11 agosto 2013

"Keynesiano, graças a Deus"

diz Nicolau Santos.

(evocar Deus com um anti-cristão como Keynes não parece lá boa ideia)

"Se o Tesouro enchesse garrafas velhas com notas, enterrando-as em profundidade adequada em
minas de carvão em desuso tapando-as até à superfície com o lixo da cidade, deixando às empresas privadas, nos bons e bem comprovados  princípios de laissez-faire, escavar as notas de novo (o direito de fazê-lo seria, claro, obtido por concurso para o arrendamento do território), não haveria necessidade de mais desemprego e, com a ajuda das repercussões, o rendimento real da comunidade, e a sua riqueza de capital também, provavelmente, tornar-se-ia maior do que realmente é. Seria, de fato, mais sensato construir casas e afins, mas se há dificuldades políticas e práticas nesse caminho, o acima seria melhor do que nada." 

"Teoria Geral do Emprego, Juro e Moeda", John Maynard Keynes, 1936

A falácia da quantidade de moeda, repetidamente demonstrada antes e depois de Keynes na sua máxima expressão. 

O estado do conhecimento, está demonstrado, pode dar saltos significativos para trás. Duas coisas parecem ajudar:

- estruturar uma teoria que justifique actuar sobre a ordem social pela sua suposta utilidade pública credibilizada por suposta cientificidade (umas fórmulas matemáticas ajudam, mesmo que desnecessárias ou nada acrescentem). Ter presente que o forte ideológico da tese é que o desemprego é possível e estrutural mesmo em equilíbrio, quanto mais em crise. Daí o macro-economista como o novo-homem-feiticeiro que manipula as grandes variáveis estatísticas-agregadas para o bem de todos. Com tanto Keynesianismo dominante por  décadas, difícil é perceber como estruturalmente não pára de aumentar.

- mascarar a crendice de complexidade vaga, com definições novas e confusas para termos já estabelecidos, misturado com contradições no seu uso, que conferem uma áurea de sapiência, dado permitir o surgimento de interpretadores sobre o que tenta afirmar salvando-o, pelo caminho, das falhas mais evidentes. Em resumo: infindáveis carreiras académicas com muito trabalho tornam-se possíveis.

1 comentário:

Juromenha disse...

Cpm que então o ProfessoR Doutor Artur Baptista da Silva escreve sob pseudónimo?...