28 outubro 2013

teoria económica e realidade

Podemos dividir os bens económicos em bens de consumo, bens de investimento (ou bens de capital ou produção) e bens que constituem meio de troca (nem se destinam a ser consumidos nem a ser utilizados como bem de produção) ou seja, moeda.

Uma dos sintomas sobre a existência de problemas na teoria económica moderna, uma boa parte dela baseada na utilização de modelos matemáticos de equilíbrio é... a forma como trata e encara a moeda.

Estamos a falar da ferramenta social que por excelência permite uma ordem social de cooperação com vantagens mútuas em vez do isolamento em autarcia ou conquista violenta.

Mas na concepção formalista-matemática moderna a moeda não tem existência própria, não existe procura por moeda nem oferta que responda a esta procura, mas sim procura e oferta de crédito e uma taxa de juro.

E quase toda a profissão económica académica desenvolve uma aversão natural pela procura de moeda, onde não vêm qualquer utilidade e até, como os keynesianos e outros, procuram até concentrar o seu diagnóstico de problemas económicos.

Já ao crédito, tudo de bom lhe é atribuído, por isso tudo que facilite a expansão e circulação de crédito é bem visto e (supostamente) compreendido e modelado. Se o sistema bancário pode expandir o crédito pela criação de moeda (essa coisa inconveniente, que assim tem a sua redenção) em vez do acto de poupança monetária, baixando assim a taxa de juro, tanto melhor.

Tirando as bolhas e as crises observadas há séculos, que deitam por terra qualquer credibilidade.

2 comentários:

Luís Lavoura disse...

Podemos dividir os bens económicos em bens de consumo, bens de investimento e bens que constituem meio de troca

Há também bens mistos. Por exemplo, uma casa - tanto constitui um bem de consumo como uma forma de aforro.

CN disse...

A classificação é apenas conceptual.

Uma casa vista como bem de capital para um trabalhador ter acesso a um emprego e produzir.

Os austríacos são os primeiro a reconhecer isso e por isso mesmo a desconstruir a demasiada validade das análises de agregados económicos.