"(...) A profunda recessão de 1920 foi corrigida em apenas um ano. Não havia razão para a recessão de 1929 ter demorado mais, porque a economia americana era fundamentalmente sólida. Se o governo permitisse que a recessão se ajustasse sozinha, como teria ocorrido ao fim de 1930, considerando as recessões anteriores, a confiança teria retornado e a queda mundial não precisaria jamais ter ocorrido.
Em vez disso, o mercado de ações se tornou um motor de destruição, levando a nação inteira à ruína e, em sua crista, o mundo. (...) Esse padrão se repetiu por todo o mundo industrial. Foi a pior crise da história humana, e a mais prolongada. De fato, não houve recuperação natural. (...)
Trata-se de uma história horrenda, e não acho que historiador algum a tenha explicado satisfatoriamente. Por que foi tão profunda? Por que durou tanto? Até hoje não sabemos efetivamente. Mas o autor que, em minha opinião, chegou mais perto de oferecer uma análise satisfatória foi Murray N. Rothbard em A grande depressão americana. Por meio século, a explicação convencional e ortodoxa, dada por John Maynard Keynes e seus seguidores, era a de que o capitalismo era incapaz de salvar-se de si próprio, e que o governo não fez o suficiente para salvar um sistema de mercado intelectualmente falido das consequências de seus próprios disparates. Essa análise foi parecendo cada vez menos convincente à medida que os anos passavam, sobretudo porque o próprio keynesianismo foi se tornando desacreditado.
Nesse ínterim, Rothbard produziu, em 1963, sua própria explicação, que virou do avesso a explicação convencional. Ele defendia que a severidade do crash de Wall Street não foi devida à licenciosidade irrestrita de um sistema capitalista bandido, mas à insistência do governo em manter artificialmente o boom expandindo o crédito de maneira inflacionária. (...)
Graças às intuições de Rothbard, agora vemos que o período Hoover-Roosevelt foi na verdade um continuum, que a maioria das "inovações" do New Deal foram na verdade expansões ou intensificações das soluções de Hoover.(...)
Conheço poucos livros que tornem tão vívido o mundo da história econômica, e que contenham tantas lições convincentes, válidas ainda hoje (...).
Paul Johnson
1999"
8 comentários:
É ridículo pretender aplicar teorias económicas como se elas independenssem do momento histórico. É ridículo pretender que todas as depressões económicas são idênticas, têm as mesmas causas e evoluirão, naturalmente, da mesma forma.
Não conheço a história económica, mas não duvido que a depressão de 1920 terá sido causada pela desordem demográfica originada pela gripe "espanhola" de 1919. A depressão de 1930 teve uma origem profundamente diferente - o estado de endividamento profundo causado pelo colapso da bolsa de valores - e naturalmente teria sempre uma evolução distinta.
LL
Se não aceitas a explicação da origem das crises nas bolhas que a precedem na expansão de crédito pelos bancos, presente desde que os bancos existem de facto só te resta ir a cada uma (e são dezenas delas ao longo da história) procurar explicações contextuais específicas.
A forma como as bolhas se manifestam claro que são contextualizadas, dependem da realidade própria do momento, também o "trigger" para a bolha arrebentar podem ser vários. ,o que não quer dizer que não exista uma explicação comum.
Quanto a 1920, os preços tinham subido e tinha existido um boom pós-guerra.
Nao sei porque é que me apetecia mas e melhor ler o autor da tese que o tal pretendia demostrarse como falsa. Querese dizer, quais os autores que insinuavam que a severidade do crash de Wall Street não foi devida à licenciosidade irrestrita de um sistema capitalista bandido?
Algum autor concreto para ser citado, please. Bibliografia enfim sobre da temática.
O tal Keynes era um dos tantos da lista dos autores-economistas acima citada?
CN,
eu aceito que as bolhas sejam a causa de crises, talvez até da maior parte das crises. Não me parece de forma nenhuma que elas sejam a causa de todas as crises. Não vejo porque não possa haver crises causadas por outros motivos, por exemplo uma epidemia que causou um crash demográfico.
É natural que crises causadas por diferentes causas tenham evoluções diferentes.
No caso da crise de 1920, cabe ao CN demonstrar que ela teve origem numa qualquer bolha. Isso é coisa que se demonstra com investigação empírica, não com postulados austríacos.
A análise da história tem todo o interesse, tanto quanto sei existiu inflação e um boom de preço no pós-guerra, se a epidemia ajudou a acelerar o crash, sim, pode ter sido. Dificilmente foi a causa em si da crise. Mas existem dados sobre esse período.
No caso da crise de 1920, cabe ao CN demonstrar que ela teve origem numa qualquer bolha. Isso é coisa que se demonstra com investigação empírica, não com postulados austríacos.
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A análise da história tem todo o interesse, tanto quanto sei existiu inflação e um boom de preço no pós-guerra, se a epidemia ajudou a acelerar o crash, sim, pode ter sido. Dificilmente foi a causa em si da crise. Mas existem dados sobre esse período.
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Nao sei se o LL imbuido pelo espiritu Robhardiano que ainda aniha ou ja criou no CN sabe bem de que crise estavam eles dois a falar. Nem parece.
Deve ser desta crise que por cá foi uma crise de 4 anos e nos Massachussets só apenas chegou mas em em forma de mini-crisecinha...
"A crise do pós-guerra (1920-1924)
Depois da guerra, os antigos concorrentes começaram a reconstruir suas economias. 1919 foi um ano de crescimento da demanda relativa por bens de consumo interno e do efeito positivo exercido por créditos americanos.
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Mas o rescaldo da guerra (inflação, a desmobilização das tropas, a falta de empregos, a dívida, deslocamento financeiro, etc) levou a uma recessão que começou em 1920 e não foi superada até 1924. Essa queda deveu-se a causas relacionadas com as dificuldades na conversão de uma economia de guerra para uma de paz e de descasamentos entre oferta e demanda. O último estagnou após a atração momentânea que envolveu a aquisição de efeitos domésticos, adiada para a conquista da paz.
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Alimentada a crise dois problemas fundamentais: as dívidas contraídas durante a guerra, e as reparações de guerra que a Alemanha foi obrigada a pagar aos vencedores (Versailles). O relacionamento deles estava perto, eo papel desempenhado pelos empréstimos americanos na solução fundamental.
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Tratado de Versalhes
EUA, aliados credor, aplicado, a fim de controlar a inflação, política de crédito restritiva destinada a reduzir a oferta de moeda em circulação, ou o que é o mesmo, implementou uma estratégia de deflação, enquanto implantadas medidas protecionista. O efeito resultante é o declínio da actividade económica europeia eo aumento do desemprego."
Tirando os "austríacos" e pouco mais, todas as análises de crises ao longo da história concentram-se em procurar causas na situação social do momento.
Ou é a transformação tecnológica, ou mudanças demográficas, ou o "capitalismo", conflitos, etc.
É o habitual. Muitas dessas teses têm interesse dada a descrição que fazem do tal "contexto histórico" próprio, mas isso não quer dizer que produzam, uma investigação sistemática económica clara. E`como digo, mais "histórica".
Tirando os "austríacos" e pouco mais, todas as análises de crises ao longo da história concentram-se em procurar causas na situação social do momento.
Eu diria que essa é a atitude correta - procurar as causas das crises, em vez de postular essas causas. Procurar as causas, em vez de se afirmar a priori que já se sabe quais elas são.
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