As tribos germânicas chamavam “Franks” às francesas, uma designação que, etimologicamente, invoca liberdade – free. S. Francisco de Assis, nascido Giovanni di Pietro di Bernardone, recebeu a alcunha de Francisco do próprio pai; ‹‹esse francês›› imagino o progenitor a falar, pelo seus gostos estrangeirados.
Ainda jovem, o nosso Giovanni passou por um conjunto de vivências místicas que influenciaram profundamente a sua visão do mundo e que viriam a determinar uma ruptura com o pai – com a voz da razão.
Numa destas vivências, uma imagem de Cristo crucificado dirigiu-se a Giovanni e disse-lhe: ‹‹vai e reconstrói a minha casa que está em ruínas››. O jovem deitou mãos à tarefa e o resultado faz parte da história.
Francisco, ou Paco – Pater Comunitatis – abraçou a pobreza enquanto ideal de perfeição. Renunciou ao pai, à família, à tradição e ao património, e com essa atitude rompeu com o “status quo”.
O nosso reencarnado Francisco, ou Paco para os amigos, também é um homem de rupturas. Quer romper com o passado e esperemos apenas que não queira romper com a razão. Estou confiante que não o fará, pelo menos enquanto os crucifixos não começarem a falar com ele
:-)
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