A crise dos ricos é completamente diferente da
crise dos pobres. Apercebi-me deste fenómeno nos anos 80, quando vivia em Nova
Iorque.
De cada vez que vinha cá a Portugal, os meus
amigos, faziam-me perguntas sobre a “grave crise” que afectava os EUA e
surpreendiam-se do meu alheamento desse fenómeno. Em Nova Iorque eu não via
crise nenhuma e as notícias da imprensa portuguesa pareciam-me exageradas.
Estudando melhor o problema, cheguei à
conclusão de que a crise afectava as pessoas, mas de um modo diferente do que
aconteceria em Portugal. Apenas se adiavam investimentos avultados e se
deixavam passar as férias em branco, por exemplo. A crise dos ricos é “outra loiça”, pensei.
Olhando para a nossa crise actual (o nosso PIB/ capita
é superior ao dos EUA de 80-82) vêm-me à memória algumas recordações dessa
altura. A crise agora é não ter dinheiro para comprar bilhetes para ir ver o
Benfica a Turim.
2 comentários:
Entrevistaram uma criancinha coitadinha que se lastimou que nao podia comer chocapic todo os dias ao pequeno almoco e que muitas vezes apenas tinha pao.So ah galheta ....
Joaquim! Não está mal visto… eu próprio já tinha pensado no assunto e obviamente lavrei logo uma tese, seguindo os ensinamentos do saudoso PA:
O segredo é baixar as expectativas perante a vida e os outros. Quanto mais baixas forem as nossas expectativas, mais felizes somos. Claro que uma vez enveredado esse caminho, pode não haver fim à vista… Nunca ninguém chegou ao fundo desse escuro abismo… -- JRF
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