"Looking back on the century 1815–1914, from Waterloo to the Great War, Germany appears to have been among the least militaristic of European powers. Number of Wars: Britain 10, Russia 7, France 5, Austria 3, Germany 3. From 1871 to 1914, the Germans under Bismarck and the Kaiser did not fight a single war. While Britain, Russia, Italy, Turkey, Japan, Spain, and the United States were all involved in wars, Germany and Austria had clean records."
Churchill, Hitler, and "The Unnecessary War": How Britain Lost Its Empire and the West Lost the World by Patrick J. Buchanan
4 comentários:
Esse argumento começa a tornar-se exagerado. Se a Alemanha era tão pacífica, porque motivo conseguiu fazer com a Inglaterra e a Rússia se virassem contra ela, num cenário impensável em 1871? Principalmente a Inglaterra, que nesse século que é referido e em todas essas guerras, apenas 1 ocorreu na Europa, por não ser da sua tradição envolver-se em guerras no continente - que não ameaçassem a sua sobrevivência.
por não ser da sua tradição envolver-se em guerras no continente - que não ameaçassem a sua sobrevivência.
Falta, no entanto, saber o que significa "a sua sobrevivência" para a própria Inglaterra.
Raras - raríssimas - vezes esteve a Inglaterra com a sobrevivência ameaçada. Sobrevivência, aqui, no sentido da sua integridade territorial.
Poder-se-á dizer, parece-me, que o único país capaz de o fazer - e isso já há muito tempo - foi a França.
O que é, portanto, a "sobrevivência" da Inglaterra, senão a integridade territorial? Ora, nada mais que os seus interesses: domínio marítimo e económico i.e. império à britânica i.e. posição de superioridade entre as potências europeias.
A Inglaterra interveio sempre no sentido de sabotar a hegemonia de uma potência continental, que é basicamente manter o equilíbrio entre França e Alemanha, nos tempos modernos.
Noutros tempos, os visados fomos nós e os espanhóis.
O tema é recorrente e claro: a Inglaterra trabalha sempre no sentido de sabotar a Europa*.
Não olha - como nunca olhou - a meios. Mesmo que isso significasse mergulhar o continente em sangue e, até, envolver o resto do mundo, como no séc. XX.
* Para os que acham que Inglaterra é Europa, talvez seja um pouco difícil de explicar o facto de o comum inglês se referir ao continente como "Europe", como eles fazem... É análogo ao que seria se os madeirenses ou açorianos se referissem ao continente ou Portugal continental como apenas "Portugal".
É necessário acrescentar, em relação à integridade territorial britânica, que a Alemanha nacional-socialista tinha, de facto, os meios para ameaçar o território britânico.
O facto de não ter optado por esse caminho e, ao invés, ter preferido a neutralização militar por via aérea foi, no meu entender, uma opção política que se revelou desastrosa estrategicamente. No entanto, é provável que isso significasse um atraso insustentável da acção na frente Este e a consequente perda da vantagem da iniciativa nesse teatro, pondo a Alemanha irremediavelmente numa posição defensiva contra a URSS que se mobilizava já maciçamente para a invasão da Alemanha e, consequentemente, do resto do continente.
"a Inglaterra trabalha sempre no sentido de sabotar a Europa*."
Se impedir a criação de uma potência dominante na Europa é sabotar a Europa, eu agradeço que a Inglaterra não tenha olhado a meios. Não é por acaso que somos aliados deles há séculos: também nunca foi do nosso interesse que houvesse uma potência desse género, e a única vez que estivemos contra eles foi quando fomos engolidos por essa potência. E sempre que os ingleses puseram tropas cá, foi a nosso pedido ou depois da iniciativa dos outros, ao contrário dos espanhóis e dos franceses a quem nunca pedimos nada disso.
"a URSS que se mobilizava já maciçamente para a invasão da Alemanha e, consequentemente, do resto do continente."
Se eu fosse Estaline e tivesse lido o Mein Kampf e aquela parte da Ucrânia, fazia o possível por pôr as barbas de molho.
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