16 março 2013

que se lixe a Troika


Não é possível reduzir o défice sem cortar na despesa. O tal “enorme aumento de impostos” apenas redistribuiu os encargos com a despesa e é por isso que o défice não desce da forma desejada. Os partidos do arco do poder preferiram pôr a população a pão e água a podar os interesses dos seus apaniguados e o resultado está à vista. O País entrou numa espiral recessiva da qual vai ser muito difícil sair.

Importa considerar que esses interesses instalados estão centrados nas áreas da saúde, da educação e da segurança social e que, por esta razão, o governo os pode escamotear por trás da narrativa dos coitadinhos — querem que a gente corte na saúde dos pobrezinhos? Não, pois não? Então "lá vamos cantando e rindo".

Cantando e rindo até que a Troika se compenetre de que, por esta via, vamos precisar de um perdão da dívida. Um “hair cut” aí de uns 40 a 50%, que nos dê uma folga de mais uns anitos. Mesmo com esse perdão, não vamos voltar a crescer sem reformas a sério, mas isso é no longo prazo e, como disse um famoso gay, ‹‹no longo prazo estaremos todos mortos››.

O movimento “Que se lixe a Troika” é manifestamente amadorístico. Os campeões da filosofia do “que se lixe a Troika”, isto é, que se lixem os nossos credores, são carteiristas profissionais que limpam os bolsos sem dar nas vistas. E que, se não têm escrúpulos em limpar os bolsos à populaça, muito menos se vão preocupar com as instituições que cá meteram 70.000 M€.

São os modernos “Alves dos Reis”. Onde estão? É muito fácil saber onde estão — "just follow the money". Na Grécia estavam no governo, mas nós não somos gregos. Nós preferimos as "eminências pardas" e confiamos o governo a "testas de ferro".

5 comentários:

Ricciardi disse...

A Alemanha de Merkel segue à risca os ensinamentos de Keynes. Apertar a despesa nos bons tempos e solta-la nos maus tempos. É isso que está a fazer. Com superavites comerciais sucessivos aproveita o momentum para consolidar o defice publico.
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Nós, por cá, andamos ao contrário, a apertar a despesa nos maus tempos. É bom de ver, apertar a despesa nos maus tempos não consolida coisa alguma. Muito menos fazendo pressão na despesa e aumentando impostos.
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Esta tese só pode colher em mentes que desconsideram a realidade. Em mentes que tem por objectivo ultimo a implantação de um ideologia.
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Quaisquer meios servirão esse desiderato ultimo: a construção da Ilha Utopia Liberal.
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Não interessa tudo resto. Coisinhas comezinhas sem importancia alguma como o desemprego, as falências, o incumprimento, pobreza, despedimentos massivos, milhares de familias sem rendimento...
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Neste enquadramento só falta mesmo retirarem a saúdezinha e a educação e a proteçãozinha social minima. Só falta mesmo retirar essas coisinhas sem importancia para atingirmos o Nirvana Liberal, a Ilha Utopia. Em suma, uma sociedade de gente livre. Uma sociedade que tem o prazer de ter a liberdade de não poder escolher o que quer que seja com a excepção daquilo que não pode comprar.
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Parabens. May the (dark) Force be you, skypeter.
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Rb

muja disse...

Também não o compreendo Rb...

Então V. acha que é de gastar mais nos maus tempos...

O que levanta a pertinente questão: o que são os "maus tempos"?
Do meu ponto de vista, os tempos são maus quando não há cacau para gastar. Ora, sendo assim, decorre desta outra questão: se não há cacau, onde vai V. buscá-lo para o gastar?

Vivendi disse...

A Alemanha de Merkel segue à risca os ensinamentos de Keynes. Apertar a despesa nos bons tempos e solta-la nos maus tempos. É isso que está a fazer. Com superavites comerciais sucessivos aproveita o momentum para consolidar o defice publico.


A Alemanha começou a apertar o cinto faz anos e criou reformas de mercado para aumentar a competitividade e enquanto isso o sul da Europa endividava-se.

E as pessoas teimam em perceber o que custa o Estado Social.

Merkel - temos de trabalhar duro para manter Estado Social

Chanceler lembra que somos poucos, produzimos muito e temos as despesas sociais mais elevadas do mundo.

Somos 7% da população mundial, produzimos 25% da riqueza, mas gastamos 50% da despesa social.

Ricciardi disse...

«Então V. acha que é de gastar mais nos maus tempos...» muja
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Acho que se deve poupar nos bons tempos para mitigar os efeitos dos maus tempos.
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Em suma, austeridade nos bons tempos, relaxamento nos maus tempos.
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Não é assim que fazemos na nossa própria vida?
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No caso Portugues fez-se ao contrario. Gastamos nos bons tempos, quando deviamos ter poupado e reformado, e pretendemos reformar nos maus tempos.
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E mesmo com pouca massa, sendo certo que já tinhamos cometido o erro de gastar a mais nos bons tempos, deviamos agora ter efectuado uma austeridade com inteligência: cortar na despesa com bom senso (não querendo ir mais além do que estava previsto) e em simultaneo ter baixado os impostos directos. Uma no cravo outra na ferradura.
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Afinal de contas, mesmo não tendo massa, acabamos de ver a divida publica disparar para 123% do PiB. Mais 26% do que ha 2 anos. Teria sido preferivel usar esta massa na redução de impostos que aproveita aos privados. Assim, ficamos sem nada. Vendemos tudo, ficamos mais endividados, as contas do defice não descem em proporção ao esforço, e a balança comercial consolidasse com cuspo por força de uma contração no poder de compra das pessoas.
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Rb

Anónimo disse...

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