31 janeiro 2014

a fantasia e a realidade são dois planos distintos

Num artigo do José Manuel Fernandes sobre a praxe, aliás excelente, aparece esta pérola:

‹‹O país que se indigna com o sadismo dos duxes veteranoruns é o mesmo país que fez de um romance de contornos sadomasoquistas (...) o maior êxito de vendas dos últimos anos››.

Eh lá, o que é que tem a ver "os fundilhos" com as calças? Seria como dizer que uma pessoa que se indigna com um assassínio, por exemplo, é a mesma pessoa que é uma ávida consumidora de romances policiais ordinários. Ou que uma rapariga que foi violada, tinha fantasias sexuais relacionadas com violações.

Uma coisa é a realidade, outra é a virtualidade do pensamento ou de uma fantasia. O JMF não percebe esta distinção, mas não importa. Vale a pena ler a sua análise e, já agora, aqui ficam votos de sucesso para o seu novo projeto - O Observador.

37 comentários:

zazie disse...

Que romance?

zazie disse...

Não li tudo porque não tenho pachorra para os estendais dele, mas, assim por alto, até concordo.

é um facto que estas seitas aparecem para preencher vazios

E, os grandes vazios dos nossos tempos são o respeito familiar e a falta de religião decente.

Claro que depois inventam-se eles próprios nessas merdas porno.

Suponho que o romance seja aquela cena porno das sombras não sei de quê.

Eu penso muito mal da pornografia, só por coisas.

Porque ainda acredito que as taras são pulsões e que o sexo tem um lado de trevas que não deve ser estimulado.

zazie disse...

Mas, como é óbvio, a cena d oMeco passa-lhes a todos ao lado.

E eu nem digo mais para não parecer um taradinha das teorias de conspiração.

Mas disse de início que me cheirou imediatamente a réplica de rito de beija-cu.

Vamos a ver em que fica a única coisa que importa- a Faculdade. Porque essa tem andado a levar palminhas nas costas que até mete impressão.

zazie disse...

Do Crato a conselheiros de Cavaco, deu tudo para fazer poesia e assobiar para o lado.

sampy disse...

É a eterna discussão do mimético v. catártico...

Anónimo disse...

O Observador é um Jornal que nasce cego...é um Jornal Pró-Euro...

Anónimo disse...

Parece-me é que andam a fantasiar muitas coisas acerca de uma coisa banalíssima e comum entre jovens.
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Trata-se de uma espécie de 'clube dos poetas mortos'. Nada mais do que isso. Não tem motivações ideologicas ou de poder por detrás destas associações estudantis que não sejam apenas aquelas que decorrem da idade. Serem reconhecidos e conhecidos entre os seus pares.
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No meu caso particular nos tempos da universidade era por causa das moças e da organização das touradas e das festas e da exploração dos bares da academia e da organização dos concertos musicais. Não haviam outro tipo de motivações que não fossem estar na onda.
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Rb

zazie disse...

Neste caso 6 poetas morreram.

É no que dá fantasias de quem deixou de ter modelo para copiar e fica com a bestialidade por conta própria.

zazie disse...

E, por acaso, acho que nem se anda agora a fantasiar muito.

Quem não fez logo de início o trabalho necessário foi a polícia.

Porque não morrem 6 pessoas ao mesmo tempo se estivessem sentadas na areia, como lhes contaram.

E aquela casa devia ter sido imediatamente selada pela polícia.

Não foi e depois alguém lá voltou e fez desaparecer tudo, levando os pertences dos alunos para a Faculdade.

só este pequeno acto de serem entregues na faculdades os pertences dos que morreram- sem se saber por quem, é mais que suficiente para a Faculdade ter de responder por aquilo que patrocina e financia.

zazie disse...

Esconderam tudo, preocuparam-se em esconder a colher e alguém entregou as chaves da casa depois da polícia lá ter estado.

Esta seita existe há mais de uma década, tem financiamento de uma universidade, portanto, só por aqui há pano para mangas.

O resto foi resumido magistralmente pelo Sampy.

Uma eterna questão entre o mimático e o catártico.

Claro que o problema de catarses onde a mimesis é esta- sem lei nem roque, onde os professores já nem mandam nas instituições, a necessidade da probição é substituída pelo que existe.

O que existe é cada vez mais chunga. Os azares acontecem sem precisarem de poetas.

Poesia é o que os tugas gostam de fazer por incapacidade de racionalidade.

zazie disse...

O teu tempo já era.

è outro detalhe que as pessoas tendem a esquecer.

O tempo delas já foi. As coisas mudam. Neste caso têm mudado para pior, como tudo o resto.

E nem sei se podia ser de outro modo.

A família também já era. Pais, já praticamente nem existem.

A escolinha é uma treta de festa ao colo de donas, porque do preparatório ao secundário só mulheres a dar aulas.

Chegam à faculdade e zero de hierarquias de professore, ou tutores, ou directores, como se passa noutros países onde um professor universitário tem de ter exclusividade de trabalho para essa escola e colégio.

Como anda tudo ao tacho e lhes interessa que pingue, entregam o lugar od Reitor ao imbecil mais imbecil que já se profissionalizou como pseudo-estudante.

Neste caso, o tal ex-dux que apareceu na tv a contar que ainda é bajulado, é um idiota trintão meio careca.

zazie disse...

A parte gira de morder é como de uma dia para o outro a dita "geração melhor preparada de sempre" passa a grunha.

No meio há-de estar a virtude- nem absolutamente grunha mas nunca a melhor preparada de sempre.

zazie disse...

e olha aqui- se, neste caso, até pode nem ter havido espancamentos (ainda que o que morreu logo, sem ser por afogamento, também seja coisa estranha) já neste foi a seita que espancou até à morte.

http://www.dn.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=3660749&page=-1

É tudo poetas mortos, não é?

Euro2cent disse...

(Se me permite, louvo à Zazie a capacidade de dar caridosa e abundantemente para estes peditórios - salut, copine ;-)

> Poesia é o que os tugas gostam de fazer por incapacidade de racionalidade.

Isso é mau, supondo que é verdade?

Quer dizer, há umas incompetências ocasionais, como esta do Meco e aquela da casa de alterne em que mataram treze pessoas porque não alcançaram que deitar fogo às portas todas não era só uma táctica de intimidação ...

Mas comparado com o que fazem com toda a deliberação os tipos racionais eficientes, como Auchwitz, Nanking e tretas semelhantes - não me parece mal de todo.

(Quanto ao resto, não lhe doam as mãos.)

zazie disse...

Poesia não é para se ler à letra.

Quero dizer que gostam de se ouvir a debitar palavras bonitas.

Neste caso, o que eu queria salientar, por comparação com a morte do outro finalista de arquitectura, é que não são palhaçadas públicas de recepção ao caloiro.

Foram actos praticados entre os próprios membros dessas comissões.

Ou para subirem na hierarquia, como parece ter sido o do Meco (o que é caricato pois agora resolvem o dito curso em 3 anos) ou para não saírem, como terá acontecido no espancamento do que da Lusíada de Famalicão.

Isto são seitas e nada podem ter de saudável.

zazie disse...

E é por esta mania tuga de transformar tudo em estrofes de olhos no infinito que depois se mistura tudo e até o Crato aparece a dizer que o caso do Meco nada teve a ver com Praxes.

Teve a ver com quê, se os tipos estavam praxados e faziam parte da Comissão de Praxes'

Outro poeta que quer descartar responsabilidades.

zazie disse...

O facto de não terem ideologia em nada altera o resto.

Qual é a ideologia da maçonaria a não ser andarem ao tacho?

Euro2cent disse...

> Qual é a ideologia da maçonaria a não ser andarem ao tacho?

Podia ser pior, podiam querer instaurar o paraíso na terra. Esses normalmente causam milhões de mortos.

Estes são só uns cornos abomináveis que dão um prejuízo do catano. É um bocado mais humano. Parafraseando um dito, os ladrões estarão sempre connosco.

zazie disse...

é um facto. Mas o problema não é andarem ao tacho. É serem um lobby infiltrado em todos os organismos do Estado e poderes.

Aquilo é uma religião de onde nunca se sai. Têm pactos de silêncio e protecção é é por isso que tudo quanto é sórdido ou corrupto acaba por ser tapado em baixo, ou mais acima, em recursos para tribunal superior.

Neste caso não faço a menor ideia para que serviam os relatórios e perfis psicológicos.

Se eram apenas para serem entregues a uma pessoa- ao tal dux, esse só podia ser um psicopata e quem obedecia já estar completamente apanhadinho.


Se era para serem entregues a outros, o caso então ainda se torna mais preocupante.

Ou não?

Isto tem alguma semelhança com meros excessos da juventude?

zazie disse...

O que eu disse é que o código de silêncio e obediência da Maçonaria é igual a estes códigos de iniciação em seita de praxes.

Se os maiorzinhos andam apenas ao beija-cu e estes ainda não, a diferença será questão temporal.

Porque, v. não encontra um único maçon que tenha coragem de contar o que fazem nos tais "trabalhos".

E não contam por vergonha.

zazie disse...

De todo o modo perversões democráticas nunca podem ser utopias.

É a diferença entre a anormalidade à solta no mercado ou em napoleónica de armas na mão.

zazie disse...

Mas se os jovens já podem morrer às mãos dos amigos e até serem espancados por eles (como foi o outro finalista de Famalicão) então não são precisos inimigos.

E isto acontecer de "livre e espontânea vontade", como se ouve da boca de toda a malta jovem, então estamos no mundo dos zombies.

marina disse...

e vão 3 numa semana , Joaquim..

http://actualidad.rt.com/actualidad/view/118656-suicidios-banqueros-crisis-tormenta-econ%C3%B3mica

zazie disse...

Até dizem que assinam termos de responsabilidade para poderem recusar

eehehe

Eu ouvi e li alunas de amigos meus a justificarem tudo isto com o mesmíssimo argumento com que os neotontos justificam a liberdade de se venderem órgãos.

zazie disse...

É pá, estes experts de economia já detectam sintomas de crise económica pelos suicídios de algumas pessoas.

Que tal experimentarem o dedão do pé, como o Pateta faz para a meteorologia.

Anónimo disse...

Pois, bem, abusos sempre houveram e haverão. Com praxes ou sem elas.
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Gente marada e sem consciencia das consequencias de certas atitudes tambem. É próprio da idade.
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No meu tempo era a fazer corridas de carros e motas a fugir à policia.
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Agora dá-lhes para ir para a praia e fazer cenas igualmente perigosas.
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Tambem me parece que no meu tempo, digamos, há uns 30 anos atrás, o pessoal era mais violento. Haviam muitos grupos rivais que se degladiavam com bastante violência.
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O que me parece que distingue outros tempos com os actuais estará mais na massificação das bebidas brancas e nos rituais que se impuseram a esse respeito. Os shots preparam o espirito e depois dizem-me que é a noite toda a beber cenas pesadas. As festas começam às 4 da manha. Um disparate que prolonga o tempo de imbecilidade que o alcool convoca.
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A minha sobrinha que é recentemente médica nas urgencias do hospital diz que aparece muito jovem alcoolizado em coma.
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Dantes tambem se bebia. Mas nao creio que fosse assim. Era mais com bebidas mais leves.
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O alcool imbeciliza as pessoas. Com tres shots, uns gins, e mais outras bebidas, caminha-se alegremente para o mar com olhos fechados ou abertos. Tanto faz. Nem há consciencia do que se faz.
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A familia nem faz ideia, Zazie. Embora concorde que o conceito de familia se alterou para pior. Mas a familia nem sonha que a sua filhinha tambem emborca uns shots nessas festas.
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Tirando os casos clinicos de patologia, de psicopatas, eu penso que o alcool é a causa deste tipo de atitudes.
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Mas olha, o sistema está feito para se beber. A musica não pára. Não se pode falar. Eu nem sei como se engatam raparigas naqueles ambientes. Se não se ouvem só podem chamar a atenção pela exuberância que o alcool ajuda e convoca.
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Nem a porra do 'slow' agora põe nas festas que era precisamente a altura que um gajo aproveitava para falar com elas e vice versa vá. Agora é sempre num ritmo alucinado. Non-Stop, só suportavel com injecções de alcool constantes.
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Rb


zazie disse...

A família não faz a menor ideia.

e eu também não fazia de outra coisa.

Da existência daquilo que tu ainda não compreendeste- de seitas no meio disso.

Ao contrário do que dizes, estas mortes nada têm a ver com excessos de festa ou alcool.

São outra coisa- são parecidas às obediências de seitas políticas que existiam antes do 25 de Abril.

Só que agora não servem partido algum, servem a bestialidade educada por concursos de tv e por hábitos como os que referiste.

Mas, repito, o que apavora nisto é a entrega zombie a um terceiro termo abstracto- pode chamar-se Comissão de Praxes.

Também pode chamar-se algo mais pois nem nas seitas maoistas e estalinistas se faziam relatórios para o Comité Central, nem este tinha fichas psicológicas de cada idiota que obedecia.

zazie disse...

Aliás, os media nunca tinham falado nestas coisas.

Eu até pensava que o caso do outro rapaz que morreu, em Famalicão, tinha sido fruto de praxe de recepção ao caloiro.

Não foi nada. Foi tudo interno e secreto, tal como agora, no Meco.

Ricciardi disse...

Ok, mas achas que essas seitas tem um propósito ou trata-se apenas de, digamos, imitar cenas que se vêm nos filmes?
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A mim parece-me isso. Um grupo de pessoas q instituem rituais sem um objectivo, excepto o objectivo de imitar. O Coiote Bar, o Clube dos Poetas Mortos, o American Pie e outros que nao me lembro.
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Rb

zazie disse...

Estas concretas, se for como disseram por aí, são cópia chapada dos rituais maçónicos.

E é claro que não são estes putos semi-analfabetos que as inventaram.

Mas não mera cópia de regimento de Coimbra.

É maçónico.

E outra coisa que é a única que tem piada.

Os maçons- à séria, fazem literalmente o mesmo.

Ora o que eu acho completamente patológico é perigoso é uma fé que leva a obediências a tretas que, para qualquer pessoa normal que não esteja apanhadinha na obediência a estes pseudo-chefes, era da ordem do combóio fantasma de feira.

Eles acrescentam-lhe as provas físicas porque só com isso conseguem incutir medo. O resto é kabala idiota nos de avental e pode até ser adaptação a merdas de cinema, nestes mais novatos das praxes académicas.

Isso e recruta de fuzileiros, ou de Colégio Militar.

Não faz a guerra, nem revoluções, mas elas também não se fazem sem estes cegueiras de grupo.

Claro que aqui, como nem é para servir a Pátria, o esquema é auto-satisfatório- emulam egos.

zazie disse...

O pano de fundo de tudo é que é como tu dizes- as bebedeiras, a bestialidade à solta, a inexistência de verve de troça ou algo que os pudesse distinguir de labregos.

Eles acham que se distinguem- pela farda de doutores e pelo poder de praxar.

zazie disse...

E os pais deixam e nem se metem, por efeito do mesmo- pelo status de doutor.

zazie disse...

Há uma coisa que convém não esquecer.

Tudo isto já passou a código escrito e eles não inventam nada livremente.

Por isso é que existem hierarquias, ritos, iniciações e patrulha de ex-duxes.

Há aqui uma ordem que é mil vezes mais perigosa que a liberdade em grupo de bebedeira de caixão à cova.

Porque nada disto é feito entre iguais- é sempre feito com os que mandam e os que têm de obedecer cegamente.

E tudo secreto, codificado, vigiado, patrulhado, repetido, cifrado, até no calendário.

zazie disse...

Mas os media confundem tudo e misturam com as praxes públicas e os doutores das universidades agradecem.

Anónimo disse...

Ó Zazie você desta vez passou-se! E não é que eu concordo com tudo o que diz!
É que você sabe muito disto, das seitas, praxes e essas coisas.
Aliás, você até parece o homem dos sete instrumentos: toca a tudo!
Diga-me, e nunca ninguém a "descobriu"? É que uma sumidade desta envergadura, não é coisa que se perca assim, comentando em blogues e coisas que tais!
Pessoas assim, só mesmo a reger uma cátedra!
Digo eu....

zazie disse...

Ó Minhoto, vai-te catar.

Ao tempo que escrevi acerca dos ritos de iniciação.

O resto é público, foi contado em entrevistas, como esta:

http://www.tvi24.iol.pt/sociedade/meco-praxe-praxes-lusofona-tvi24/1533742-4071.html

zazie disse...

É tão fácil de topar como de tu seres o Minhoto, mesmo sem assinares.

":OP