17 março 2013

o discurso da legitimação do poder

A narrativa dos pobrezinhos, quando proferida por um chefe de estado, é essencialmente um discurso político que não deve ser levado à letra.

Xi Jinping:
‹‹Temos de ser austeros, lutar contra a corrupção e ajudar os pobres››

Papa Francisco:
‹‹Quero uma Igreja pobre e para os pobres››

Longe de mim pensar que há falta de sinceridade nas palavras do presidente Xi Jinping ou do Papa Francisco, pelo contrário, acredito na sinceridade de ambos. O que gostaria de realçar é que esta "narrativa dos pobrezinhos" também faz parte de um discurso de legitimação do poder. Aliás, tanto num caso como no outro, prenuncia, na minha opinião, um exercício determinado desse poder.
Em nome dos pobrezinhos, claro.

6 comentários:

José Lopes da Silva disse...

Nem mais. Para o resto, está lá a Obra.

Anónimo disse...

Esta declaração do novo Papa é pura demagogia. Discurso para "dentro"... ele sabe do que fala...
Mas de facto não pode ser levada à letra: como é que "um" pobre, seja pessoa ou instituição pode ajudar "outro" pobre???...

zazie disse...

Eu nem sei o que ele entende por pobres. Porque para os tolinhos já as portas do céu estão abertas.

Detesto paleios materialistas, seja em nome de pobrezinhos, seja em nome de riquinhos.

zazie disse...

Penso que o problema dos "pobrezinhos" e do discurso dos "coitadinhos" cria isso mesmo- gente incapaz de ajudar o próximo por acharem que todo o mundo lhes deve alguma coisa.

Só sabem pedir e cravar.

E conheço quem assim seja e sem a menor responsabilidade de família e incapaz sequer da dar uma prendinha a alguém.

zazie disse...

Aliás, o maior pecado, para mim, empatado com a acédia é a avareza.

Tenho pó a miseráveis avarentos.

Anónimo disse...

Concordo! Bora lá, cacete neles!... Pode ser que larguem "algum"!... que isto está a ficar deveras curto de guito!...