a física dos conteúdos informativos

É possível relacionar o conteúdo informativo de um texto com a física? A maioria dos físicos afirma que não, eu penso que sim.

‹‹Tomem dois baralhos de cartas››, dizem os físicos, ‹‹um ordenado e outro baralhado, o primeiro tem menos entropia informativa do que o segundo, mas sob o ponto de vista físico ambos têm a mesma entropia e libertam a mesma energia se forem carbonizados››.

De facto assim é. Só que este exemplo “baralha” – se me permitem o trocadilho – dois planos distintos. A informação, que está no plano de uma análise consciente, com o plano puramente físico ou inconsciente.

Ora estes dois planos harmonizam-se apenas no ser humano. O conteúdo informativo processado pelo cérebro humano permite aumentar a eficácia da máquina “corpo humano”, relacionando informação e física.

É como se o conteúdo informativo fosse o software que optimiza o mecanismo. Como o software de um carro moderno optimiza a sua eficácia e rendimento em diversas condições de utilização, poupando combustível (energia).

De igual modo, um ser humano que se sirva dos seus conhecimentos para usar um motor a vapor (industrialização), por exemplo, aumenta a sua produtividade (trabalho desenvolvido/ unidade de tempo) para igual quantidade de negentropia que pessoalmente retira do meio ambiente).

É possível medir a energia correspondente a um determinado conteúdo semântico? Perguntam os físicos. Com certeza.

Não é possível, parece-me, medir diretamente a energia do “Sonho de uma Noite de Verão” (Shakespeare). Porém, é possível medir o impacto energético de um curso superior, por exemplo.

A riqueza criada através da informação transmitida no ensino pode ser estimada em termos financeiros, e o dinheiro, claro está, é um equivalente da energia.

Há portanto uma ligação entre a informação e a física. Os físicos que estudem biologia e psicologia.