Vai aí uma grande confusão nos comentadores.
Depois de vários textos a fazer vincar que:
- a pessoa humana é única, cada uma com as suas próprias preferências subjectivas, mas cuja acção entre a escolha de fins e meios implica uma série de propriedades gerais não quantitativas (preferência temporal, utilidade decrescente, etc), as únicas com validade universal.
- que a acção humana não se baseia em cálculos nem medições dessas preferência (se fosse possível não estaríamos a tratar de seres humanos) mas no simples acto de ordenação e escolha (prefiro A a B).
O que rejeita e invalida precisamente toda a restante doutrina económica quer a socialista quer a por exemplo a dita liberal de Chicago (que caracterizo como de "eficientismo" e que muito mal fez ou faz ao liberalismo) que quis transformar o homem numa máquina racionalista traduzível em sistemas de equações...
Põem-se a acusar os "austríacos" dos males que esta escola prova estarem presentes nas outras.
6 comentários:
CN,
as críticas que os "Austríacos" fazem ao utilitarismo versão ciência económica são certeiras.
O problema é que isso é uma discussão de há 200 anos atrás, hoje em dia só maluquinhos é que acham que conseguem modelar o ser humano de forma universal.
Eu não sei se na escola de Chicago há gente assim, mas certamente não é essa a norma dos modelos de econometria e game theory por exemplo. O PA é que deve saber mais disto do que todos nós.
Aliás o empirismo científico moderno é precisamente o reconhecimento de que estes modelos devem ser interpretados com muito cuidado, e que não podem ser abusivamente generalizados, muito menos ao ponto de se formar uma filosofia da natureza humana à volta deles.
Mas mesmo rejeitando o utilitarismo determinístico, e bem, os "Austríacos" não saem da mesma caixinha iluminista de que é possível descobrir verdades económicas a partir de uma natureza humana postulada.
Esta natureza humana austríaca inclui, por exemplo:
1 - é impossível modelar as preferências que cada indivíduo tem
2 - dado uma certa preferência, cada indivíduo age racionalmente para a obter.
Este ponto 2. o CN nunca fala muito dele, mas é uma suposição extremamente duvidosa e de impossível generalização universal.
Se as ideias "Austríacas" alguma vez tiverem sucesso, que eu não tenho capacidade para avaliar, vai ser porque um economista tradicional vai pegar nelas e chamá-las "modelo Austríaco". Vai testá-las empiricamente e descobrir que se aplicam a um fenómeno qualquer.
Caro Professor Arroja,
Por razões pessoais gostaria de saber qual a edição do Catecismo da Igreja Católica que aconselha.
Existe uma edição portuguesa fiavel?
Obrigado pela informação.
D. Costa
"Tendo, então, revelado o primeiro livro que influenciou a minha vida, passo agora a indicar o último. É o Catecismo da Igreja Católica, agora na versão oficial promulgada pelo Papa João Paulo II em 1993 e redigido por uma comissão a que presidiu o então cardeal Joseph Ratzinger."
PA em Setembro de 2007
E os swap, senhores?
Os swaps fora coisa de gananciosos que criaram hedgefunds e ganharam com isso.
Os bancos não ganharam absolutamente nada com a imbecilidade deles.
Fala-se muito do que não se sabe.
Está na moda.
Os estúpidos dos gestores deviam ter feito um "realised loss" quando a coisa deu para o torto e não fizeram. Preferiram esconder os prejuízos.
E agora culpam os bancos com os quais fizeram os contratos.
Os prejuízos deles não foram lucro para os bancos. Os bancos têm de rebalançar essas perdas. Devem é ter-lhes aconselhado a reestruturar os contratos e aío ganharam comissões.
Mas a imbecilidade foi dos gestores, armados em chico-espertos que deram em criar hedge funds e brincar à finança sem perceberem corno disso.
Não me sinto particularmente confuso - meramente apontava a eficaz redução ao absurdo já feita anteriormente por Aldous Huxley. Entende-se melhor do que o laborioso mascavar de categorias apresentado.
(Infelizmente, os jacobinos são especialmente densos e refractários ao humor, e tomam as sátiras por planos a seguir. Por isso é que estamos mais perto do que longe do Admirável Mundo Novo do Huxley, e do Brazil do Terry Gilliam.)
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