenhum que diga: "No emprestar é que está o ganho (para quem pede emprestado)"



Anónimo disse...

Muja, antes de continuar informe-se acerca de que Poupança é que está a falar.
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Mas a ideia é esta: Se vc gastar as suas poupanças a comprar pão, o padeiro terá condições de fazer poupanças ou investir os lucros ou gastar em perfumes que serão poupança do farmaceutico que os vende...
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O que quero dizer é que o facto de as nossas avós pouparem muito não quer dizer que a Poupança Nacional seja maior. A sua avó poupa porque alguem gastou dinheiro a dar-lho.
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Rb

Anónimo disse...

Em termos macro podemos dizer apenas que o país não deve importar mais do que aquilo que exporta para que a balança de pagamentos seja equilibrada e não seja necessário recorrer a emprestimos do exterior. Agora se a sua avó poupa e o zé do tasco gasta é problema deles... desde que as massas poupadas e gastas se reunam no sistema bancário. Se as massas basarem para off shores ou se ficarem enterrados no quintal não servem ao país.
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Rb