02 outubro 2013

as origens

Talvez seja bom relembrar que a instituição de soberania absoluta do "pai" é uma instituição conservadora que perdurou muito além do Império Romano, e bem vistas as coisas, até não há muito tempo assim.

Portanto, cuidado com os motivos que levam o pensamento progressista a defender o aborto e não o confundir com os motivos existentes no ultra-conservadorismo para um resultado semelhante, que obviamente, ser relacionavam com questões de propriedade.
"Segundo a Lei das Doze Tábuas, o pater familias tinha vitae necisque potestas - o "poder da vida e da morte" - sobre os seus filhos, a sua esposa (nalguns casos apenas), e os seus escravos, todos os quais estavam sub manu, "sobre a sua mão". Para um escravo se tornar livre (alguém com status libertatis), teria que ser libertado "da mão" do pater familias, daí os termos manumissio e emancipatio. Por lei, em qualquer caso, a sua palavra era absoluta e final. Se um filho não era desejado, nos tempos da República Romana, o pater familias tinha o poder de ordenar a morte da criança por exposição."

7 comentários:

zazie disse...

Por isso é que o Ocidente é fruto do cristianismo e não da Torah nem dos romanos.

zazie disse...

Só com esse exemplo v. tinha pano para mangas e bastava para que na Constituição da UE estivesse escrito que ela é Cristã.

É é. A merda é que ninguém lê S. Tomás de Aquino porque o jacobinismo conseguiu expulsar da escola tudo o que lhes podia cheirar a batina.

A Filosofia medieval é dada como uma caricatura das trevas. Para gozar.

Vende-se a ideia que o Ocidente só existe devido à modernidade e às Luzes.

E o liberalismo é filho disto tudo.

Do iluminismo. Por muitas divisões que inventem, é tudo farinha do mesmo saco- positivismo iluminado e materialismo laico ou ateu.

zazie disse...

Mas v. está a ajudar-me.

Está a corroborar o que eu digo- foi com Maquiavel e Hobbes que se passou a ir buscar ao Antigo Testamento os fundamentos para o Estado Moderno pelo facto do cristianismo ser "demasiado brando".

zazie disse...

E isto só desce para Sul devido ao acolhimento que teve entre os enciclopedistas e depois por expansão napoleónica.

zazie disse...

De novo, já que repetem:

https://www.box.com/shared/static/agox726k44hhr8fyj85v.pdf

marina disse...

fui ali outra vez num instantinho e encontrei isto num estudo feito em espanha. parece que pouco mudou desde os romanos :

"Atendendo às motivações concretas, 87% das mulheres entrevistadas
manifestaram que o motivo principal do seu aborto foi a indiferença afectiva e física
do seu companheiro. O abandono do pai manifestou-se em 71% das ocasiões
mediante “chantagem emocional”.


e fiquei com uma dúvida : que pena se aplicará a quem incita ao assassinato ou é seu cúmplice..

zazie disse...

Quem aborta por indiferença afectiva do marido, de facto, mais vale que nunca tenha filhos.