Ontem de madrugada estive com o Papa
Francisco, na Praça do Vaticano. Eu estava na linha da frente de um grupo de
fiéis, com qualquer coisa na mão, relacionada com o evento, e quando o Papa
passou por mim cumprimentamo-nos, com aquele aceno de cabeça que quer dizer
“bom dia e adeus”.
Como não estou em nenhuma lista da Congregação
para a Causa dos Santos, pode parecer surpreendente esta ocorrência.
Surpreendente, claro, para quem não percebe nada de interpretação de sonhos e
que de Freud recorda apenas a noção de inconsciente.
Quando um personagem, com quem não lidamos,
aparece num sonho, normalmente tem apenas um carácter simbólico. No sonho
representa uma ideia ou imagem. Uma técnica para descobrir esse significado é,
mentalmente, sentarmos esse personagem em frente a nós e perguntar-lhe. Foi o
que eu fiz.
Sentei o Francisco numa cadeira e
perguntei-lhe:
-
O que andas por aqui a fazer?
-
Eu sou a Paz – disse-me.
-
E? – interroguei.
-
Vim cumprimentar-te porque te vi
em Paz contigo e com o mundo.
Fixe, fiquei contente com esta interpretação.
É interessante que, não sendo um grande fã do Papa dos pobrezinhos, eu veja
nele “A Paz”. E é interessante, para mim claro, este sentimento de estar em
Paz.
Não quero fazer qualquer ironia que
susceptibilize a I. levando-a a pensar que esta Paz Nirvânica se deve ao meu
estado “de Rodriguez”. Pode ser o resultado de um momento Zen, como quando mergulhei no Atlântico e me deixei fundir com a Natureza. Não sei.
Uma coisa é certa, neste País é mais fácil
encontrar a Paz interior do que a Paz exterior. Desde que me desinteressei da
política nacional há menos ruído à minha volta, as cores parecem mais
interessantes e até a comida sabe melhor.
Qualquer dia vou jantar com o Francisco,
conheço um restaurante em Roma que serve um leitão excelente. Espero que seja ele a recomendar o vinho.
1 comentário:
ehehehe
.
Como eu o compreendo Joachim. O estado de 'Rodriguez' tem dessas coisas. Eu ando com o 'Rodriguez' às costas há imenso tempo.
.
Rb
Enviar um comentário