13 setembro 2014

bicefalia II

Como era previsível e como eu previ aqui

1 comentário:

manel z disse...

Joaquim,

É verdade que os Conselhos de Administração servem como proxies dos accionistas, para que estes não tenham de estar envolvidos no dia-a-dia da gestão. E até, num sistema de governance adequado, quem está envolvido no dia-a-dia da gestão será a Comissão Executiva e não o Conselho de Administração.

No caso do Novo Banco, há administradores que partilham funções executivas, como é o caso de Vitor Bento.

Ainda assim, quem deverá contratar entidades/assessores para alienar o activo é o accionista, neste caso o Fundo de Resolução através do BdP.

Não é aconselhável ter a gestão do activo envolvida de forma demasiado próxima do processo de alienação, por uma questão de conflito de interesses (ex: poderão dar primazia a um potencial comprador que lhes garanta o emprego, em vez de um potencial comprador que maximize o encaixe com a alienação).

Parece-me que o BdP agiu de forma adequada, pelo que nunca foi escondido que o Novo Banco seria para alienar num prazo curto. Na transição entre a Comissão Executiva do BES para o Conselho de Administração do Novo Banco, Vitor Bento e a sua equipa saberiam melhor que ninguém qual seria o seu papel.

E de um ponto de vista prático, não seria surpreendente que um potencial comprador (de qualquer quadrante) decidisse manter a equipa de gestão após a alienação do Novo Banco. O tal plano de médio-prazo de Vitor Bento poderia continuar a ser executado, de forma geral.

A razão para a demissão da equipa de Vitor Bento poderá/deverá ser outra.