29 outubro 2013

a ver milagres...

Agora, a ideia que eu deixei de milagre no meu post anterior não tem nada que ver com a definição de milagre do Espinoza, citada pelo Joaquim. Rigorosamente nada que ver.

Quem está certo? Não sei, se calhar é o Espinoza, quase de certeza é, ainda por cima ele é estrangeiro (embora descendente de portugueses) e judeu. Esta é uma combinação imbatível.

Mas também não é minha pretensão discutir neste post quem tem a verdade acerca do que é um milagre. A minha pretensão é outra.

Aquilo que pretendo é salientar ao Joaquim que o Espinoza, tal como o Kant, nunca teve mulher. E o Espinoza, tal como o Kant, pensava isto acerca das mulheres.

O Espinoza, tal como Kant, era um homem incompleto - um homem que não tinha, nem nunca teve, mulher -, o que não abona muito em favor da sua competência para discutir comigo o que é um milagre (discussão que deixarei para outra altura).

Um homem incompleto ... um homem que não tinha, nem nunca teve, mulher ... mas que importância tem isso para aquilo que um homem pensa?

Tem uma importância decisiva.

E o que é isso de ter mulher, é tê-la fisicamente?

É isso, mas não é só isso - é muito mais do que isso. Um homem que tem mulher é um homem que tem o seu espírito possuído por uma mulher. Amar uma mulher é ter o espírito possuído por ela, é estar pronto a fazer tudo por ela.

Por isso, um homem que tem mulher pensa de uma maneira diferente, muito diferente - porque o seu espírito está possuído por ela - de um homem que não tem mulher.

Ter mulher é... ser possuído por ela, é ter o espírito possuído por ela.

Fantástico ... um milagre...outro.

Na verdade, eu passo agora a vida a ver milagres...

12 comentários:

Anónimo disse...

«O Espinoza, tal como Kant, era um homem incompleto - um homem que não tinha, nem nunca teve, mulher -, o que não abona muito em favor da sua competência para discutir comigo o que é um milagre (discussão que deixarei para outra altura)»
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Em suma S.Aquino, S.Agostinho, embora não tivessem mulher, incompletos portanto, tambem não podem discutir consigo, por incompetencia, o que é um milagre?
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Porque um milagre é coisa que só homens casados com mulher podem conhecer?
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Não seja por isso. Existirá algum filsófo que tenha sido casado e tenha as mesmas opiniões de Spinoza, ou Kant ou outro qualquer solteiro?
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Parece-me que sim. Que existem homens casados que apreciarão as teses dos filosfos solteiros. Ou não?
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Rb

Anónimo disse...

RB,
Você às vezes fala muito e pensa pouco. Esses tinham mulher, Maria, a Igreja.
PA

Anónimo disse...

Mas, não é preciso ir mais longe. O Joachim é casado (penso eu de que). Eu sou casado.
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Temos mulher, portanto.
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Mesmo assim, eu não acredito em milagres.
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Em que ficamos?
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Se é preciso ter mulher para se reconhecer um milagre. Se é preciso ter filhos, então aqueles que não acreditam e são casados são estúpidos? Palermas?
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Rb

Anónimo disse...

O Kant era casado com a sua mao direita. Os amigos chamavam-no de Crab Claw


Elaites

Anónimo disse...

Mas vc diz que a Igreja é mulher.
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Eu posso dizer que a Igreja é homem.
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Eu podia dizer que as freiras casam-se com um homem, a Igreja.
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O que vc poderia dizer é que, uma freira ou um padre, se comprometem com a Igreja. Assim como um homem e uma mulher se comprometem mutuamente com o casamento. E mabos juram fidelidade.
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Mas não pode qualificar a Igreja como sendo de genero masculino ou feminino. Porque isso não tem cabimento.
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Ora, o comprometimento é então a razão pela qual vc acha que um solteiro não é capaz de pensar adequandamente em questões de milagres.
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Vc achará que um homem não se comprometendo com mulher no casamento ou com a igreja, não tem experiencia suficiente para pensar bem e sobretudo, sentir milagres.
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E não vejo que isso seja condição necessária, nem suficiente. Pode eventualmente um certo grau de importancia, mas não é factor determinante.
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Rb

Anónimo disse...

E se eu lhe dissesse, de repente, que Spinoza tinha uma mulher, ainda que no conceito alargado de mulher do PA(A Igreja).
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Já eram mais válidas as teses dele?
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Rb

Anónimo disse...

Estrangeiro e judeu!... que combinação imbatível!... -- JRF

Anónimo disse...

O que o Espinoza pensava das mulheres não nasce com ele nem de um dia para o outro... olhe que a igreja católica também deu a sua contribuição para esse estado de coisas... -- JRF

Anónimo disse...

Um minuto... o homem até foi excomungado da comunidade judaica... porque é relevante ter dito que ele era judeu?... deve ser coisa que encaixa numa tese... -- JRF

Anónimo disse...

Passa a vida a ver milagres?... foi o que eu disse!... PA o Pio... -- JRF

Pedro Sá disse...

Mas, claro está, uma mulher já não tem que fazer tudo por um homem, certo?

Anónimo disse...

Desculpe Pedro Arroja, mas em minha opinião a associação mais frutífera, mais genial, é a de Judeu criado na Rússia (não escrevi URSS). Comece a coleccionar nomes, desde Literatura a Ciência.

"... um homem que tem mulher pensa de uma maneira diferente, muito diferente — porque o seu espírito está possuído por ela — de um homem que não tem mulher."
E é verdade, desde que se nos apercebamos que é uma união/junção criada em respeito, ternura e amor.

Se há casados que apreciam o pensamento de solteiros, o inverso também é verdadeiro.
A espécie humana é monótona, é tão, tão igual que dá boa sorte a ditadores & all. Basta-lhes saber um pouco de história (porque se repete).

Abraços a todos que se esfalfaram com tantos caracteres nos últimos posts.
eao