12 fevereiro 2014

a importância dos estados de alma


Os “estados de alma”, tão estigmatizados pelos tecnocratas, são essenciais na gestão, seja da coisa pública seja da privada.
São os estados de alma que dão cor aos modelos económicos, aos gráficos e aos “relatórios & contas”. Sem estados de alma, sem sentimentos e emoções, todas as possibilidades pareceriam exequíveis e todo o processo decisório ficaria inquinado à partida.
Os políticos e gestores devem ler o António Damásio para compreenderem a interação subtil entre a emoção e a razão. A rutura desta interação paralisa e incapacita o indivíduo. Isto é, sem estados de alma “anything goes” e “nothing goes”.
Que personalidade poderíamos atribuir a um indivíduo que minimizasse a importância dos estados de alma na sociedade? Obviamente não teria características femininas porque nenhuma mulher se alienaria dos seus “estados de alma”. Também não teria características masculinas, porque a testosterona encarrega-se de distribuir a circulação do sangue pelo corpo de modo a que o cérebro não saia demasiado favorecido e declare a independência
Eu penso que a desvalorização dos estados de alma corresponde a uma atitude neutral, nem feminina nem masculina... talvez a mais adequada a um eunuco.
Ora, que tipo de sociedade, empresa ou governo, delegaria o seu futuro num eunuco?

2 comentários:

Anónimo disse...

Excelente e inteligente escrito. Parabéns.

Anónimo disse...

O comentário acima é meu. Não assinei por mera distracção.
Maria