O economista Álvaro Almeida, o enfermeiro Porfírio Santos e a jornalista Alexandra Campos, tentam hoje demostrar, no Público, que os médicos operam mais depressa quando recebem incentivos financeiros.
Médicos operam mais depressa quando recebem incentivos financeiros - Público
Operações realizadas fora do horário normal de trabalho e pagas à parte demoraram menos 43 minutos, concluiu estudo
O sistema de incentivos para a recuperação de listas de espera em
cirurgia, que implica trabalhar fora do horário normal de trabalho,
aumenta "significativamente" a produtividade dos profissionais de saúde,
revela um estudo que vai ser apresentado hoje na 13.ª Conferência
Nacional de Economia da Saúde, na Universidade do Minho, em Braga.
Álvaro Almeida, da Faculdade de Economia da Universidade do Porto, e o
enfermeiro com mestrado em gestão Porfírio Santos quantificam em "cerca
de 35%" o ganho de produtividade conseguido com a produção adicional em
cirurgia.
Os resultados são inequívocos: uma cirurgia típica demorou "83
minutos", quando realizada em produção adicional (fora do horário
habitual de trabalho e paga à parte), enquanto uma intervenção cirúrgica
idêntica, realizada em produção normal, demorou "126 minutos". Menos 43
minutos, portanto. Os autores do estudo analisaram as intervenções
cirúrgicas efectuadas em 2010 num hospital (não identificado) nas
especialidades com actividade em produção cirúrgica adicional
"significativa e regular" (urologia, cirurgia geral e ortopedia).
As cirurgias adicionais foram realizadas no âmbito do Sistema Integrado
de Gestão de Inscritos em Cirurgia (SIGIC), que regula as listas de
espera no Serviço Nacional de Saúde. E este trabalho é remunerado à
parte. Por trabalharem na recuperação de listas de espera (o que no
hospital estudado implicava não operar às sextas-feiras à tarde e aos
sábados de manhã) as equipas cirúrgicas recebem 45% do valor pago à
unidade de saúde. Mais de metade (50,7%) deste valor reverte para o
cirurgião principal e para o ajudante, enquanto o anestesista recebe
23,4%, exactamente a mesma percentagem que toda a equipa de enfermagem,
ficando o assistente operacional com 2,5%.
Mas os incentivos financeiros não são a única explicação para a maior
rapidez com que as cirurgias são efectuadas na produção adicional. Como
"explicações prováveis" para o aumento de produtividade, os autores do
estudo destacam o ritmo de trabalho mais intensivo, "devido ao grande
interesse dos profissionais em executarem o plano operatório o mais
rapidamente possível", mas também o facto de a equipa cirúrgica estar
disponível para "alterar a sua forma tradicional de organização dos
processos de trabalho, através da utilização de uma segunda sala
operatória (que não é utilizada na produção cirúrgica normal)".
Referem ainda que o aumento da produtividade na produção cirúrgica
adicional "é conseguido em todas as fases do processo", não só a da
cirurgia propriamente dita, mas também no tempo de recepção do doente e
no tempo de preparação anestésica, e que se verifica em todo o tipo de
intervenções cirúrgicas.
A metodologia utilizada neste trabalho permitiu identificar cirurgias
idênticas, uma vez que foram eliminadas à partida as eventuais
diferenças nos tempos que pudessem resultar de diferenças no estado de
saúde do doente ou na sua idade ou sexo, do tipo de intervenção
cirúrgica, da utilização de internos, do número de cirurgiões e dos
procedimentos anestésicos.
Comentário: Quando puder irei demonstrar que o estudo citado chega a conclusões erradas.
3 comentários:
O estudo feito por 3 sumidades tem como finalidade denegrir os médicos.
1- Nenhum deles faz ideia do que seja operar um doente.
2- Metem os pés pelas mãos ou por má-fé ou por burrice ( ou pelas 2 em simultâneo).
Refere-se no estudo que,se receberem incentivos financeiros,as equipas abrem uma 2ª.sala e por isso aumenta-se a produtividade.
Mistura-se o aumento da capacidade instalada( 2 salas para se operar o mesmo nº.de doentes) com o tempo que o cirurgião gasta a operar.
A "velocidade " com que o cirurgião opera é relativamente constante ( depende da sua experiência )e não pode ser acelerada ou retardada por incentivos financeiros.
Apenas gente maligna e semi analfabeta tem a lata de publicar semelhantes palermices.
Passem bem.
Bem, a conclusão que retiro da estatistica é simples:
- Preferia ser operado durante o periodo normal de trabalho. Provavelmente demora mais porque é efectuada com maior cuidado. Se metem o dinheiro à frente do cirurgião, qual cenoura, a coisa anda mais rápido mas como a pressa é inimiga da perfeição eu deixaria as operações fora dos tempos normais para o legislador quando dela precisasse
.
Rb
Nem mais. Operem os senhores do "estudo" nas horas extraordinárias
Por mim, prefiro ser operada sem pressa no horário normal.
Nenhum cirurgião competente arrisca operar sob pressão de cifrões.
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