14 fevereiro 2013

e no entanto é tudo liberalismo clássico (2)

Mises parece claramente falar de um anarquismo  utópico que não acreditava na necessidade da violência ou que a sua não organização de alguma forma geraria ela própria uma sociedade não violenta:
"Uma escola de espírito dos filósofos sociais, os anarquistas, preferiu ignorar o assunto, sugerindo uma organização sem estado na humanidade. Simplesmente passam por cima do facto de que os homens não são anjos". 
"Se todos os homens fossem capazes de perceber que a alternativa para a cooperação social pacífica é a renúncia de tudo o que distingue o Homo sapiens dos animais de rapina, e se todos tivessem a força moral de agir em conformidade, não haveria qualquer necessidade do estabelecimento de um aparato social de coerção e opressão."
E juntando esta acepção à extensão do seu conceito de secessão, fica para mim claro que Mises não se debruçou na análise da organização da segurança e justiça com carácter contratual, tema que começou apenas a ser desenvolvido com o nascimento, se assim se pode dizer, do movimento libertarian mas, note-se, já tendo como referência um liberal clássico do séc. 19, contemporâneo de Bastiat, Gustave de Molinari, que foi editor da mais prestigiada revista de economia francesa durantes muitos anos, e que lançou o tema: The Production of Security, Gustave de Molinari.

Não vejo necessidade de oposição e vejo uma grande campo de acção de investigação prática e teórica em muitos domínios:

- direito e justiça arbitral (a que 2 partes socorrem voluntariamente, e cujo sentença é cumprida no mínimo pelas consequências de ostracismo, passar a fazer parte de listas negras)
- papel das seguradoras que emitem seguros de responsabilidade civil e penal, servindo estes de certificação para terceiros, que vão exigir tal condição para inclusão.
- no campo da teoria constitucional e ciência política, incluindo a vertente internacional, o papel potencial do mecanismo da secessão, como garante de paz (tal como preconizado por Mises) e preventivo do centralismo.
- e sim, a separação da moral do direito penal (e civil), que de resto, sempre foi um valor liberal, não que isso seja uma sanção da imoralidade, e de resto, para choque de muitos, como Hoppe demonstra, pelo contrário, a probabilidade é a maior sanção da imoralidade.

e mais.

3 comentários:

Say what?! disse...

Sempre que venho aqui, parece que entro numa sessão da Igreja da Cientologia. Deus vos dê juizo. O que vale é que isto do anarco-liberalismo, ou coisa assim (não sei como é que vocês se chamam uns aos outros exactamente) tem uma reprodução meio endogâmica. Uma convenção de freaks engraçados ;)

Say what?! disse...


More fun, folks!


http://www.gotchamediablog.com/2013/01/daily-show-glenn-becks-independence-usa.html

CN disse...

é tudo livre contrato e livre associação.