Texto completo aqui.
PS: o PA que perdoe tanta atenção a e citação de Rothbard, mas sempre é em português e enquadra o seu pensamento.
"(...) A esquerda progressista acredita no mito do progresso inevitável; ela acredita que a história está ao seu lado, sempre conspirando a seu favor. Sendo ela formada por social-democratas (mencheviques), primos dos comunistas (bolcheviques) — com quem vivem entre tapas e beijos —, a esquerda progressista possui um objetivo similar ao dos comunistas, mas não idêntico: um estado socialista igualitário, gerido totalmente por burocratas, intelectuais, tecnocratas, "terapeutas" e pela Nova Classe iluminada, geralmente em colaboração com — e sempre sendo apoiada por — credenciados membros de todos os tipos de grupos vitimológicos, aquela gente que se diz perseguida e que vive lutando por "direitos iguais" — sendo que o 'iguais' significa na verdade 'superiores'. Estes grupos são formados por negros, mulheres, gays, deficientes, índios, cegos, surdos, mudos etc.
A esquerda progressista acredita que a história está marchando inexoravelmente rumo a este objetivo. Uma parte vital deste objetivo é a destruição da família tradicional, "burguesa" e composta de pai e mãe, que deve ser substituída por um sistema em que as crianças são criadas e educadas pelo estado e por sua Nova Classe de orientadores, tutores, terapeutas e demais "cuidadores" infantis.
A utópica marcha da história, objetivo dos social-democratas, também é similar à dos comunistas, mas não exatamente a mesma. Para os comunistas, o objetivo era a estatização dos meios de produção, a erradicação da classe capitalista, e a tomada de poder pelo proletariado. Já os social-democratas entenderam ser muito melhor um arranjo em que o estado socialista mantém os capitalistas e uma truncada economia de mercado sob total controle, regulando, restringindo, controlando e submetendo todos os empreendedores às ordens do estado. O objetivo social-democrata não é necessariamente a "guerra de classes", mas sim um tipo de "harmonia de classes", na qual os capitalistas e o mercado são forçados a trabalhar arduamente para o bem da "sociedade" e do parasítico aparato estatal. (...)
Trata-se, no mais profundo sentido, de uma guerra não apenas cultural e econômica, mas religiosa. "Religiosa" porque social-democracia/progressismo de esquerda é uma visão de mundo passional, uma "religião" no mais profundo sentido, pois guiada unicamente pela fé: trata-se da ideia de que o inevitável objetivo da história é um mundo perfeito, um mundo socialista igualitário, um Reino de Deus na Terra, seja este deus "panteizado" (sob Hegel e os adeptos do Romantismo) ou ateizado (sob Marx).
Esta é uma visão de mundo em relação à qual não deve haver concessões ou clemência. Ela deve ser contrariada e combatida veementemente, com cada fibra de nosso ser.
Quem vai vencer essa guerra? Não se sabe. De que lado está a maioria da população? Certamente perdida, disponível para quem chegar primeiro. A maioria está confusa, vagando de um lado para o outro, dividida entre visões de mundo conflitantes.
(...)
Daí a histeria em relação a Franco e a Pinochet; daí o linchamento de Joe McCarthy, que realmente ameaçou ser bem-sucedido em fazer recuar não apenas os comunistas, mas até mesmo os progressistas e social-democratas. Ameace retroceder "direitos" obtidos por grupos de feministas, de gays, de negros, de desarmamentistas, de funcionários públicos, de sindicalistas ou de qualquer outro do ramo vitimológico, e você verá o que é uma fúria progressista.
Portanto, o combate requer, principalmente, coragem e nervos para não ceder e não se dobrar perante as totalmente previsíveis reações caluniosas e difamantes dos oponentes"
3 comentários:
Elucidativo! Muito Bom!
Este Roth so faz que copiar ao Rui A com PA e fundir e simplificar ambos os dous pensadores em um .:)
Como é que a social-democracia promove a "harmonia de classes", se fundamentalmente as opõe uma à outra?
Não estão os sindicatos em permanente conflito com os patrões?
A social-democracia promove a luta de classes. A diferença é que a enfeita com subsídios e palavras grandiosas.
Dos regimes mais ou menos corporativos é que se pode dizer que o fizeram, com maior ou menor grau de sucesso. E os factos aí estão para o provar, para quem se der ao trabalho de ir ver.
PS: Será que não há um único português que "enquadre o pensamento do PA"?
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