27 fevereiro 2014

não há cesarianas desnecessárias


O NHS, do RU, há anos que dá às mães a opção de escolher entre cesariana e parto normal (ver artigo bastante completo do Guardian, de 2011, sobre este assunto).
Em Portugal, o MS tem afirmado (julgo que pela boca da ex-ministra Ana Jorge) que as parturientes devem poder fazer a mesma escolha. Esta tornou-se, aliás, uma prática corrente e que reúne um certo consenso entre nós. Se uma parturiente do SNS pedir uma cesariana, os obstetras acomodam essa vontade.
Porquê? Porque os riscos da cesariana e do parto vaginal, neste momento, são idênticos. Há uma vasta literatura sobre este assunto, embora, como sempre em ciência, seja fácil encontrar opiniões divergentes.
A afirmação das investigadoras Aida Isabel Tavares e Tânia Rocha de que: ‹‹A saúde de mães e recém-nascidos pode ser afetada pela realização de cesarianas desnecessárias›› carece de fundamento médico. Uma vez que a mãe pode escolher e a cesariana e o parto vaginal são métodos alternativos, uma cesariana nunca pode ser desnecessária.
Drª Aida Tavares e Drª Tânia Rocha, deixem-me ser muito claro: UMA CESARIANA NUNCA PODE SER DESNECESSÁRIA, porque é sempre necessário que se realize o parto.
No estudo citado no Expresso, afirma-se que se fazem mais cesarianas no privado do que no Público. É verdade, porquê? Porque se fazem a pedido das mães, na maior parte dos casos. Enquanto no SNS raramente as doentes se atrevem a expressar a sua vontade.
Eu não teria escrito este post, contudo, para contradizer as investigadoras, numa matéria que não dominam. Dava de barato que se enganaram, ponto final. Não dignifica a Universidade de Aveiro, mas acontece aos melhores.
Escrevo este post porque as doutoras erraram na área das suas especialidades – economia e gestão. Erraram quando afirmam que se fazem mais cesarianas na privada do que no SNS por motivos económicos.
Passo a explicar, as investigadoras dizem que no SNS  ‹‹o factor indutor das cesarianas é a falta de médicos›› e ‹‹evitar as vigílias››. Ora aqui é que a porca torce o rabo, então a falta de médicos não é uma questão económica? E a vontade de evitar as vigílias não é outra? Os médicos não estarão a avaliar o “custo de oportunidade” de passar uma noite em claro? Optar pela cesariana não é o mesmo que remunerar o médico em descanso?
A única conclusão legítima do estudo é que podem existir factores de natureza económica, tanto no privado como no SNS, a condicionar o número de cesarianas. Mesmo assim, sem sabermos quantas parturientes exigem a cesariana no privado e no público, é difícil tirar conclusões.
Até é possível que se chegue à conclusão que os médicos na privada respeitam mais a vontade das parturientes do que no SNS. Mas será que essa conclusão interessa às investigadoras?
Vou enviar este texto à Drª Aida Isabel Tavares (aida.tavares@ua.pt) e, se ela me responder, prometo publicar aqui a sua réplica na íntegra.

17 comentários:

marina disse...

bom , fiquei a saber agora que a maioria das cesarianas era desnecessária posto que parto normal era saudavelmente possivel...não fazia ideia desse disparate moderno.

lusitânea disse...

Pelos vistos as que parem não têm direito à sua vagina, isto é o corpo não é delas...

Anónimo disse...

Estão chalados?

zazie disse...

Está errado. Não é nada assim. O Birgolino há-de perceber de varizes mas de partos não percebe nada.

Não se podem fazer várias cesarianas seguidas.

Sei disso por informação directa de quem fez várias e teve filhos demasiado seguidos.

Não tem a menor comparação com parto normal- uma cesariana é uma operação e não se pode andar a abrir a barriga "a pedido".

zazie disse...

È como injecção epdidural- não é a mesma coisa que parto nomral.

No parto normal a parturiente está acordada e ajuda a fazer nascer.

Não há necessidade de retirar de forma técnica, coisa que já causou excessivos danoss.

Também conheço quem ficou com defeito para o resto da vida por isso mesmo. Por não ter sido parto normal.

Só que uma coisa é ter de se fazer, por perigo, por estar a correr mal, outra por moda.

Agora a pedido e ao gosto do freguês só na terra dos birgolinos.

zazie disse...

Já ninguém sabe é o que é ter filhos.

Daí esta treta até se ter tornado literatura de ficção.

Tudo de boca aberta- a especularem acerca de um fenómeno raro.

zazie disse...

Olhe, de caminho envie também os meus comentários.

Parecem malucos a falarem de parto como se fosse mais um fenómeno de mercado em que quem dita a regra é o freguês.

zazie disse...

A freguesa, neste caso eehehhe

Vai um partinho normal com gemideira, ou está indecisa entre epidural e cesariana?

leve lá o menu para escolher a tempo.

Anónimo disse...

Zazie,

Não leve a mal, mas a menina vive em 1960

Joaquim

Anónimo disse...

a ignorância é sempre atrevida.

zazie disse...

Nessa altura era virgem

":OP

Anónimo disse...

nasceste com a cona larga

Anónimo disse...

Mas olhe, caro Joachim, eu posso garantir que no SNS fazem tudo para não fazer uma cesariana.
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Dificultam a um ponto que têm de ser os pacientes a ter de provar (e pedir muitooo) que a mãe ou o bebe correm perigo de vida se fizerem parto normal. E o problema é que pensam que um gajo está a tentar ludibria-los quando pede uma cesariana. Torna-se numa conversa estranha e esquisita; parece que estamos a tentar vender um produto.
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Os médicos estão de facto condicionados no SNS. A profissão de médico tem de voltar a ter a nobreza que as funções implicam. Há lá alguma profissão mais nobre do que essa?
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Não há.
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Isso tanto se aplica ao SNS como ao sector privado.
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No privado tem estado condicionados a fazer mais cesarianas porque provavelmente dão mais dinheiro à entidade patronal.
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Ora, uma cesariana não deve ser a regra, no entanto nós sabemos que há umas decadas atrás as mães ou as crias morriam à nascença muitas mais vezes do que agora acontece.
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E nem preciso de ir muito longe. As minhas duas avós (paterna e materna) nasceram de parto normal, mas as respectivas mães morreram ao dar à luz. Por sua vez o meu pai nasceu e a mãe dele (minha avó) morreu no parto. E se isto se verificou na minha familia tambem deve ter acontecido nas outras.
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Portanto, talvez se exagere nas cesarianas nos privados, mas que elas vieram trazer mais sossegozinho, lá isso vieram, principalmente porque no meio do exagero é bem provavel que se safem muitas mães e bebes que teriam morrido caso não optassem por esse 'luxo'.
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Rb

zazie disse...

Foi como eu disse.

Coneço médica que ia morrendo em Sta Maria porque atrasaram a cesariana.

E só um estúpido pode dizer que se podem fazer operações em cima umas das outras.

Não podem.

Anónimo disse...

Pois.. e dia 3 de Março vai fazer um ano que perdi uma grande amiga minha... Foi no hospital de Loures.. Lembram-se de um caso em que uma mulher de 38 anos morreu horas após o parto e deixou assim 2 filhos?! Pois... era suposto ela ter feito uma cesariana (era uma gravidez de risco)... Agora só nos resta os "ses"... E se tivesse feito a dita cesariana?!
Maria Rebelo

zazie disse...

Neste caso que conheço era parto de risco e a parturiente sempre tinha tido problemas no nascimento dos outros filhos.

Nem o facto de ser médica lá e o pai também, serviu para alguma coisa.

Deixaram-na uma noite inteira em trabalho de parto e ia morrendo.

Claro que a resposta para isto é básica- não havia por lá cirurgião e querem sempre poupar.

zazie disse...

Aliás, quem disse ao Joaquim que são os médicos que assistem a todos os partos?

Treta!

São enfermeiras.