04 outubro 2013

Bolhas e Crises

A obra "Manias, Panics and Crashes A History of Financial Crises" Sixth Edition Charles P. Kindleberger and Robert Z. Aliber, que é um standard nos meios académicos mainstream utiliza o termo "bubbles" (bolha) por 146 vezes, das quais 26 para a conjugar em "credit bubble" (bolha de crédito).

Charles P. Kindleberger, um americano, considerado uma referência na matéria na teoria da moeda - um defensor da chamada State Theory of Money que praticamente nega a possibilidade e a génese de um meio de troca poder surgir espontaneanente na linha lançada defendida por Carl Menger (1871), Mises e Hayek. E assim, nem Mises é referido, e Hayek ao de leve para mencionar a sua defesa da livre emissão de moeda.

Ou seja, apesar do reconhecimento da ocorrência de bolhas e de bolhas de crédito, uma tentativa de explicação sistemática aparece? Não. Nem sequer menciona a mais estruturada que se conhece, exposta por Mises em 1913, na sua obra Teoria da Moeda e Crédito, onde aplica graciosamente as mesmas bases do valor subjectivo e utilidade marginal à moeda e sistematiza de forma definitiva a teoria da moeda. E onde Mises lança a teoria austríaca dos ciclos económicos que identifica a capacidade de criação de crédito e moeda como o elemento que distorce a estrutura económica, de que a crise acaba por ser o processo de cura e não a doença em si.

Existe uma referência curiosa a Charles P. Kindleberger:

"Ficou famoso com a Teoria da estabilidade hegemônica. Ficou também conhecido por ter dado seguimento a uma teoria administrativa, a "Teoria da Contingência", através das respostas que dava aos seus alunos, dizendo que para cada situação as soluções apresentadas nunca deveriam ser as mesmas, porque tudo "depende"."

E pronto, é isto, tudo depende. Os meios académicos gostam disto.

E assim cá estamos. Na N crise similar a tantas outras.

1 comentário:

Vivendi disse...

Este quadro é fatal:

http://viriatosdaeconomia.blogspot.com/2013/10/cuidado-com-o-que-vem-ai.html