20 novembro 2013

qual é o problema do peso do estado e a sua despesa na economia?

Quanto maior o seu peso, menos existem actividades onde é realizada a contabilização do uso de capital e a determinação da poupança (lucro) adequada.

O crescimento (aumento do poder de compra do produto do trabalho) advém dos lucros. Mesmo as actividades de solidariedade precisam de lucro, ou seja, poupança para melhor aplicarem em métodos e meios mais eficazes para a sua actividade.

Mas sem o cálculo, contabilização e obtenção de lucros para aumentar a incorporação de bens de capital, não existe crescimento possível.  É o que se observa na estagnação visível nos estados modernos. Num dado ponto, a economia pode já só gerar o suficiente para substituir o capital anterior - o capital não é permanente, há um processo de destruição pelo uso, que se deixarmos ocorrer significa mesmo um estado de regressão (diminuição do poder de compra do produto do trabalho).

Nesse ponto a economia é um jogo de soma nula. Aí a irracionalidade social sobre o diagnóstico do que está mal tenderá a aumentar, aprofundando-se ainda mais a via da redistribuição e pela perseguição de quem cuida e acumula capital.

Não fosse a tecnologia (comunicação e comunidades de rede, impressoras 3D, moedas sem estado, etc.) e fenómenos ideológicos vanguardistas como o movimento libertarian e curiosamente o tradicionalismo, mas também outras tendências comunitaristas (há mais de 100 anos as elites não viam o socialismo e marxismo a borbulhar, hoje, o consenso social-democrata e igualitarista do estado moderno não vê os novos vanguardismos) e a sociedade poderia simplesmente colapsar com o colapso a prazo do estado moderno. E o conservadorismo não ideológico (como a religião) prosperará. Tudo o que o progressismo odeia.

9 comentários:

Vivendi disse...

CN,

Acrescente aí o Salazarismo.

Os 15% de limite de Salazar no peso da economia foi como um ferrinho. E não foram anos de governação, foram décadas. Um dos melhores exemplos a nível mundial na história económica que os portugueses teimam em querer ignorar.

Anónimo disse...

Oh vivendi, a informacao acerca das contas relativas ao estado novo estao muito dispersas. Vc conhece algum sitio onde se possa ver claramente, ano a ano, as contas publicas daqueles tempos?
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Rb

Ricciardi disse...

CN, a propósito da «contabilizacao e obtenção dos lucros» que comentários se lhe oferece fazer acerca do facto de se estimar que cerca de 30% do PiB mundial estão parqueados em off-shores?
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Não será este um problema que na modernidade tem vindo a afectar enormemente as contas públicas levando a que se considere as despesas públicas são elevadas quando na realidade o que não é contabilizado reduz percentualmente o peso das despesas no PiB?
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E se de repente essa massa pudesse, como acontecia qdo havia controlo de capitais, integrar os PiBs nacionais?
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Se essa massa parqueada em offshores integrasse os PiBs a despesa publica percentaul redurzir-se-ia enormemente.
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rb

Ricciardi disse...

Considere, pois, esses PiBs parqueados como se fossem poupanças derivadas dos lucros, que em vez de estarem disponiveis na economia para alimentar Investimento e Desenvolvimento estão fechados para servir a acumulação pela acumulação. Um bocado como a estoria do Scrugge avarento.
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Verdade seja dita, a Alemanha está a fazer um esforço por tentar acabar com estas massas em off shore. Mas nao é acompanhada pelo resto do mundo.
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Rb

Ricciardi disse...

Como é que a Teoria economica Austriaca convive com este fenómeno?
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Rb

CN disse...

Juntar dinheiro e pô-lo em qualquer lado não prejudica ninguém. Mesmo que o deitassem fora e destruíssem.

Anónimo disse...

Hummm, que estranho argumento CN. Entao a poupanca para financiar o Investimento ou consumo se for desviada nao tem problema algum.
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É caso para perguntar, se os lucros que financiam a actividade economica podem ser destruidos, deitados fora, ou colocados à margem em off shores, e se isso nao prejudica ninguem, entao para q raios servem?
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Rb

zazie disse...

Servem para os euzinhas fazerem o que bem entenderem deles.


ehehehe

Anarquia é assim. Não existem nem países nem pessoas, nem nada.

Os outros servem para troca e tudo remete ao euzinho proprietário do mundinho que consegue abarcar.

É o Império do Eu.

Vivendi disse...

RB,

Eu sigo as estáticas de Medina Carreira. Realmente é muito difícil encontrar fontes económicas desse período. A pordata também tem algumas informações mas é muito incompleto.

Alguém quis um apagão histórico desse período.