Os “estados de alma”, tão estigmatizados pelos
tecnocratas, são essenciais na gestão, seja da coisa pública seja da privada.
São os estados de alma que dão cor aos modelos
económicos, aos gráficos e aos “relatórios & contas”. Sem estados de alma,
sem sentimentos e emoções, todas as possibilidades pareceriam exequíveis e todo o
processo decisório ficaria inquinado à partida.
Os políticos e gestores devem ler o António
Damásio para compreenderem a interação subtil entre a emoção e a razão. A rutura desta interação paralisa e incapacita o indivíduo. Isto é, sem estados
de alma “anything goes” e “nothing goes”.
Que personalidade poderíamos atribuir a um
indivíduo que minimizasse a importância dos estados de alma na sociedade?
Obviamente não teria características femininas porque nenhuma mulher se
alienaria dos seus “estados de alma”. Também não teria características
masculinas, porque a testosterona encarrega-se de distribuir a circulação do
sangue pelo corpo de modo a que o cérebro não saia demasiado favorecido e declare a independência
Eu penso que a desvalorização dos estados de
alma corresponde a uma atitude neutral, nem feminina nem masculina... talvez a mais adequada
a um eunuco.
Ora, que tipo de sociedade, empresa ou
governo, delegaria o seu futuro num eunuco?
2 comentários:
Excelente e inteligente escrito. Parabéns.
O comentário acima é meu. Não assinei por mera distracção.
Maria
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