11 julho 2013

Que Cavaco?

Cavaco
Ninguém parece ter entendido as implicações do discurso de Cavaco Silva de ontem. Mais do que dar respostas, Cavaco Silva deixou muitas perguntas no ar. A verdade é que para saber exactamente o que vai acontecer é preciso perceber que Cavaco falou ontem. Existem quatro possibilidades:
Cavaco Salomão: Cavaco optou por uma solução salomónica, de psicologia inversa. Ao mandatar os partidos a se unirem deixará o ónus da estabilidade governativa neles. É uma solução que faz sentido porque, seja em 2014 ou em 2015, parece certo que o PS voltará ao poder. Qualquer reforma a sério do país não pode ser feita sem o acordo do PS, com o risco de tudo se inverter quando este partido voltar ao poder. Claro que o grande risco aqui é alimentar os partidos de extrema esquerda (o PCP e o BE) que têm já mais de 20% nas sondagens. E, claro, para ser uma verdadeira decisão salomónica, Cavaco teria que ter já um pré-acordo do PS.
Cavaco Laranja: Cavaco não consultou o PS sobre esta solução e tem a consciência que o PS não a aceitará. Depois de o CDS de Portas ter dado um tiro no pé ao criar a crise política, o PS ficará com o ónus de não ter contribuido para a resolver. Passos Coelho sairia da situação como o único estadista que tentou até ao fim manter um governo estável e cumprir com as obrigações internacionais. A possibilidade de o PSD ganhar as próximas eleições, mesmo que antecipadas, passa de nula a possível.
Cavaco Primeiro: Cavaco quer criar a impressão de estar a dar aos partidos uma oportunidade de se entenderem, sabendo à partida que tal não acontecerá. A falta de entendimento entre os partidos justificará depois a introdução de um governo de iniciativa presidencial. A recente entrada em cena de Manuela Ferreira Leite criticando o executivo PSD pode indicar ser ela a escolhida para liderar esse governo. O facto de criticar um executivo liderado pelo PSD coloca-a acima de qualquer suspeita em termos de independência.
Cavaco Histórico: Cavaco quer ser o último presidente da III República.

5 comentários:

Pedro Sá disse...

Cavaco egocêntrico: quer que nunca seja ele o responsabilizado pelo que possa acontecer de mau.

Cavaco cobarde: não tem coragem para assumir nenhuma das duas únicas soluções viáveis, com medo de ser atacado. Claro que acaba por ser atacado por quase todos.

É mais isto.

CCz disse...

Cavaco Alzheimer

Lionheart disse...

"Cavaco Alzheimer"

Há quem diga o mesmo, e já não é de agora.

marina disse...

Cavaco que odeia o Portas.. alguma vez o homem deixava o portas com tanto ? jamé :)
isto de ter pessoas que põem os seus interesses e ódios e amores de estimação à frente dos nossos interesses é lixado.

e ,sei lá ,
de cócoras perante a alemanha , todos contentes com papel de bom aluno ( mas um país soberano tem professores ?, ridículo ) , a nação cheia de treta legislativa estrangeira que afoga a economia nacional...mas há alguém que trate de questões de soberania ou não ? é que de governos destes ninguém precisa.

Pedro Sá disse...

Ora Marina, é a direita e a sua estrutura mental de o mais fraco ter obrigação de obedecer ao mais forte.

E ainda por cima neste caso sendo o representante do mais forte uma mulher...aliás, já Cavaco tinha a mesma atitude de subserviência face a Thatcher.

É constatarmos estes factos e lembrarmo-nos de vários posts do PA. E tudo aí faz sentido.