29 setembro 2013

o aborto e abandono como crime - a guarda

A guarda de criança ou pessoa incapaz de providenciar a sua própria sobrevivência é uma escollha voluntária e que deve trazer uma obrigação. Que a decisão autonóma de pretender por fim a essa relação de guarda seja efectuada com os passos razoáveis necessários a que terceiros possam assumir a decisão de guarda.

Nesta perspectiva, o aborto deve ser crime, tal como o abandono displicente e sem cuidado. Se a decisão é livre, a obrigação de cuidar a transferência dessa guarda em condições razoáveis não é.

O aborto, sendo visto como decisão de expulsão do corpo da mãe, não permite essa transferência (talvez um dia a tecnologia o permita), como tal, nesta perspectiva deve constituir um crime.

Sendo assim, a criminalização não me choca. O que me parece contraditório é julgar o abandono efectuado os com cuidados necessários à transferência de guarda possa ser considerado mais imoral que o aborto. Seguramente não deverá constituir um crime, a não ser, como dito, que seja efectuado sem os cuidados necessários à transferência da guarda, coisa que o aborto não permite.

Ainda mais chocante, é que seja um acto subsidiado por quem o considera, com razoável argumento, um crime, tornando todos cúmplices. Mais ridículo ainda é ver a defesa do aborto com base na capacidade autónoma (propriedade) da mãe, por quem pouco dá por qualquer direito de propriedade. 

68 comentários:

zazie disse...

"Essa transferência" seria da mesma ordem que barrigas de aluguer.

Acha que é moral?

zazie disse...

E é por isso que sempre foi muito difícil a condenação do aborto, para lá do aspecto moral e de consciência.

Porque, sempre achei que seria uma aberração uma mãe andar grávida, com tudo o que de emotivo e até instintivamente biológico implica, para depois dizer aos outros filhos- que podem existir- que o maninho é para oferecer.

Eu nem sei como se pode considerar esta treta uma cena humana de formação moral da mãe e dos filhos.

Porque nem os animais, a não ser por inversões hormonais, se desfazem das crias que geraram.

zazie disse...

Nunca se trata apenas de perder um filho oud de alguém não ter sido aceite por quem o fez.

trata-se também de outrem perder um pouco de si.

Uma mãe que faz isto perde um bem que é o sentido maternal. Um pai que faz isto perde outro tanto que lhe é inato.

É é por este motivo que não se pode colocar em pé de igualdade o "direito" a ter o filho ou o "direito" a oferecê-lo para adopção.

A sociedade tem é obrigação de evitar que haja adopção e até que haja aborto.

zazie disse...

Imagine-se uma criança a assitir á mãe grávida- porque uma gravidez até ao fim implica ver-se, sentir-se, ligar-se ao que está a ser gerado, inclusive pelos outros filhos.

Imagine-se, portanto, uma criança a assistir a isso, a falar do sexo do irmão ou irmã, do nome que vai ter e um dia a mãe ou o pai ou ambos, dizerem que esse maninho não é para ser mano nem para ficar em casa.

Há-de dar cá uma tranquilidade de não lhe acontecer o mesmo que faz favor...

E é acerca deste "direito" que esse tarado do Rothaberd está muito interessado em defender- porque sim- porque tem direito a livrar-se do parasita que foi para lá pelo seu próprio pé.

No outro post. o tal migas, ficou muito baralhado porque a cartilha nem explicava a partir de quando existia responsabilidade pelo filho gerado.

Devia resolver de forma jacobina o problema, como o resolveu, anedoticamente, o CAA:

Olhe- "a partir de agora a responsabilidade só começa depois das 10 semanas".

Ricciardi disse...

Mas oh CN, não creio que o abandono responsável seja crime.
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Se um pai ou mãe não tem condições para o criar, sejam elas quais forem, tem a obrigação de cuidar para que alguém cuide. Só é crime se não cuidar que a criança seja protegida e cuidada.
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O que me choca no Roth é a total falta de, digamos, sentimentos. Um bebe ou uma criança nunca pode ser apelidado de 'parasita' porque não é desejado pela mãe. Ele tem alma própria, consciência, e mesmo que a não tenha é um ser humano.
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Roth é completamente desligado do mundo sentimental e afectivo. Precisamente por a lógica não se pode aplicar aos sentimentos.
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Repare na lógica. Se o corpo é propriedade da mãe e se a mãe não quer o filho que carrega então aquilo que carrega é um parasita, como um verme que não se deseja. Esta lógica ancap é igualzinha à lógica da esquerda radical comunista e troikista: o Direito da mãe a fazer do seu corpo o que muito bem entende, mesmo violando outro corpo.
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Não encontro diferença alguma na argumentação, embora as motivações sejam distintas. Os comunas desconsideram a Vida que a mãe carrega por vários motivos, dos quais destaco o que me parece mais importantes:
- oposição à moral da Igreja que reclama a Vida um dom de Deus.
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Rb

zazie disse...

São psiciopatas. Uns dizem isso em nome da importância do trabalho para a revolução: outros dizem o mesmo em nome da importância individual...

para a Revolução també,.

Os ancap são revolucionários- aspiram a um Mundo Novo, ad hoc.

Toda a teoria deles é treinada numa ilha- à Robinson Crusoé. Sem passado, sem gente, sem tradições, sem História.

Apenas a cartilha, o Robinson e os papagios, para a divulgarem.

Ricciardi disse...

Mas é engraçado pensar no corpo de uma mulher.
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O corpo delas foi imaginado para, digamos, servir e ser usado para dar e manter vida e contemplado, no sentido positivo da coisa. O que deita por terra as questões acerca da propriedade. A mulher, pela natureza das coisas, será mais usufrutuária do seu próprio corpo.
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Ele é laboratório, fabrica, supermercado e jardim.
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Ali se juntam químicos para fabricar um produto vivo que é alimentado antes, durante e depois de ser fabricado.
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Ainda por cima tem algumas pequenas curiosidades: não perdem cabelo nem têm excesso de pelugem. Aposto que Darwin não explica esta curiosidade, já que as mulheres tem o mesmo frio que os homens... logo deviam ter os mesmos pêlos durante o processo de evolução.
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Se não os têm é porque serve outro propósito. O Jardim, enfim.
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Além de gerar vida, a natureza dotou-as com mamas para alimentar as crias. Aposto que o Roth advoga que a mãe, na posse do seu direito de propriedade, possa deixar de amamentar a cria mal nasça. Como as mães cangurus deixariam os filhos fora das bolsas marsupiais?
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Já o corpo dos homens foi imaginado para ser usado e para servir as vidas que as mulheres geraram.
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Se as crias querem uns mucassins com sola de pata de elefante porque as de sola de burro fazem muito barulho para jogar às escondidas, um gajo tem que dar o corpo ao manifesto para caçar elefantes para o efeito.
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E se elas querem tangas de pele de leopardo ou comer veados porque já não aguentam a carne de gnus um gajo tem que puxar pela massa muscular para os caçar.
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O problema é quando elas pedem coisas insuportáveis. Cabanas em cima da falésia com vistas para a lagoa azul. Um gajo, além de ter que fazer de sapateiro especializado em solas de elefante, além de ter de curtir as peles dos animais caçados, ainda tem que fazer trabalhos de pedreiro e carpintaria para fazer a cabana da falésia.
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Mas pronto, estando as crias bem tratadinhas e o mulherio satisfeito, um gajo tambem não se importa de dar o corpo ao manifesto. A não ser que começem com as comparações escessivas. Olhas o marido da minha prima trouxe carne de porco alentejano e um impala e tu só sabes trazer gnus e mais gnus.
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Rb

migas disse...

"No outro post. o tal migas, ficou muito baralhado porque a cartilha nem explicava a partir de quando existia responsabilidade pelo filho gerado."

Baralhada está a zazie...

No meu comentário escrevi que um pai tem a responsabilidade natural de salvaguardar a vida de um filho desde o seu nascimento (fecundação).
Com isto pretendia abstrair-me totalmente da discussão sobre o aborto.

A ideia era chegar, com base no direito natural (e desculpe se estou a corromper o termo, mas concretamente estou a referir-me ao direito supremo à defesa da vida), ao conceito de responsabilidade natural.

Os libertários raramente falam em responsabilidade, algo que obrigue o indivíduo a uma acção.
O seu pensamento é do género, ninguém pode ser condenado por não agir.

O CN, neste post, reconhece a existência de uma responsabilidade que se não for devidamente cumprida constitui um crime por inacção.

Era só aqui que eu pretendia chegar, e nada mais.

zazie disse...

V. estava tão bralhado que até perguntou se era depois de nascer ou da fecundação.

Olhe: é depois de saber.

Ricciardi disse...

«Os libertários raramente falam em responsabilidade, algo que obrigue o indivíduo a uma acção.
O seu pensamento é do género, ninguém pode ser condenado por não agir.»
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Actos e Omissões são duas faces da mesma moeda.
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Abster-se de agir é um acto... negativo.
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Daí o Acto Penitencial do Credo ter uma passagem onde se diz «... que pequei muitas vezes por pensamentos e palavras, actos e omissões...»
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Rb

CN disse...

Não é bem inação. A decisão de guarda é voluntária, o fim voluntário desta guarda tem de ser efectuado com os devidos cuidados para permitir a sua transferência.

Anónimo disse...

"Já o corpo dos homens foi imaginado para ser usado e para servir as mulheres."

Anónimo disse...

Acabei de ler aqui um conceito que acreditava ser impossível de conceber

"ABANDONO RESPONSÀVEL" de crianças.

Gente imaginativa!

zazie disse...

O Rui A uma vez deu-se ao trabalho de resumir estas ideias do Rothbard.

é ler aqui:

http://oinsurgente.org/2013/01/13/a-etica-de-rothbard/

O tipo só podia ser um psicopata.

zazie disse...

Mas isto é literalmente igual ao que as malucas das feministas dizem.

Ora leiam aqui uma tarada que até é advogada a dizer o mesmo:

«Um embrião é uma coisa descartável, tendencialmente excessiva, que eventualmente nidifica nas entranhas de uma pessoa fértil.»

http://meuserevaporei.blogspot.pt/2007/01/embries-so-entidades-descartveis.html

migas disse...

zazie disse:
"V. estava tão bralhado que até perguntou se era depois de nascer ou da fecundação.

Olhe: é depois de saber."

Faço mea culpa, pois não era com intenção de ser uma pergunta. O parêntesis e o ponto de interrogação era no sentido de não ser aquilo (nascimento ou fecundação) que estava em causa no meu comentário.

De resto, já deixei bem claro onde pretendia chegar.

Por fim, seria bom para o debate que não entrasse a matar. Afinal não me conhece de lado nenhum para vir com a cartilha do maoista de livro vermelho do liberalismo a querer construir um mundo ad hoc(ou qq do género).

O liberalismo combate o ad-hocism.

zazie disse...

Quem entrou a matar foi v. ao chamar-me comuna.

De resto, concordo consigo. Até podemos conversar civilizadamente.

zazie disse...

E eu deixei argumentos. V. é que fingiu que nem os viu.

A cartilha maoista é mesmo assim. Não é sequer invenção minha. Qualquer pessoa que tenha maior vivência nota as semelhanças de discurso.

Encanita-me a mania das pessoas vestirem uma farda qualquer, para mostrarem que pertencem a uma tribo e depois não avançam ideias- atiram com maniqueísmos para cima dos outros- arrumando-os sempre da forma como v. fez.

CN disse...

A Zazie e o Rui têm um problema com a realidade: choca descrever o aborto tal como ele é, sendo legal e subsidiado e o Rui parece ser contra a criminalização.

Explique lá outra vez o que e o aborto se não como o Rothbard o descreve: a expulsão do corpo da mãe que não o deseja.

CN disse...

ou seja, a Zazie é:

- contra a descrição propriamente dita?

- ou pela criminalização do aborto (suponho que aceitando o argumento da guarda)?

Ricciardi disse...

O CN faz perguntas. Mas a sua resposta é invariavelmente a mesma.
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Vc não é contra nem a favor do aborto ou do infanticidio.
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Vc não tem opinião. É-lhe indiferente se o bebé é morto ou não, ou que a criança seja alimentada, desde que isso seja uma opção da mãe (vulgo: proprietária).
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Portanto, se a mãe decidir abortar para si isso parece-lhe bem. Se não decidir abortar tambem lhe parece bem. Da mesma forma, se o pai decidir alimentar uma criança parece-lhe bem, se decidir deixa-la morrer por inanição tambem lhe parece bem.
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Afinal de contas, o que é que lhe parece mal?
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Tem uma pedra no lugar do coração ou é apenas aquilo que a Igreja de orgulho intelectual.
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Qual é a diferença entre Inteligência e Lógica? hein.
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Um computador debita lógica. É capaz de fazer contas de somar e chegar ao resultado certo. Mas não percebe se o resultado é a Verdade ou a Mentira. Se vc programar o computador de forma que o calculo de 5+5 seja igual a 15, ele apresenta o resultado lógico de 15. Mas não sabe interpretar o resultado. Falta-lhe capacidade de Julgamento. Inteligência, enfim. Exclusivo do ser humano.
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É esta a razão pela qual eu não considero a teoria de Rothbard: tem lógica, mas os fundamentos da mesma estão enviesados. Ele chega a um resultado mas não sabe Julga-lo.
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Rb

zazie disse...

É legal?

Não. Não é. Nem sequer é legal e muito menos despenalizado até x tempo em todo o mundo.

Isto é para começar por se falar correctamente das coisas.

zazie disse...

Eu já disse o que penso.

Que o aborto deve ser condenado moralmente e legalmente apenas permitido nos casos de doença ou perigo para mãe, como era antes desta merda da UE.

O CN é que não diz o que defende. Porque tem medo de qualquer heresia para com a cartilha neotonta.

zazie disse...

Essa posição de neutralidade porque a realidade existe é pura poltranice.

isso é que incapacidade moral.

Porque as pessoas sabem defender questões, independentemente da sua prática contrária .

Se assim não fosse nem era preciso moral para nada.

Na prática é isso. Os ancap á Rotbhard são amorais.

zazie disse...

Eu até acho que são imorais.

Mas, teoricamente, a posição é de "isso nem interessa".

Porque a única coisa imbecil que lhes interessa é a defesa da noção de propriedade em sentido material

São fanaticamente materialistas.

(como os marxista. tudo isto é "praxis materialista")

zazie disse...

E, só por causa das coisas, o aborto nem se resume a essa descrição naturalista.

O aborto também pode ser um acidente provocado por uma agressão de um terceiro.

E aí, como é?

A lei não pune o tipo que agrediu agrediu a mulher grávida?

Pune pois!

E sabe porquê? porque não existe paridade em estar grávida para ter o bebé e estar grávida para abortar.

zazie disse...

Portanto, a defesa da vida conta mais que a defesa da morte.

E qualquer moral tem por finalidade a busca da felicidade.

Qual é a felicidade implícita na Rand ou no Rotbhard?

É a felicidade do "que se lixem os outros, porque eu quero, posso, faço e mando".

zazie disse...

É a felicidade de egosímo edonista. A Rand também defendia o aborto porque permitia mais liberdade e felicidade a uma mulher que a prisão de ter o filho.

Tempo é dinheiro- como dizem os onzeneiros.

isto é imoralidade à onzeneiro.

Ricciardi disse...

«E qualquer moral tem por finalidade a busca da felicidade» zazie
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Perfeito.
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Rb

zazie disse...

Mas não necessariamente de forma utilitarista.

O problema dos liberais é que eles são utilitaristas.

E é por isos que me encanita a mentira de dizerem que até têm S- Tomás de Aquino como antecessor.

zazie disse...

O que é incrível é que esta porcaria liberal acabou por deixar descendência de esquerda.- da anormalidade do "mundo_às-avessas e agora isso é que é lei.

Porque a gigantesca demagogia deles é dizerem que tudo isto deve ser fruto de um "Direito Natural", quando naturalmente o Direito até impede e condena.

Poratnto, eles, como querem sempre um Mundo Novo, como se nada existisse, mas existe- para imporem as suas ideias fazem uso de lobby e da Lei!


Por isso é que o Rui a foi brilhante ao mostrar que os ancap são jacobinos.

E são. Porque só numa sociedade democrática, por força de lobbye e de voto, se podem mudar leis de acordo com as taras ideológicas.

e mudam. A despenalização do aborto, feita pela escardalhada fracturante, é filha desta merda ancap à Rothbard.

Como dizia o Dragão- muito vermelhos por fora mas muito liberaizinhos por dentro.

CN disse...

Zazie: não disse eu já variadissimas vezes que o aborto é imoral e até mais que dar em adopção?

CN disse...

Zazie: não disse também que existem argumentos sólidos para a sua criminalização?

CN disse...

Rothbard e conjunto de autores libertarians é anti- utilitarista.

Ricciardi disse...

Só para meter nojo.
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Se um pai pode deixar de alimentar um filho até a morte sem qualqueres consequências legais (mas somente sociais: ostracismo), então, por este prisma, não teriam de haver consequências legais para um pai que viole sexualmente as suas filhas.
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Aí está a decorrência cartesiana da lógica Rothbardiana.
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Rb

Ricciardi disse...

Anda a teoria toda certinha, numa lógica perfeita, mas não têm capacidade de Julgamento do resultado.
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Rb

zazie disse...

Explique lá como é que o que o Rothbard defende pode ser anti-utilitarista.

Eu digo-lhe já: a única maneira de ser anti-utilitarista era ele defender uma ética da infelicidade.

zazie disse...

Quer saber de onde vem todo este erro?

Eu digo-lhe: vem de eles nem serem teóricos de nada.

Isto não é teoria ética ou moral. Porque moral ou ética sempre foram a mesma coisa- filosoficamente falando.

E só filosoficamente falando é que se pode teorizar acerca dela.

V. , sem querer até já deu a dica.


Eu dou-lhe uma pista:

zazie disse...

Quando v. mete os pés pelas mãos, com a "ética e a moral" e fala nsito tudo, como se fosse uma teoria com antecedentes em filósogos- como :S Tomás de Aquino, v. bate com a cabeça na parede, para justicar o Rothbard e diz que aquilo que ele fez foi uma descrição naturalista do acto de abortar.

Então eu dizia-lhe: morrer também é dar o badagaio.

Vamos agora teorizar as vantagens de ajudar a dar o badagaio, já que dar o badagaio existe?

zazie disse...

Sabe quem é que faz isto?

Sabe quem é apenas parte da existência dos factos para depois os enquadrar na sociedade, de forma pragmática?


Eu dio-he:

Os políticos!

Isto é política. Nada tem a ver com Filosofia e muito menos com um ramo dela chamado moral ou ética.

zazie disse...

E, como é que os políticos resolvem merdas que existem sem precisarem de teorizar nada?

Eu digo-lhe também:

Fazendo leis!

Por isso é que tudo isto é jacobinismo e pensa como jacobinos e só pode ter tradução em leis jacobinas com finalidades políticas.

zazie disse...

A lógica é pura escolástica monga.

é silogismo vazio.

CN disse...

"Se um pai pode deixar de alimentar um filho até a morte sem qualqueres consequências legais (mas somente sociais: ostracismo), então, por este prisma, não teriam de haver consequências legais para um pai que viole sexualmente as suas filhas."


Que confusão mental...

migas disse...

zazie disee:

"Quem entrou a matar foi v. ao chamar-me comuna."

Sugiro que volte a ler, pois não foi assim.
Resumindo: eu faço um comentário ao post do CN, a zazie faz um comentário ao meu comentário apelidando-me de maoista liberal (assim que a minha vivência me permitir vislumbrar as semelhanças, eu prometo que a informo se ainda andarmos por estas bandas), eu respondi que o seu rótulo foi próprio daqueles que atacam por tudo e por nada o opositor de neoliberal.
Mas esta discussão não interessa para nada, é uma perda de tempo.

CN:
Objectivamente, há o reconhecimento de um crime por inacção. E ainda bem.

Do direito natural emerge a "responsabilidade natural".

zazie disse...

migas,

Não tem mais nada para dizer que andar para aí com esse choradinho?

Já reparou que esta treta até parece um debate teórico?
É isso, a fingir mas é isso e v. não quer é entrar nele.

zazie disse...

Dito tudo, a única coisa que me interessou observar foi como a treta da divisão entre moral e ética já pegou.

E pegou porque até os manuais escolares de Filosfia já obrigam os jovens a aprenderem uma mentira de uma falsa divisão.

Estou fartinha de combater isso. Porque depois metem os pés pelas mãos (como met o CN e o PA) e só dizem disparates.

Mas há uma razão, quanto a mim, para recentemente se andar a vender esta patranha.

De onde é que ela vem?

V.s, que são teóricos, deviam saber quem é que separou a moral da ética, uma vez que o sentido, até etimologicamente, é o mesmo.

Sabem?

zazie disse...

Foram os Filósofos?

Foi a Filosofia que fez a divisão entre ética e moral?

Quem?

E querendo separar o quê?

Bora aí, que isto é que tinha piada perceber.se para se entender o motivo de meme e da doutrinação escolar que obriga a aprender um erro.

Anónimo disse...

"Aplicando nossa teoria ao relacionamento entre pais e filhos, o que já foi dito significa que os pais não têm o direito de agredir seus filhos, mas também que os pais não deveriam ter a obrigação legal de alimentar, vestir ou educar seus filhos, já que estas obrigações acarretariam em ações positivas compelidas aos pais, privando-os de seus direitos." Rothbard
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CN,
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Qual confusao mental. Eu sei bem q o ROTH defendia que os pais nao tem o direito de agredir os filhos, como acima se vê. A provocacao era apenas para lhe dizer que a INACAO (omissao) é tao gravosa ou pode ser tao gravosa como a Accao.
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É tao grave, dentro do genero, deixar de de Alimentar os filhos dependentes (inaccao) como violar as filhas (accao).
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Ora, Roth diz que nao podem violar as filhas (agredir) mas diz que podem deixar de as alimentar. Ora porra, que lógica diabolica.
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Rb

CN disse...

Rb

é preciso ter muito cuidado com a definição de inacção porque às tantas somos criminosos por existir fome em África (ou onde seja) e a ONU pode prender-nos criminalmente por isso, ou então, trabalhar em regime de escravatura para dar alimentação a outro.

É a consequência de achar que moral e legal é a mesma coisa.

Só através da guarda voluntária pode lá ir. Que tem subjacente que também se pode decidir deixar de ter a guarda (e assim alimentar), desde que o processo de transferência assegura a possibilidade de terceiros a assumirem (voluntariamente).

CN disse...

Claro que a consequência do caminho da guarda conduz a que o aborto seja criminalizado, tirando as devidas consequências de tal.

E como já disse, não me oponho.

CN disse...

Já agora, os jacobinos achavam que moral ética eram a mesma coisa, por isso matavam qualquer pessoa que no seu entender praticava imoralidades.

Ricciardi disse...

«é preciso ter muito cuidado com a definição de inacção porque às tantas somos criminosos por existir fome em África (ou onde seja) e a ONU pode prender-nos criminalmente por isso, ou então, trabalhar em regime de escravatura para dar alimentação a outro.»CN
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Não interessa muito discutir as palavras. Interessa, isso sim, é o sentido que elas pretendem ter em cada contexto.
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Se eu chamar a alguém Burro não quero dizer que essa pessoa é um animal com orelhas grandes um rabo e quatro patas, quero dizer que ele não é inteligente.
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Inacção vem no Sentido daquilo que a Igreja denomina de pecado de Omissão. Estar ao nosso alcance fazer certa coisa importante para a felicidade de outrem e não o fazer.
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Não cabe nas minhas capacidades alimentar as crianças do continente Africano, mas tão somente as minhas, mas cabe nas capacidades de instituições que podem fazê-lo onde eu e muitas outras pessoas podem AGIR na sua conta e medida.
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É porque as pessoas AGEM e não se acomodam à INACçÃO que efectivamente existem as Missões e os missionários e essas pessegadas todas do género, incluindo verbas que os países destinam a ajuda nesses países.
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E iirita-me quem pensa que mais valia não dar nada para os governos desses países aprenderem a priorizar as despesas. É gente Rothbardiana certamente que pensa no acessório e não no fundamental.
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Rb

zazie disse...

Não. Os jacobinos quiseram destruir a moral e daí terem inventado a dita "Ciência política da ética".


Ética e moral sempre foram a mesma coisa.

Foram as ditas ciências sociais que fizeram uma divisão artificial.

A divisão passa a dizer que a ética é o estudo da moral. e que moral são apenas tradições e costumes.

o que é falso- moral sempre foi tanto teoria como prática e a origem do termo é dupla- mores e moralis.

Quem está interessado em libertar a legislação da moral é que precisa de inventar muitas éticas.

A separação é artificial e foi a Ciência- em particular a bioética que a fez e faz.

E depois, de forma absolutamente demagógica, passam a dizer que na moral apenas cabem as tradições e costumes religiosos, por exemplo, e que a ética é que teoriza.

E teoriza tanto que inventam tantas éticas quantos os ramos de possível aplicação social.

E isto para fazerem passar questões imorais como supostas teorizações éticas.

zazie disse...

O relativismo moral dos nossos dias reflecte-se nesta semântica.

E os manuais escolares enfiam estas patranhas nas cabecinhas dos jovens para poderem fazer passar o mundo às avessas.

Num mundo às avessas, até a moral é democrática- vai a votos.

zazie disse...

Ora v.s que defendem o jusnaturalismo, deviam saber isto e não repetirem a parvoeira.

Chamem moral que os jacobinos até marinham.

zazie disse...

morgadinho:

Mas tu topas de onde vem a preocpuação dele nessa cena de separar a omissão do crime, não topas?

O que é lhe interessa teorizar?

Interessa-lhe teorizar moral ou direitos de propriedade (sendo propriedade de um filho o memso que propriedade de terra ou de conta bancária)?

zazie disse...

Eles estão apenas interessados em esticar até ao paroxismo uma noção abstracta, tal como os comunas, que se chama Liberdade.

Os comunas esticam até ao paroxismo e ao paradoxo, uma noção abstracta chamada Igualdade.

É em nome destas donas que fazem merda.

zazie disse...

E a consequência é literalmente o oposto que o CN disse.

Não é a consequência de se achar que moral e legal que cria relativismos.

É a consequência de se achar que ética é diferente de moral e ética é teoria política que pode passar a lei que tira a moral da Lei!


É isto. Está aqui o que o Rui a já tinha topado- os ancap acabam por ser aquilo que dizem detestar- jacobinos.

zazie disse...

E a consequência é literalmente o oposto que o CN disse.

Não é a consequência de se achar que moral e legal que cria relativismos.

É a consequência de se achar que ética é diferente de moral e ética é teoria política que pode passar a lei que tira a moral da Lei!


É isto. Está aqui o que o Rui a já tinha topado- os ancap acabam por ser aquilo que dizem detestar- jacobinos.

zazie disse...

E isto acontece porque não se vive numa ilha sem História e sem sociedades.

Como eles querem inventar um mundo ad hoc, dizem que estão a recuperar para a moral aquilo que dela saiu para ir para a lei.

Só qeu a Natrueza tem horror ao vazio.

Ao tirar-se uma coisa, outra fica no seu lugar.

A Lei fica no lugar do vazio da saída da moral.

A sociedade não ganha Moral, perde-a porque a Lei manda sobre todos.

Todos estão sujeitos a ela. Não existem ilhas de utopia fora da sociedade- como v.s imaginam.

CN disse...

Portanto...

O critério do direito de propriedade é jacobino porque querem tirar a moral da lei (por exemplo, prevenir que se enforquem aristocratas) apesar de serem totalmente a favor do julgamento moral através do ostracismo/inclusão social, coisa a que o estado jacobino põe todos os entraves.

zazie disse...

Como assim?

Explique lá a ilação, sff.

Primeiro- que se entende por propriedade e quem alterou o que era do âmbito da consciência e da acção moral, para o âmbito do direito de posse sobre um bem?

Quando aconteceu isto?

Quem foi o primeiro teórico?

zazie disse...

O Direito de Propriedade torna-se lei.

Onde é que se vai equiparar as ligações morais familiares com as ligações de posses de bens materiais?

Acha que é á tradição social cristã?

Não. Não é.

Não foi daí que foram repescar a coisa.

Ela aparece como grande teoria do mundo mecânico materialista moderno.

zazie disse...

eehhe

Os aristocratas foram enforcados por isto.

Ete é o mundo do burguês que vai desembocar na Revolução Francesa.

Já tinha tido antecedentes nas republicas italianas com Maquiavel e tentativas em Inglaterra com o Cromwell

zazie disse...

E a ideia de direitos do euzinho liberal vai depois desembocar nos lobbies fracturantes, a começar pelas teorias dos euzinhos feministas.

A defesa de que o corpo é "minha propriedade" é literalmente o slogan feminista da lei a proteger a Liberdade da mulher abortar.

"Na minha barriga mando eu".

Foi aqui que se chegou com essa imbecilidade ancap à Rothbard e Rand.

CN disse...

"Na minha barriga mando eu"

Parece que manda, a lei parece dizer que manda.

Mas quem diz que manda curiosamente, na maioria dos casos, pouco respeita de direitos de propriedade.

É a favor da criminalização? Eu acho que existem bons argumentos para que sim aceitando a guarda voluntária.

Com que consequências?

zazie disse...

Mas a lei não dizia isso.

Como é que mudou?

Por que motivo até aquele abortício virtual juntava comunas a liberais na causa do "na minha barriga mando eu"?

zazie disse...

Afinal, os ditos liberais, não deviam ter andado a militar por meter na lei mais um direito.

Mas andaram. Militaram ao lado de comunas e xuxas para na barriga da mulher, mandar epenas ela, pagando todos.