Permitam-me que
entre, ao de leve, neste interessante debate entre o Carlos Guimarães Pinto e o
Pedro Arroja, apenas para dizer que aquilo a que o Carlos designa como “liberdade de escolha” parece-me não ser mais do que o “livre-arbítrio” dos católicos, que
foi, de resto, o ponto teológico nevrálgico da cisão luterana e calvinista, que considerou
a predestinação superior às escolhas morais dos indivíduos. O livre-arbítrio é
a faculdade que permite ao homem escolher entre o bem e o mal, o certo e o
errado, o que ele só poderá verdadeiramente fazer se for livre para tomar as
suas decisões. Certamente que, entre elas, a decisão de aceitar quem o
aconselhe e encaminhe no sentido do bem, como o Pedro sugere que devem fazer todos aqueles
que têm a sua capacidade de ajuizar reduzida. Mas será sempre, esta e todas as
outras, uma decisão individual, mesmo quando aceitamos a autoridade de
terceiros se sobreponha à nossa vontade. Isto encaminha-nos para a ideia de
responsabilidade individual, da qual o protestantismo não deixou de se afastar,
mais preocupado, como sempre esteve ao longo da história, na defesa da
liberdade religiosa face ao papado, do que propriamente na liberdade moral de
cada homem.
3 comentários:
É engraçado como o PA pôs a gente deste blog a tentar arranjar raízes católicas para as ideias que defende, como se isso fosse um selo automático de aprovação.
É por estas e por outras que este blog é único.
Like.
O problema é que o PA defende a imposição de decisões a terceiros independentemente da vontade destes.
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