04 outubro 2013

radicalmente

Eu sou hoje radicalmente contra o divórcio pelo amor que tenho aos meus netos.

Eu não desprezo o bem dos meus filhos e noras (e dos meus genros e filhas, quando estas casarem e me derem netos). Mas considero menos o bem dos meus filhos e noras do que o bem dos meus netos. É uma questão de hierarquia. E a  razão é que os meus filhos e noras, quando decidiram casar e ter filhos, tinham muito boa idade para saber aquilo que queriam da vida, em particular, a pessoa com quem queriam partilhar a vida e constituir família, e ainda plena liberdade de escolha nesta matéria.

Os meus netos é que não têm nem tiveram nada disto, em particular, liberdade para escolher os pais. Serão vítimas plenas de todas as asneiras e erros que os pais cometerem.

A comunidade tem de proteger estas crianças contra as asneiras e os erros dos pais, no caso de eles os cometerem. A comunidade não é uma mera ideia abstracta, é feita de pessoas concretas. E a primeira pessoa a avançar, se não avançar mais ninguém, serei eu - o avô.

5 comentários:

Ricciardi disse...

É um argumento que é frequentemente usado para defender o divórcio. A infelicidade dos filhos (netos) a assistir às agressões mutuas dos pais.
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Portanto, eu diria: pelo amor que se tem pelos netos o melhor é que os pais se dêem bem.
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Rb

Anónimo disse...

Se a causa desta postura ideológica é o amor aos netinhos, nada tem de racional, só pode ser meramente emotiva. Trata-se de uma argumentação tipicamente feminina...

Pedro Sá disse...

Querer dificultar o divórcio é querer aumentar o número de pessoas a viver numa casa onde não há real felicidade.

A ideia de que é melhor para os filhos que os pais estejam juntos do que qualquer outra situação parte, para além disso, de um apriorismo inaceitável e impossível de provar.

E depois esquece-se de uma coisa importante. É que lá por uma relação acabar não quer dizer que não tenha funcionado por X tempo.

Luís Lavoura disse...

O Pedro Arroja fala como se todos os casais que se divorciam tivessem filhos. Ora, muitos não têm.

E como se todos os filhos fossem iguais. Quando os filhos têm mais de 14 anos, o divórcio dos pais praticamente não os afeta.

Anónimo disse...

Muito bem