24 fevereiro 2014

"A democracia não é a solução; é o problema"

Hans Hermann Hoppe

http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=398

"No entanto, o valor das crianças irá novamente cair, e as taxas de natalidade irão declinar, como resultado do Sistema de Seguridade Social, pois ao se subsidiar os aposentados (os velhos) por meio de taxas impostas sobre os atuais assalariados (os novos), a instituição da família — o elo intergeracional entre pais, avós e filhos — é sistematicamente debilitado.  Os idosos não mais precisam depender da assistência de seus filhos caso não tenham feito provisões para sua própria velhice, e os jovens (que tipicamente têm menos riqueza acumulada) é que passam a ter de sustentar os mais velhos (que tipicamente têm mais riqueza acumulada) ao invés de ser o contrário, como é típico dentro das famílias.  O desejo dos pais por mais filhos, e a consideração dos filhos por seus pais, irão declinar, a decomposição familiar e as famílias disfuncionais irão aumentar e a postura frugal — poupança e formação de capital — irá cair, levando a um aumento do consumismo. '

(...)

Após menos de cem anos de democracia e redistribucionismo, os resultados previsíveis estão aí.  O 'fundo de reserva' que foi herdado do passado está aparentemente exaurido.  Por várias décadas, o real padrão de vida estagnou ou até mesmo caiu no Ocidente.  A dívida 'pública' e o custo da atual seguridade social e do sistema de saúde criaram o prospecto de um iminente colapso econômico.  Ao mesmo tempo, quase todas as formas de comportamento indesejável — desemprego, dependência assistencialista, negligência, temeridade, incivilidade, psicopatia, hedonismo e criminalidade — aumentaram, e os conflitos sociais e a dissolução da sociedade atingiram níveis perigosos.  Se a tendência atual continuar, é seguro dizer que o estado de bem-estar social (a social democracia) do Ocidente irá desmoronar assim como o socialismo do Oriente (de estilo russo) desintegrou no final dos anos 1980.

(...)

Além disso, junto a essa estratégia é necessário reconhecer a avassaladora importância da secessão e dos movimentos separatistas.  Se as decisões da maioria estão sempre 'corretas', então a maioria de todas as possíveis maiorias — uma maioria mundial e um governo democrático mundial — deve estar supremamente 'correta', sendo as consequências disso aquelas previstas no início desse artigo.  

Em contraste, a secessão sempre envolve a ruptura de grandes populações em pequenas populações.  É portanto um voto contra o princípio da democracia e do majoritarismo.  Quanto mais profundo for o processo de secessão — ao nível de pequenas regiões, cidades, distritos, povoados, vilarejos, chegando até, em última instância, a famílias individuais e associações voluntárias de famílias e firmas —, mais difícil será manter o atual nível de políticas redistributivas.

Ao mesmo tempo, quanto menores forem as unidades territoriais, maior será a probabilidade de que alguns poucos indivíduos — baseando-se no reconhecimento popular de sua independência econômica, extraordinários feitos profissionais, vida pessoal moralmente impecável, superior capacidade de julgamento, coragem e bom gosto — irão ascender na hierarquia das elites naturais e voluntariamente reconhecidas, e emprestar legitimidade à ideia de uma ordem natural formada por pacificadores, juízes e jurisdições sobrepostas — como existe mesmo atualmente na arena do comércio e do turismo internacional —, todos eles concorrenciais (não monopolistas) e voluntariamente financiados."

7 comentários:

Vivendi disse...

Em Portugal não foram 100 anos. Apenas 40 de festim democrático.

Vivendi disse...

Bem-vindos ao Porto Cidade-Estado.

Onde a ordem natural impera.

https://www.facebook.com/portocidadeestado

Anónimo disse...

CN,

Se v.exa. por acaso tiver pachorra para ler a biblia satânica encontrará lá os mesmissimos argumentos do texto para o qual remeteu link. Racionais todos eles. Desembocam todos na lógica de que o interesse individual é sempre prejudicado por um qualquer apoio, tranferencia, distribuição para outras pessoas ou regiões.
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É como se não existessem elos entre pessoas que se identificam como um povo, uma nação. O que, manifestamente, não é verdade.
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Criticar a democracia em termos abstractos é altamente demagógico. E usar um exemplo de governo mundial liderado pelos chineses e indianos ainda mais demagógico já que não existe, nem pode existir, governo algum mundial porque simplesmente as pessoas se organizam naturalmente em estados-nação. É como a bicheza da selva que se organizam em alcateias e bandos. Não há nada mais natural do que a existencia de nações.
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O Pedro Arroja, há uns posts atrás, deu o exemplo da democracia na eleição do papa. O sucesso da instituição verificou-se... apesar da democracia que pratica.
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Portanto, meu caro, democracias ou perversões delas, há muitas. Portugal escolheu uma partidocracia. Na verdade o povo não escolhe coisa alguma. O povo escolhe aquilo que os partidos escolheram para o povo escolher. Na pratica escolhemos quem nos põem no prato.
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A maioria das pessoas não está sempre certa. Longe disso.
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Quanto ao subsidios de desemprego, sublinho que o vosso mestre Hayek propunha e aceitava o seguro de desemprego. Não vejo diferença alguma entre os dois modelos.
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Rb

Pedro Sá disse...

De certeza que não foi o João César das Neves a escrever isso? É que isto é dos posts mais reaccionários que já li.

muja disse...

V. despeja aqui coisas assim à toa e depois é mimado de igual forma, CN.

Criticar a democracia em termos abstractos é altamente demagógico.

Isso depende de se ter definido o que é democracia. Porque V. também não definiu, Rb. Sugiro que o faça, antes de carregar sobre os moínhos de vento.

Por exemplo, no texto, está lá uma definição mais ou menos explícita (acrescentei as letras que se perderam na travessia do oceano):
as decisões da maioria estão sempre 'correctas'

Não vejo qual é a demagogia de atacar este pressuposto, abstracta ou concretamente.

Em todo o caso, pela minha parte, há duas coisas que acho importante considerar: a primeira é a minha opinião de que o problema não está tanto na democracia em si, mas no seu dogma. Ou seja - e agora já não é opinião, é facto - no dogma de que a democracia é o único regime político que é tolerável e o "melhor" de todos.

Este dogma é quase indiscutível, e quem o não professar publicamente é apelidado de fascista (ou reaccionário, vede acima), etc. A não ser que seja comunista. Nesse caso, há uma certa tolerância. As coisas começam a feder logo aí...

O que nos leva à segunda coisa. E que é o paradoxo de a democracia não admitir democraticamente a sua existência. Não permite que a questionem e é raro, muito raro, que o estabelecimento da democracia se faça por processos democráticos. Isto é, que seja escrutinada a vontade de viver sob o regime dito democrático.

Pelo contrário, é quase sempre imposta - e alguém que contra-exemplifique se puder.
Quantas democracias e/ou constituições democráticas foram escrutinadas?

Em Portugal, a última foi em 1933...



Anónimo disse...

E era "fassista"!!! Ahahhahahah!...

BLUESMILE disse...

Portanto de acordo com este post idiota, é muito fácil resolver o problema da natalidade - mata-se a velhada toda e o resto da malta reproduzem-se como coelhos.