08 junho 2013

The Mystery of Why Portugal Is So Doomed


Between 2000 and 2012, Portugal's economy grew less on a per capita basis than the U.S. during the Great Depression or Japan during its lost decade. This wasn't a case of the bust erasing the boom, because there was no boom. As you can see in the chart below from Ricardo Reis, a professor at Columbia University, Portuguese real GDP per capita flatlined during the "good years" before falling during the bad. Incredibly, Portugal was richer 12 years ago then it is now.
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... Portugal's immature financial sector is to blame: it misallocated the foreign capital that poured in to low productivity, non-tradable sectors like wholesale and retail trade. In other words, it wasted money on things that never had a chance of paying off.
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Part of that something else is Portugal's small business culture. As Matt Yglesias of Slate points out, most of southern Europe, Portugal included, suffers from too much corruption and regulation. Businesses choose to stay small, because it makes sense to just deal with people you personally trust when you can't reliably appeal to the authorities sans-kickback. Businesses can stay small, because the laws make it hard to get big and achieve economies-of-scale. It's a mom-and-pop nightmare of low productivity.


23 comentários:

Bmonteiro disse...

O preço a pagar pela multidão de juristas que dominam no circo S. Bento.
Devidamente amestrados pelos grandes caciques do sistema: os Secretários Gerais dos pp.

Anónimo disse...

Ora bem, finalmente o nosso Gaspar reconheceu que se enganou na avaliação das medidas tomadas e, sobretudo, nas prioridades politicas que devia ter dado e não deu.
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Reconheceu com a cara de pau habitual como quem diz epá desculpem lá qualquer coisinha eu estava enganado mas agora é que vai ser.
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Na verdade ele reconheceu que todo o processo de ajustamento foi desajustado e invertida a ordem de prioridades.
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Em vez de reestruturar a maquina do estado, tornado-a mais eficiente e menos despesista, optou por carregar com Impostos os portugueses.
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Foi, afinal, como eu sempre disse, o Tribunal Constitucional que ensinou o governo a governar. Obrigou o governo a por-se fino, não admitindo certas ilegalidades que nos conduziriam a uma situação muitissimo pior.
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Em todo caso, este erro colossal nas opções tomadas, devastou DESNECESSARIAMENTE, boa parte das nossas empresas. Por arrasto foram os empregos, o credito mal parado etc que temos de voltar a reconstruir com os custos associados que isso têm.
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Foi bom ter reconhecido o erro. Mas um erro cometido numa determinada altura nem sempre se pode remendar não o cometendo noutra altura. Quer dizer, reformar o estado teria sido a opção certa e adequada logo que o governo iniciou funções. Reforma-lo nesta altura, quando o governo se esforçar por elimnar as capacidades de resistencia economica do país, parece-me um outro erro. Um erro menor, menos grave, ainda assim, um erro.
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Ao governo, depois de ter delapidado o emprego e a economia, devia caber lutar pela única coisa plausível a fazer: Renegociar TUDO. E, fundamentalmente, obter acordo para excepcionalmente poder quebrar algumas regras europeias, ao nivel de impostos e tarifas aduaneiras.
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Caso não consiga obter acordo para isso, pois que planeie uma saída da zona euro.
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Rb

Anónimo disse...

Porque, que não se tenha dúvidas, a consolidação da balança comercial, a única boa noticia dos ultimos 2 anos, é facilmente desconsolidavel já que mais de metade dessa consolidação se deveu a um decrescimo das importações induzida pela pobreza infligida; assim as importações, de facto, não foram substituidas, pelo que voltarão a prazo. O governo já devia ter lançado concurso para o investimento em outras fontes de energia para o país. Importamos cerca de 12 mil milhões em energia. A energia nuclaear e o shale gaz já deviam estar a arrancar... mas ainda nem começaram. Esperam-nos, pois, mais meia duzia de anos se decidirmos hoje lançar concurso para essas fontes energéticas. Lembro que as eólicas e solares, embora em quantidade desajustadamente elevada, reduziram as importações de energia em cerca de 20%.
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Pelas minhas contas, cerca de 35% dos 20% de consolidação da Balança Corrente foi efectuada por causa do desemprego infligido. Quer dizer, cerca de 500 mil pessoas deixaram simplesmente de comprar cenas, importadas ou nacionais. Só no ultimo ano e meio. E cerca de outras 250 mil pessoas emigraram e tambem deixaram de comprar cenisses. Este ajustamento, então, da Balança Corrente, tem uma componente de 35% (ou mais) que deriva do simples facto de as pessoas estarem desempregadas e não consumirem. Ora isto não é sustentavel. E mal o desemprego diminua a desconsolidação da Balança aumenta.
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É a tal coisa, o governo quis EMPOBRECER o pessoal para ajustar a Balança Corrente, e agora que verificou que a Divida publica e Defice se descontrolaram, quer Enriquecer o pessoal para consolidar a Divida e o Defice, mas comprometendo novamente a Balança Corrente.
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Uma porra. É o que dá não terem cabeça própria e pensarem pela cabeça dos outros. Gaspar, ao reconhecer o erro, reconheceu no fundo que não tinha preparação nem conhecimento REAL do país. Para se proteger, a certa altura, alicerçou a sua acção em ideologias liberais. Se seguisse a ideologia estaria protegido de eventuais fracassos. Na verdade, não faltaram pessoas da area liberal a apoia-lo.
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Rb

Anónimo disse...

Estou até convencido de que se ele defendesse o gaseamento compulsivo dos velhos e demais subsidiados teria uma claque de apoio naquelas ideologias que prezam mais que a conta no excel seja aritmeticamente certa, do que que alma humana e os valores.
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Rb

Anónimo disse...

Em suma, agora que o Gaspar percebeu como não se efectua uma poda, estaria capacitado para começar a governar as finanças do país... caso o Gaspar que iniciou funções há dois anos não tivesse sido nomeado podador do reino.
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É caso para dizer, o gajo seria um bom ministro das finanças se não tivesse sido ministro das finanças.
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Um paradoxo, eu sei, mas é o que é.
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A politica acertada há dois anos seria, pois, aquela que ele se propõe fazer agora.
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Mas não estou seguro que o exito que teria então se materializa agora. Perdeu Momentum, penso eu de que...
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Rb

marina disse...

o diagnóstico já estava feito em português..
aqui , por exemplo :
http://portugalcontemporaneo.blogspot.pt/2009/02/por-onde-e-que-havia-de-ser.html
mas há mais , é só procurar no PContemporâneo

talvez agora que é em "estrangeiro" , peguem no assunto :)

Anónimo disse...

Ó RB deixe-se de tretas e de conversa fiada!!! A reforma do Estado que defende significa em concreto o quê?
Só pode ser corte da despesa, porque de outro modo para quê dar-mo-nos ao trabalho?!!!
Ora se o Estado cortasse despesa a fundo, através de despedimentos e extinção de serviços, que é o que tem de ser feito, explique-me lá qual tinha sido o resultado prático disso?
Já agora junte os número que quiser, que eu, como sou um gajo muito burro, preciso de tudo bem explicadinho!...

Josand disse...

Aumento das importações… envio de dispositivos sanitários de uso único???? para uma empresa alemã de reprocessamento.

Pela parte do Presidente do CA do Hospital São João

http://www.tsf.pt/PaginaInicial/Portugal/Interior.aspx?content_id=3263927#.UbK9lwrxJDs.facebook

O que diz o Infarmed sobre isto?

Aspectos técnicos

Os processos de limpeza, desinfecção e esterilização utilizados pelas Instituições de Saúde podem não garantir a inactivação de todos os microorganismos existentes no dispositivo, sobretudo naqueles que, pelo seu desenho ou pela natureza dos seus materiais, apresentam áreas de difícil acesso ou de difícil penetração pelos agentes físico/químicos utilizados. Na realidade, um processo adequado e validado para um dispositivo destinado a ser reutilizado, pode não ser o adequado para um similar de uso único. A garantia da adequação do processo de limpeza e/ou descontaminação necessita de ser suportada pela sua validação frente ao produto em causa. Isto implica a realização de estudos microbiológicos e estudos físico-químicos que permitam garantir a manutenção das suas características e estudos de toxicidade e resíduos. Para além do risco de infecção, há que considerar a reacção a endotoxinas bacterianas, as quais não são inactivadas pelos processos de esterilização, assim como, o risco de transmissão de doença do tipo Creutzfeldt-Jakob e suas variantes. Também neste último caso, as proteínas (priões) associadas à doença são dificilmente inactivadas pelos processos de limpeza, desinfecção e esterilização convenientemente utilizados nos dispositivos médicos.
O reprocessamento e a reutilização de dispositivos de “uso único” podem também induzir alterações no desempenho do dispositivo e aumentar os riscos associados à sua utilização.
A migração de constituintes do próprio dispositivo ou de agentes químicos adsorvidos ou absorvidos durante os processos de limpeza, desinfecção e/ou esterilização poderão implicar riscos consideráveis.

(…)

Conclusões
Considerando o exposto, o INFARMED enquanto Autoridade Competente para os dispositivos médicos não activos, alerta para os riscos potenciais decorrentes do reprocessamento e da reutilização de dispositivos médicos destinados a uma única utilização.

In: http://www.infarmed.pt/portal/page/portal/INFARMED/MAIS_ALERTAS/DETALHE_ALERTA?itemid=44633

Anónimo disse...

«Só pode ser corte da despesa, porque de outro modo para quê dar-mo-nos ao trabalho?!!!» Anónimo
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Pois, é precisamente devido a este tipo de ideias que o país está como está. Ora se atira dinheiro para cima dos problemas, ora se retira dinheiros de cima dos problemas.
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Se vc retirar despesa do ministério da Justiça, e se chamar a isso Reforma, estamos conversados porque ideias de gestão dessas estamos mesmos cheios. É que não basta cortar despesa. Não. tem de se perceber onde se corta e se se deve cortar por forma a obter maior eficiencia nos tribunais, nos hospitais, nas escolas etc.
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Reformas de substancia e que não se limitem a cortar despesa requer gente capaz e não meros mangas de alpaca.
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E depois, a verdadeira Reforma do país nem se centra exclusivamente no Estado. Não é, por exemplo, através da privatização de monopolios que reforma o país. Os monopolios continuam, com estado ou sem ele para prejuizo das pessoas em geral. Portanto, reformar não é apenas uma questão de dinheiro; é sobretudo uma questão de criar eficiencias nos serviços públicos (com e sem despedimentos de pessoal) e, essencialmente, criar condições para que desaparecam as oligarquias instaladas nos principais sectores de actividade do país.
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Rb

Anónimo disse...

Ó RB, desculpe lá, mas ou você é mais um lírico com raizes na nossa esquerdalhada, e acredita mesmo no que diz, ou está a mangar comigo(nosco)!!!
Que é que me interessa a mim as reformas de "estilo" para aumentar as eficiências disto e daquilo (eficiência no Estado!!!), se não houver dinheiro para pagar a conta???
É que a prática diz-nos muito simplesmente que essas ditas "reformas" acabaram sempre em aumentos da despesa, certo?!!!
E portanto de todas as reformas possíveis em democracia, a única que produz efeitos é mesmo retirar dinheiro e as "capelinhas" que se virem com o que têm!...
Que mudem de "santo", de "práticas", de "andores", o raio que os parta... mas que deixem de chatear o povo para a economia funcionar.
Porque enquanto essa tralha pública que por aí anda a tentar justificar o que ganha existir, não páram as inspecções disto e daquilo, as multas, os processos, etc e tal.
Só quando o Estado chegar a um ponto de paralização geral que permita deixar funcionar o privado sem peias é que isto recupera.
E é isso que vai acontecer, nem que acabe tudo numa grande "tourada"!...

Anónimo disse...

Em suma, para resolver o nº de processos congelados nos tribunais o anónimo propõe... que se retire dinheiro.
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Note bem, vc não propõe que se coloquem mais juizes a julgar, nem propõem que os que existem possam decidir mais casos mudando eventualmente as normas legais que dificultam a resolução dos casos. Nada disso, vc propõe retirar dinheiro. Pronto, retira-se dinheiro e os processos, como que por milagre, acabam.
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Vc não ouve o governo dizer aonde existem FP's a mais. E eu estranho isso. O governo devia dizer, claramente, que existem profs de humanidades a mais no 3º ciclo e menos de ciencias. Que faltam os fisica e que sobram os de humanidades.
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E ao mesmo tempo que concluia isso teria de reformar o estado. Como?
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Fechando os cursos de humanidades e abrindo outros de ciencias.
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Está a ver?
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Não é despedindo à toa, os de matematica e os de psicologia, que se reforma o estado. É ter coerencia e saber o que está em falta. Na verdade depois de despedir alguns profs e lhes pagar indeminização, o Anónimo vai ver que o estado vai voltar a contratar mais profs. Exactamente porque dispensa à toa, sem um plano de acção sustentado nas necessidades.
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Rb

Anónimo disse...

Na verdade a recente politica do Japão, que contraria TODAS as teses anti-keynesianas protagonizadas pelos profectas da desgraça Austriacos, vem dar razão aos malucos que por esta casa tem vindo a defender maior pragmatismo na abordagem aos problemas económicos europeus.
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http://www.jornaldenegocios.pt/economia/mundo/asia/detalhe/japao_reve_crescimento_do_primeiro_trimestre_em_alta_para_41.html
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O Japão está a crescer 4,1%. Notem bem e leiam bem ALTO - 4,1%. Em simultaneo duplicou os excedentes da Balança Comercial que passaram para quase 6 mil milhoes.
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Abandonaram finalmente a politica deflacionista. Exacta,mente o que precisa a europa como de pão para a boca. Uma inflação na casa dos 4% resolvia TODOS os problemas economicos e SOCIAIS deste continente.
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Rb

Anónimo disse...

A inflação não resolve rigorosamente nada, pelo contrário, torna-nos a todos mais pobres. Então porque é que toda a gente, nomeadamente os facilitistas e "maladrecos" da esquerda, dizem que é um bom instrumento para "resolver" o problema???
Porque são aldrabões profissionais e sabem que um povo inculto engole mais facilmente a patranha da inflação.
Mas não enganam a Alemanha. E como é ela o suporte do Euro, apostar nesta teoria vai levar ao dsmembramento da UE. Certinho, certinho, como 1+1 serem dois. Vocês por acaso lembram-se do que era a "miséria" em Portugal nos anos 80, exactamente quando a receita cá foi aplicada??? Pois é, "eles" também sabem que o povo esquece com muita facilidade...

Anónimo disse...

Ó amigo RB, sempre ouvi dizer que em tempo de guerra não se limpam armas. Vir falar em reforma do Estado nos moldes que preconiza é para tempos de vacas gordas, não é para situações de emergência. Numa crise grave importa primeiro sobreviver e só depois pensar em "como" viver!
Como é evidente, quando se fazem cortes "cegos" não se eliminam só coisa más, mas há uma consequência directa e concreta, poupa-se o dinheirinho que não temos.
E mais, você dá como "bons" todos os serviços que o Estado fornece aos cidadãos, mas na prática, a tendência de todos os serviços estatizados é em primeiro lugar garantirem emprego fixo, bem remunerado e para a vida aos seus funcionários. Só depois se pensa no resto, que devia ser a qualidade do serviço prestado e o seu preço.
Nestas situações de emergência compete ao Estado garantir as funções básicas de Segurança, Justiça e continuidade da Nação. Tudo o resto pode e deve voltar à àrea privada, porque é melhor e mais barato!...

Anónimo disse...

Bem, ó anónimo, o facto de um gajo não ser da SUA direita não quer dizer que seja um malandreco de esquerda, não é?
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Direitas há muitas...
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Quanto à inflação, pois, meu caro, não podia ter menos razão. Uma inflacção em torno dos 4% seria útil a Portugal. Aliás, uma inflação em torno daquele numero seria altamente benéfica para a Europa.
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O Japão percebeu isso. Depois de decadas a perder terreno, numa estagnação deflacionista, a politica de Abe (Abeonomics) está a resultar enormemente. Quem vai perder com isso são exactamente os Alemães que concorrem com os Japs nos mesmissimos tipos de produtos.
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But hei, não tenha dúvidas, a Alemanha irá relaxar os preconceitos ideológicos brevemente. Não tem outra saída.
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O grande problema da UE está na missão que atribuem ao BCE. A única missão é a do controlo da inflação. Nenhum outro banco central tem apenas essa missão. Todos os BC's tem por missão controlar não apenas a inflação mas tambem o emprego. É por isso que, tendo sofrido a mesma crise, os EUA e o Japão e a Inglaterra, não apresentam os mesmos níveis de desemprego da europa.
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Rb

Anónimo disse...

Ok, anónimo, estamos então de acordo. As medidas, sob emergencia, não são racionais. Nem reformadoras. Adiam o problema, resolvendo parte do problema actual delapidando a confiança, os investimentos que o pessoal fez, o emprego etc.
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Gaspar já reconheceu isso. Que errou nas prioridades. Que devia ter começado na redução da despesa quando a economia ainda tinha resistencias. Mas não, pôs-se a aumentar impostos, a lançar empresas para a falência, a gerar desemprego e agora é que chega à conclusão que errou.
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Mais vale tarde do que nunca. Mas olhe, este corte de despesa não irá resultar hoje da mesma forma que teria resultado antes de se ter aniquilado a economia.
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Nem pensar.
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Rb

Anónimo disse...

Ó amigo RB, sejamos mais pragmáticos, deixando as teorias para quem "vive" delas. Falemos de práticas que é disso que vivem as empresas: fazer coisas e vendê-las com lucro.
Acontece que o problema português é muito mais profundo do que dizem, porque é o resultado da conjugação de dois problemas: a crise internacional e o rebentamento da nossa bolha imobiliária.
Sim porque o que passou nos últimos 15 anos foi que, para aproveitar o dinheiro barato disponibilizado pelo crédito bancário o País desatou a construir desalmadamente, tendo feito em 10 anos o que deveria ter levado 30. O resultado prático disto tudo é que temos milhares de casa para vender sem haver quem as compre.
Ora esta "bronca" ia acontecer, tivesse havido ou não crise internacional, sendo que tinhamos sempre que enfrentar um problema sério de reconversão industrial, nomeadamente na àrea laboral, porque não era sustentável manter a produção existente para fins imobiliários.
De referir que, por volta do fim do anos noventa, qualquer gato pingado era construtor, tendo-se abandonado as áreas mais tradicionais da economia em favor da construção que gerava uma mais valia substancial e rápida, comparativamente.
Portanto o fim deste ciclo só podia dar nisto: emigração (as profissões não se reconvertem tão rápido assim, nem há mercado), desemprego e quebra brutal das receitas do estado.
Porque a construção gerou imensas receitas que hoje não existem. Mas o Estado alicerçou despesa fixa com base em receita variável (ciclica), daí o aumento brutal do deficit e da dívida.
Continua...

Anónimo disse...

Ora, se o Estado tivesse sido gerido com parcimónia e juizo económico, era agora que podia dar uma mãozinha à economia, aumentando a despesa para ajudar a produção interna e expandindo alguns serviços para absorver mão-de-obra excedentária. Só que como está falido, para corrigir diminuindo a despesa (obrigado pelos credores, naturalmente), em vez de ajudar a resolver o problema, vai agravá-lo ainda mais.
É por isso que qualquer governante minimamente inteligente evita diminuir a despesa, porque sabe que vai agravar o desempenho económico geral.
Por isso, a esquerdalhada que sempre viveu à conta, acéfalos e desinformados como são, não páram de criticar pessoas que embora não sendo perfeitas (Gaspar), têm o sentido do dever de Estado, e principalmente das consequências dos seus actos.
Porque o PS por exemplo, não quer saber do País para nada, quer é dar emprego aos boys voltando para a mesa do orçamento, daí esta esquizofrenia em que vivemos.
Enquanto não se "quebrar" a espinha a "toda" esta esquerda, incluindo os sindicatos, o País não recupera.
Porquê? Porque tem de se pôr Portugal a trabalhar e a produzir, e esta gente não passam, na sua maioria, de calaceiros barrigudos!

Vivendi disse...

De acordo com as palavras realistas do "anónimo".

Anónimo disse...

Certo. Mas porque é que o anónimo pensa que desatamos a construir?
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É que, se não percebermos porque é que tivemos acesso a crédito para além das nossas capacidades REAIS, nunca atacaremos o problema que esteve na base.
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Então, meu caro, nós construímos mais do que a conta porque de repente nos puseram à frente uma moeda cuja taxa de juros (Euribor) era a própria para a Alemanha e não a própria para Portugal. De repente o pessoal teve acesso a crédito sem ter as condições financeiras para o ter. Quer a nivel de rating país, quer ao nivel do rating empresas e bancos.
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A construção é sempre o mercado para onde os investidores tendem a investir. E sabe porquê? Porque os bancos preferem financiar activos com menor risco e os imóveis tem/tinham essa caracteristica. vai daí, é mais fácil pedir massa ao banco para financiar uma casa, dando a mesma de garantia (hipoteca), do que financiar um maquina industrial. Os bancos portugueses não financiam uma maquina cujo valor venal é, como sabemos, sempre muito baixo.
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O sistema financeiro portugues é, infelizmente, demasiado assente na banca tradicional. Aos governos caberia ter fomentado as Capitais de Risco e os bancos de fomento Industrial, mas nunca o fizeram.
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Ando a dizer isto há muito tempo, não é de agora.
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Não tenho tanta certeza que o Gaspar tenha sentido de estado, muito menos das consequencias dos seus actos. Começei por pensar isso a respeito dele e Passos Coelho, mas mudei radicalmente de opinião. Daí ter dito há umas semanas atrás que, pela primeira vez na minha vida, estaria na disposição de não votar no partido onde sempre votei e onde tive ligações - o PSD- .
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Rb

Anónimo disse...

O anónimo chama-se S. Martins. Sou eu.

Rb, eu não discordo de si quanto à questão do imobiliário. De facto, somando as caracteristicas tradicionais da nossa banca de trabalho, que sempre privilegiou o garantismo com base nos chamados bens de raiz, quer a fome de bem-estar das pessoas que sempre foram pobres, adicionando ainda a toleima desenvolvimentista dos nossos autarcas da treta, só podia acabar numa bolha imobiliária. E foi o que viu, com todas as consequências nefastas que vão durar mais de 20 anos a digerir.
E muita gente sabia disto, incluindo muitos governantes esclarecidos. Então porque se foi por aqui? Porque era inevitável. Deram dinheiro ao pobre e ele, simplesmente quiz imitar o rico. Se o imobiliário valia dinheiro e dava renda garantida (era o que lhe diziam e o que ele, aparentemente via), como é que se evitava isto?
Em democracia não evitava, porque os governos dependem do voto popular. Ponto.
Mas também houve uma sede desmesurada de lucro fácil, que, também como sempre, tramou todos os que não sairam a tempo. E são muitos que vão ficar arruinados para a vida.
Ora, é por tudo isto que eu sou muito céptico em relação à recuperação da nossa economia. É que há toda uma geração destruida financeiramente, uma banca que foge da própria sombra, governos acossados pelas dívidas e encargos fixos insustentáveis dos Estados (Europa incluida), faculdades de economia que só sabem ensinar teorias de crescimento, etc.
Isto é como uma escada, e vamos ter de descer quantos degraus forem precisos até encontrar um patamar de sustentabilidade e sobrevivência.
Em que ponto da escada é que isso se encontra? Não sei, mas sei que o caminho é a descer, até que, algures, comece novamente a subir.
Quanto ao PSD, deixe-me dizer-lhe que o Partido, de que também sou militante, já existia, e vai continuar depois de nós, incluindo este governo e o Passos Coelho.
Os partidos só podem ser responsáveis na medida da responsabilização das pessoas que, em dado momento, assumem as decisões e os riscos a elas associados.
E ninguém é perfeito e clarividente, porque "saber fazer depois" não é prerrogativa nem base para nenhuma decisão. As decisões tomam-se "antes" e é aí que à vezes a "porca torce o rabo", porque às vezes sai "bota"!...

S. Martins

Anónimo disse...

Certo S. Martins. Mas não creio que seja preciso descer uma escada sem fundo à vista. Esse é um tipo de espírito mui católico, muito próprio da nossa cultura, de que temos de nos resignar com um fado inevitável e que não há alternativa ao sofrimento findo o qual virá finalmente o paraíso.
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A verdade é que quanto mais para baixo se desce na escada mais dificil se torna voltar a subi-la. Não é necessário descer lentamente se pudermos colocar uns arnês e fazer um rappel por ali abaixo de forma rápida e assertiva e sem gastar energias a descer cada degrau.
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Foi isso que o Japão fez. Foi isso que os EUA fizeram. Foi isso que a Alemanha não permitiu que fizessemos. Repare, na ultima crise que tivemos recuperamos rapidamente. Colocamos arnês e deslizamos sem o mesmo grau de sofrimento que hoje estamos a ver.
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Porquê?
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Porque inflacionamos a economia. A vantagem de uma certa dose de inflação é exactamente obter efeitos rápidos cujos custos sociais não são perceptiveis pela população, já que não se lhes tira salário (embora os salarios reais desçam). E depois tem a vantagem enorme de ao encarecer os produtos importados, incentivar a sua substituição rapidamente por produção nacional, o que gera mais emprego, mais negócios etc.
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Rb

Anónimo disse...

Você tem razão quanto à inflação. Mas não estamos a discutir o sexo dos anjos? Isso não é da competência do BCE, onde não mandamos rigorosamente nada? Essa "receita", não implica a saída do Euro e, mesmo, a eventual suspensão temporária (!!!) da nossa participação na união económica europeia?
Faz algum sentido, no actual ponto de integração económica e política, falar de produção nacional e substituição de importações???
Então mas esse "negócio" não era da competência de Bruxelas? Não foi exactamente para acabar com os estrangulamentos de um país pequeno e uma moeda fraca, que nos metemos nesta história?
Repare que está tudo em causa.
Incluindo o acesso a produtos de ponta no mercado mundial, de que ficariamos arredados por um longo tempo. Por exemplo eu recordo-me que de 1976 a 1985, não importavamos motociclos porque era um produto de luxo(!!!).
Não meu caro, é mais fácil e barato destruir uns milhares de empregos no Estado, cujo produto não nos serve para nada, do que sofre tudo isso de novo, só para manter os privilégios duma "casta" que nem pode ser despedida!...