23 setembro 2013

a cultura alemã


A cultura é fruto da natureza e da educação – o que em estrangeiro se chama nature & nurture. A parte natural é uma expressão dos genes e a “educação” é o resultado da interação da natureza com a sociedade em que nascemos e crescemos.
Os intelectuais têm debatido, até à exaustão, o papel da natureza e da educação na formação humana. O que é hereditário e o que é adquirido? Há traços que sabemos que dependem da hereditariedade, como o QI, mas até estes só se desenvolvem plenamente num ambiente propício.
Quando apontamos o dedo a um povo, ou a uma cultura particular, para o elogiar ou criticar, eu penso logo se estamos a falar de hardware – genes – ou de software – educação.
Na primeira hipótese estaríamos a subscrever as teorias raciais que tão triste memória deixaram no século XX e que nunca foram comprovadas. Os seres humanos estão tão miscigenados que não há raças puras identificáveis e, se as houvesse, a plasticidade genética é tão grande que seria difícil prever as respectivas consequências. Uma previsão, contudo, poderíamos desde já aceitar como verdadeira, as raças ditas superiores sentiriam uma espécie de ascendente moral para governar as inferiores. Foi isso que pensaram os nazis, se é que é possível chamar pensamento às suas ideias.
Na segunda hipótese, aceitamos que a cultura resulta mais da geografia e da história do que de quaisquer factores genéticos. Eu identifico-me com esta perspectiva.
Neste sentido, a cultura portuguesa, por exemplo, está adaptada ao rectângulo em que vivemos, à nossa demografia e à nossa história. Importar ideias do estrangeiro – como tem referido o PA – pode dar mau resultado. Mas igualmente, tentar exportar a nossa cultura para outras latitudes e longitudes não é o mais aconselhável.
Será que os finlandeses conseguiriam sobreviver à portuguesa? Duvido.
Cada cultura evolui ao longo de milénios e, o mais provável, é que seja a melhor para o povo que a desenvolveu. A cultura alemã, aque me referi neste post, não é Má, é Excelente... só me faltou esclarecer, mas esclareço agora, que é excelente mas é para os alemães, especialmente os que vivem na Alemanha. É por isso que surgiu lá e não cá.

18 comentários:

tric disse...

"Na primeira hipótese estaríamos a subscrever as teorias raciais que tão triste memória deixaram no século XX e que nunca foram comprovadas. Os seres humanos estão tão miscigenados que não há raças puras identificáveis e, se as houvesse, a plasticidade genética é tão grande que seria difícil prever as respectivas consequências. Uma previsão, contudo, poderíamos desde já aceitar como verdadeira, as raças ditas superiores sentiriam uma espécie de ascendente moral para governar as inferiores. Foi isso que pensaram os nazis, se é que é possível chamar pensamento às suas ideias."
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s Nazis!!?? entao e os Israelitas nao pensam assim...

muja disse...

Ahahah! Como se o susceptível dr. alguma vez tivesse lido o que quer que fosse de um nazi! Conspurcar os olhos em semelhante porcaria!

Ele já sabe tudo. Já sabe que aquilo nem pensamento quase é! E nunca leu coisa nenhuma! É para ver o estado avançadíssimo de iluminação que atinge um libertanário (ou lá o que é, aquilo é libardade directa p'ra veia, tipo carocho a mandar cavalo).

Estava bom para o PREC o susceptível dr... Aqueles também achavam que o brotava da pena ou da boca do dr. Salazar e do prof. Caetano mal se podia adjectivar de pensamento. Era tudo fachismo. Digno de monstros ou macacos ou bestas do género.
Aquilo é tanta libardade na veia que adquirem poderes excepcionais de perspicácia: só de ouvir um nome, sabem logo tudo o que interessa saber sobre o que quer que seja preciso saber. É muito à frente.

Já no caso dos Israelitas, na maioria hebreus de Alcochete, é evidente que precisam daquilo, não vá lá cair o mal absoluto outra vez. O tric não sabe, mas fica já a saber, que é em estado latente, tal como todos nós, uma besta demente e assassina, e que a única coisa que o separa dessa condição abominável são os actos de contricção e exorcismo regulares desse mal absoluto que todos temos dentro de nós, a não ser que sejamos "escolhidos"!
Tire exemplo do susceptível dr., que pelos vistos não perde uma oportunidade de exorcismar e esconjurar o mal absoluto, sempre que se refere a ele. O efeito é tanto maior quanto menos se tiver em consideração o sacrifício de outras bestas potenciais e realizadas, sobretudo se de origem semelhante à nossa: assim, há-de ver que, embora corram abundantes, da pena do susceptível dr., os exorcismos e esconjuros do mal absoluto e loas e louvores às pobres vítimas que foram aos milhões e milhões de milhões - dizem elas e não há porque questioná-las -, nunca se viu (eu pelo menos nunca vi, mas admito que a raiva e desatino de besta assassina me tenha toldado a vista) um único louvor àqueles que tombaram por esse mundo fora crentes que defendiam o país, a terra, as gentes e a cultura que partilhamos como, por exemplo, os combatentes na guerra do Ultramar.

Parece desconsideração, mas não é! Na realidade é técnica esconjuratória: quanto mais renegarmos a nossa natureza de bestas impuras e assassinas, mais próximos ficaremos da aura de boa ventura que rodeia aquela gente abençoada... O susceptível dr. está quase lá. Quase, quase... Ânimo susceptível dr!



Anónimo disse...

Ainda há uns posts era a globalização... as raças, oh!, todas miscigenadas.. mas a cultura? Ah!, pura! Pura como a fralda de um bebé antes da cagadela...
Quanto à politicamente correcta obervação sobre o pensamento dos nazis... enfim... indigente. -- JRF

zézinho disse...

Li agora que o Prof.Karamba foi eleito deputado pelo partido da Professora Merkel. Imagino como se terá eriçado, lá onde quer que esteja, o bigode do Professor Adolfo.

Zephyrus disse...

Genes? Então e a epigenética... o ambiente... e a genómica, metabolómica, proteómica... o ambiente, o ambiente...

Zephyrus disse...

Olhando então para a nossa História adianto já que precisamos de alguém que proteja o povo dos poderosos. Na Idade Média havia o rei para proteger dos abusos do Alto Clero e dos senhores feudais. E agora? Quem protege os portugueses dos abusos da Banca (taxas na conta à ordem ou não devolução do dinheiro já pago quando a casa é entregue), das grandes empresas monopolistas (PT e a novela TDT) ou em regime oligárquico (contratos de fidelização por tudo e por nada nas comunicações e serviços de internet e televisão). Quem protege o povo do Estado devorista, e dos interesses que comem do pote do Orçamento, e que anseiam por um pote cada vez mas recheado, ou seja, mais impostos? Quem protege o povo das corporações que comem do trabalho dos outros, como as Ordens ou as associações profissionais? Quem protege os portugueses?

Zephyrus disse...

Os portugueses gostam de explorar o próprio povo quando têm a mínima oportunidade. Vejo filhos a explorar o salário de pais e a reforma de avós. Pais a explorar o salário dos filhos. Empresas a explorar os portugueses. Senhorios a explorar com rendas desproporcionadas da nossa realidade: veja-se o que sucede nos centros comerciais. Todos querem explorar todos. Ninguém respeita o que é do outro. É tudo de todos, nem que seja à força.

Deve ser o gene berbere ou marrano. Os alemães, ingleses ou nórdicos não são assim.

Zephyrus disse...

Quem está acima do povo? Quem nos protege? Não pode ser um português comum. Ora temos sido governados por portugueses comuns. Tem de ser alguém que conhece e reconhece os nossos defeitos e esteja acima deles. Alguém quase que espiritualmente superior.

Anónimo disse...

Caro Muja,

Agora fiquei curioso daquilo que retirou da leitura do pessoal Nazi, a serio.

Quer nos elucidar um pouco mais sobre essas leituras, ou aquilo que interessam nelas?

Elaites

muja disse...

Ó Elaites, caramba, homem! Já não chega sermos todos bestas assassinas em latência, e V. ainda me quer arrastar à praça pública, expôr-me o dorso aos cintilantes dardos com que toda uma multidão almejando a expiação do pecado de não ser "escolhido" se apronta já a cravejar-me certeiramente! Quem diz dardos diz zagalote e outras munições de dar caça a besta de porte largo.

Mais a sério, se tem curiosidade porque é que não lê? Foi o que eu fiz.

Em relação ao que lá diz, olhe, não é assim tão diferente do que diz o susceptível dr. aqui neste postal. De facto, eu diria que é até um bocado mais moderado. No caso particular da raça, é preciso perceber que o que eles chamam raça germânica é no mesmo sentido que nós dizemos raça portuguesa: ou seja, é o hardware e o software, nas palavras do susceptível dr. Não fazem questão de separar um do outro.

De outra forma, como se explica o ênfase - quase obsessivo - na saúde, no desporto, na camaradagem do regime? Se fosse questão de genes, de raça superior (como a raça barrosã é superior a uma outra, e ninguém anda a treinar a vacas especialmente), então que necessidade havia de treinar obsessivamente?

Na realidade, diz-se lá que a raça germânica é superior. Mas não é sem argumentos: arrolam-se compositores - de Mozart a Wagner, filósofos - de Leibiz a Schopenhauer, pintores, músicos, soldados, imperadores, etc.
A raça germânica não deu todos estes frutos porque é superior. É superior porque os deu. É esta a tese. Daí a obsessão com todas aquelas coisas: a raça só é superior enquanto for apurada. Não apenas no sentido de "pureza" (como um Serra da Estrela é puro), mas no sentido de extrair dela toda a medida do seu potencial.
Lá não se diz que outras raças não possam (ou não tenham, e isso é reconhecido) dar frutos semelhantes ou superiores. Aliás, é tido como inevitável, a não ser que se inverta algo na sociedade germânica.

Em suma, o que vi lá é uma coisa de alemães para alemães, sobre alemães. Há a questão dos "escolhidos", mas acho que chega de blasfémia por hoje. Fica para depois, essa.

Em todo o caso, antes de saltarem os dardos, desafiava alguém a mostrar onde reside, se é que reside, a mentira no que acabei de escrever. Depois então, venham eles, que eu sei que não há verdade que os impeça.

muja disse...

Creio que não é preciso dizer a que leitura me refiro, mas é, evidentemente, a "Minha Luta" de um certo Adolfo.

Fora isso, nunca li mais nada, tirando uns quantos discursos. Que são muito mais interessantes, diga-se de passagem, para quem acha que sabe alguma coisa de história.

Anónimo disse...

El IV Reich no se parece al III Reich en nada, salvo en el Reich, esa obsesión imperial por dominar Europa instalada en los genes germánicos desde los tiempos de Federico el Grande. Merkel y Hitler tampoco se parecen en nada, salvo quizá en su apabullante éxito en las urnas y en el bigote, algo más pronunciado en el caso de la cancilleresa. Hitler era un pintor fracasado que intentó triunfar en la bohemia pero el único impulso artístico imaginable en la señora Merkel es el de valkyria cabreada llevando a hombros a los héroes muertos. En lugar de humanizarse como su colega Bruhnilde (a quien Wotan castigó por desobediente encerrándola en un círculo de fuego mágico hasta que conociera el amor), Merkel atentó contra su mentor político Helmut Kohl para hacerse con el control del Valhalla.
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Desde entonces, lleva las riendas del continente a las órdenes del Bundesbank al estilo de un ama de casa ahorrativa y feroz, con una economía de monedero y una política de mesa camilla. Para ella Europa es una comunidad de vecinos donde los países mediterráneos, ese hatajo de vagos, ocupan el sótano, descuidando el jardín y chismorreando como porteras, mientras que los ricos burgueses e industriales del norte disfrutan de las vistas en el ático. Merkel no contempla el genocidio, pero no tanto porque esté feo sino ante todo porque no resulta práctico. El Holocausto no salió precisamente barato y exterminar a seis millones de personas es, aparte de un crimen, un disparate y un derroche. Para qué matar a las razas inferiores si se puede reinstaurar la esclavitud gratis.

Anónimo disse...

Obrigado Muja pelo esclarecimento. Estou um pouco confuso no entanto.

Acusa aqui o filosofo da tasca de isto e daquilo e depois: " não é assim tão diferente do que diz o susceptível dr. aqui neste postal."

Para ser sincero nao tenho tempo para ler tudo e o mein kampf esta ca por baixo na lista de prioridades, mas todos os resumos que leio apontam para o senhor em questao ter uma doenca mental profunda, alias em tudo o que leio a ideologia e bastante parecida com os marranos que professava odiar.

Elaites

muja disse...

Elaites,

eu não acusei o susceptível dr. pelo que diz aqui sobre a cultura alemã, se reparar bem. Por outro lado, V. parece-me que parte do princípio que lá por eu ter lido o que li, que concordo necessariamente; o que é um princípio, no mínimo, duvidoso.

Diz bem sobre a ideologia dos tais marranos. Aparentemente, é parecida. Há uma diferença de monta, porém. Na versão alemã original, não se recebiam biliões de dólares por ano, nem armas de borla. Fabricavam tudo. E era do melhor que havia - excepto no que toca a destruição maciça; nesse campo, nada bate os defensores da liberdade mai-las suas "fortalezas voadoras" e os "rapazinhos". Aliás, no meio de tanto engenho, não se entende como se não lembraram os alemães de popular as suas cidades com os ditos marranos. Certo era que iam todos desta para melhor, abafados debaixo de sucessivos tapetes de bombas; e assim sempre poupavam na conta do "gás". Mistérios da história... (resumida, quiçá)

Se o senhor tinha doença profunda ou não, não sei cá eu que não sou médico de cabeças.
Agora, eu nunca passei a escola lendo resumos. O que havia para ler, lia de fio a pavio, e continuo a achar que assim é que está bem. Resumir, resumo-o eu para mim. Da mesma forma que não consinto que me mastiguem a comida que hei-de tomar à boca... pelo menos enquanto me não faltarem dentes.

zazie disse...

Eu li o Mein Kampf e é uma merda sem o menor interesse.

Mas lê-se o Nordau e percebe-se de onde tudo vem.

De todo o modo, felizmente que a cultura alemã é muito mais que esses episódios.

Também creio que no passado nunca tive grande interesse em me inteirar de ideologias.

zazie disse...

Mas nunca tive mesmo interesse em "conhecimentos orientados". Em nada que se pudesse traduzir por bandeiras e causas.

Sempre tive pavor a isso e até fiquei um tanto ignorante por falta de curiosidade.

Anónimo disse...

"V. parece-me que parte do princípio que lá por eu ter lido o que li, que concordo necessariamente; o que é um princípio, no mínimo"

Vai desculpar o caro muja mas nada do que escrevi sugere isso...

Ja agora quando escreve que nao gosta de nada mastigado, qual a traducao que leu a original em alemao, a aprovada pelo Reich de Murphy? ou a nao censurada pelo Reynal?

Elaites

muja disse...

Pois foi a ideia com que fiquei. Ainda bem que assim não é, no entanto. Está desfeito o equívoco.

Quanto ao livro, foi a de Murphy. Que foi a que consegui arranjar. Sabe, nestes tempos de liberdade, é difícil arranjar certos documentos... Paradoxos da modernidade... ou talvez não.

O original não o poderia ler, pois não sei ler a língua em que foi escrito.

Como lhe disse, não gosto de nada mastigado. Às vezes lá tem que ser, quando não há alternativa. Mas uma coisa é não ter alternativa, outra é tê-la e não a escolher. Não confundamos.
Além do mais, quem falou em resumos foi o caro Elaites. E traduções não são propriamente, convenhamos, a mesma coisa que resumos.

Mas fique sabendo que, por essas e por outras, é que estou a tratar de aprender alemão.