Filosofar sobre o Homem, na perspetiva da biologia e da física obriga-nos a pensar em novos paradigmas.
Enquanto sistema termodinâmico aberto, dissipativo, o Homem vive num equilíbrio precário com o meio ambiente. Depende da extração de negentropia (energia utilizável) para manter a sua organização biológica e contribui para um aumento da entropia da Terra, através da poluição que produz
Para manter o referido equilíbrio, não pode esgotar os recursos energéticos finitos de que dispõe, nem poluir para lá de certos limites. Se o fizesse estaria a atentar contra a vida, em sentido lato.
Quando a narrativa bíblica, que citei no último post, nos impele a ‹‹encher a Terra e sujeitá-la››, devemos fazer uma leitura moderna desta vontade do Criador. Tendo criado o Homem à sua imagem, Deus dotou-o da razão necessária para compreender os limites desta manifestação da Sua vontade.
Ora esses limites estão no esgotamento dos recursos naturais e numa poluição irresponsável. Tanto o esgotamento como a poluição constituem um Mal, se aceitarmos que o dom da vida é um Bem.
Julgo que este paradigma (biológico, físico) permite alargar o âmbito da moral católica à proteção das outras formas de vida e da própria Terra.
Muitos jovens poderiam sentir-se atraídos pela Igreja Católica, se esta abraçasse, com mais ênfase, um ambientalismo realista.
5 comentários:
"encher a Terra e sujeitá-la"
Enough said
Elaites
PS:logging out
os meus antepassados pagãos eram então muito à frente , já usavam a biologia e fisica nos seus principios morais e religiosos :)
algures li um cientista portuga , de momento não me lembro o nome , psiquiatra e etólogo , a defender a religião pagã como única forma de salvar a humanidade do caminho autodestrutivo. está em sintonia com isto.
Vindo do Joaquim, isto deve ser aquilo que o PA chama "ironia da boa"...
A esta hora da tarde o Joaquim já não dá nada... já é só bocejos... -- JRF
"If The Fool persists in his Folly he will become wise." - William Blake
D. Costa
Tarde ou cedo isso irá acontecer, tendo em conta que a igreja absorve tudo o que há no mundo - aliás, só mesmo a separação Moderna entre a ciência e a igreja poderá ter atrasado este reconhecimento. Mais: se pensarmos bem, ter deixado que a esquerda radical tomasse conta da iniciativa ambientalista só veio prejudicar a própria causa. Onde está a Greenpeace jesuíta?
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