08 janeiro 2014

inflação e crescimento 2

CGP: "note-se que a minha posição é de que uma inflação baixa e previsível favorece o mecanismo de preços numa economia de mercado e os necessários ajustes provocados por esse mecanismo, ajudando o crescimento e estabilidade económica; não que uma economia não possa crescer sem inflação como parece estar implícito no post do Carlos"

Alguns comentários:

- à partida, nenhum conjunto de dados históricos por si próprio, e mesmo que ultrapassadas todas as dificuldades que se levantam com a medição e o seu significado de dados económicos, seja qual for a correlação que resulta,  consegue provar que algo acontece "por causa de" ou "apesar de", só uma teoria consistente o pode inferir.

- Como tal, a afirmação que uma inflação ainda que "baixa e previsível" é positiva tem também de partir da confrontação da sua lógica interna mais do que mostrar empiricamente que o crescimento é possível ou se dá.

- à partida também, qualquer coisa que seja previsível ainda que "má" consegue ser internalizada por mecanismos de reacção e adaptação, deturpando a conclusão que "alguma dessa coisa má" seja propriamente positiva. Podemos apenas concluir que tal coisa pode se calhar ser relativamente inócua e não que seja boa em si mesmo.

Mas existem razões para considerar que mesmo uma inflação reduzida (2% a 3%) medida com um Índice de Preços no Consumidor possa esconder em si grandes males. Fica para um post seguinte.

2 comentários:

Carlos Guimarães Pinto disse...

Carlos, não fui eu que trouxe à discussão dados empíricos.

A minha posição teórica e lógica estava lá no primeiro post: a inflação permite alargar as bandas da flexibilidade real de preços, num mundo em que existe inflexibilidade nominal para redução. ao permitir um mecanismo de preços mais fléxivel, sustenta os ajustamentos necessários numa economia de mercado e, consequentemente, o crescimento económico.

A lógica foi o meu ponto de partida. Só respondi aos teus dados empíricos.

CN disse...

Sim. Aproveito sempre para marcar a posição :)

O exemplo empírico de 1870-1900 é tão claro que os empiristas têm de se render...