"A questão que tem corrido ao longo dos séculos e que terá de ser resolvida, mais cedo ou mais tarde, é a do povo versus os bancos." Lord Acton.
“Acredito que as instituições bancárias são mais perigosas para as nossas liberdades do que os exércitos permanentes. Se o povo americano alguma vez permitir que bancos privados controlem a emissão da sua moeda, primeiro pela inflação e depois pela deflação, os bancos e corporações que crescerão em torno de [os bancos] irão privar o povo de toda a propriedade até que os seus filhos acordem sem abrigo no continente que os seus pais conquistaram. O poder de emissão deve ser retirado aos bancos e restaurado ao povo, a quem pertence correctamente.” Thomas Jefferson
30 comentários:
"até que os seus filhos acordem sem abrigo no continente que os seus pais conquistaram" Lord Acton.
Caro CN,
Os portugueses sabem muito concretamente o sentido de estas palavras de Acton.
Diariamente em 2012, 47 cidadãos portugueses emigraram para a Suiça. Diariamente!
Qual é o numéro total de émigrantes ?
Qual é o impacto em termos de vitalidade do consumo interior ?
O que isto quer dizer de nós e do olhar que os nossos parceiros, em negócios, em finanças e em política, põem sobre nós ?
http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Interior.aspx?content_id=67861
Bem, tendo em conta que Acton nasceu ali pelo ano 1830, constactamos que, volvidos quase 200 anos, o povo ainda não foi comido pelos bancos.
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Este tipo de mentalidades, qual zandinga, acabam sempre por acertar num futuro qualquer.
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Na verdade, os bancos precisam do povo na mesma medida que o povo precisa dos bancos. Nem mais, nem menos.
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De certa forma, este tipo de pensamentos liberais avançados tocam naquilo que venho defendendo. A demonização dos bancos é partilhado pelos comunistas e pelos liberais avançados anarco-qualquer-coisa.
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Uma sociedade sem bancos é uma sociedade pobre. E injusta. De outro modo, sem eles, só mesmo quem nascer rico é que pode capitalizar recursos para empreender.
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Ora este é precisamente o problema de Portugal. A falta de verdadeiros bancos.
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O que eu acho, sinceramente, acerca do assunto não tenho visto a ser defendido. Infelizmente. Eu sou da opinião de que a banca devia ser OBRIGADA a destinar um rácio mínimo de 15% dos depositos que tem à sua guarda para uma sua associada de Capital de Risco. Compulsivamente.
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As sociedades de Capital de Risco são excelentes veiculos de promoção do investimento e tem critérios sérios na concessão de financiamento, uma vez que se limitam a ganhar o que o negócio gerar. Esta partilha de risco de negócio é fundamental para seriar investimentos capazes.
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De outro modo, continuasse na mesma linha abjecta que é financiar projectos de acordo com as garantias que se lhes ofereçam gerando bolhas em determinados sectores.
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Rb
o povo ainda não foi comido pelos bancos.
Não, Não! Fale sério Ricciardi.
Esta crise foi provocada por quem mesmo? O BPN e todos os outros bancos portugueses andam a querer comer a cabeça a quem?
Deve ser a mostarda a subir-lhe ao nariz, Vivendi! ahahahaaha
Ó Rb, desculpe lá, mas existe alguma coisa a ser discutida ao nível da política internacional que não seja formulada em termos de devedores e de credores? Os bancos são hoje mais poderosos que muitos estados. Não são todos os bancos, mas são alguns e que têm vindo a tornar-se cada vez maiores. Na realidade, temos hoje menos bancos que dantes.
De qualquer forma, se V. ler bem, o que esse Jefferson estava a dizer é que os bancos têm de ter trela curta e, sobretudo, nunca em situação alguma, pode ser permitido o seu controlo de funções críticas do Estado ou essenciais para a generalidade da população. Não era que os bancos têm de acabar!
Os bancos, como agregadores e veículos do poder financeiro, especulador e usurário, são perigosos. Mais perigosos se tornam quando vão além fronteiras (uma inovação dos Rothschild, umas vítimas como se sabe).
Têm que ter trela curta. Curtinha... O Sr. Dr. sabia-o bem...
Vivendi, a crise não derivou dos bancos em si mesmos, não é?
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Derivou da gula humana. Daquilo que os deixaram fazer. Com bancos ou sem bancos existem crises.
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Esta foi do sub prime e teve a ver com aquilo que acima referi. O privilégio em conceder crédito a determinados sectores (imobiliaria) porque se mede o crédito pelas garantias e não pelo mérito do projecto.
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A culpa, se quiser avançar mais, derivou do facto do pessoal da aldeia global, o povo, ter apetência por produtos de alto rendimento. Ora, para oferecer produtos de alto rendimento foi necessário vender packs de lixo tóxico pela aldeia global.
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Vc diz que a culpa é dos bancos?
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Os bancos são o veiculo que lhe disponibiliza rendimento de activos sem valor.
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A culpa tem um rosto. A regulação. Se vc não impuser regras as pessoas comem-se umas às outras. É como a selva.
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Agora, a actividade bancária, se regulada convenientemente é boa. Não podemos disvirtuar as coisas. Cheira a hipocrisia esquerdista.
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Rb
Pois, Muja estamos em sintonia. A regulação e controle deve ser apertado nas actividades bancárias. Mas daí até achar-se que a actividade é uma coisa má em si vai uma grande distancia.
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Rb
Mas isto, meu caro, é como tudo. Se vc não obrigar as empresas a investir em ETARS por lei, elas descarregam o lixo no rio. Se não legislar acerca do trabalho infantil, elas contratam mao de obra infantil barata.
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O problema na são as fabricas. O problema está nas pessoas. Na gula.
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E é isso que os liberais nunca entenderão. É que foi exactamente o facto de se tornar moda não regular coisa alguma que a crise de sub prime se instalou.
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Rb
As crises são normais. Fazem parte do ciclo da vida. A diferença está em quanto estamos alavancados e preparados para corrigi-las.
Por isso já fomos 3 vezes à falência neste regime e no regime anterior 0, mas crises também as havia, 2ª guerra mundial, guerra colonial, choque petrolífero...
O peoblema não está só alavancagem.
Está na caixa de pandora que se abriu com os modelos matemáticos, o trading por robots e o resto é a eterna ganância, agora com escala globalizada.
Mas os bancos são precisos e o Morgadinho da Ex-Cubata, tem razão
Os bancos são precisos a partir do momento que sabemos quanto eles valem e ao que vem.
A principal função de um banco deve ser estimular as poupanças e promover empréstimos onde as possibilidades de bom retorno.
Agora o Sistema financeiro decidiu entrar no campo da especulação com dinheiro alavancado que chegou até 36x que o valor da economia real e ainda pede ao governos para que o povo se chegue à frente quando a coisa está a correr mal.
"...o povo precisa dos bancos."
"Uma sociedade sem bancos é uma sociedade pobre."
Desculpe, mas não posso estar de acordo consigo. Se chama bancos aos que eu tenho acompanhado nos últimos 20 anos aqui no pais, eu não preciso deles para nada e bem que ganho mais em colocar o meu dinheiro todo debaixo do colechão.
Eu compreendo o que dizem, mas não estou completamente de acordo.
A Zazie fala dos robots e dos modelos matemáticos e tal: certo que isso é parte do problema.
Mas o fundamental, penso, vai mais por aquilo que o Rb diz da regulação. Mas eu vou mais longe e digo trela curta.
Trela curta não é só regulação: V. não põe trelas nos cães para os regular. As trelas servem para controlar. Para evitar que eles façam coisas más. Pois com os bancos é o mesmo.
E eu não concordo nada que a actividade não é uma coisa má. Eu acho que é. E acho que se deve desconfiar à partida e à chegada de tudo quanto depender de bancos.
É coisa má mas é precisa. E pode ter resultados bons. Mas só os tem se controlada. Muito controlada.
E aqui estou em oposição total e absoluta com a frente neocoiso. Banco é trela curta. O que se liberaliza nos outros negócios, deve apertar-se em proporção semelhante nos bancos.
E a história de que são precisos bancos para haver riqueza não é linear. Há muitos indivíduos com muito dinheiro, dispostos a investir em potenciais negócios, e dispostos a partilhar o risco. Isto é muito mais saudável do que a abordagem típica dos bancos, que é emprestar com o risco do investimento todo no devedor. Isto é que torna muito mais difícil criar negócio e riqueza: poucos vão arriscar a casa e toda a sua fortuna num negócio que pode não funcionar.
Caro CN,
Excelentes citações.
E ò Rb, não me venha com histórias de que a culpa da crise não foi dos bancos. Foi sim. Os bancos agiram conscientemente e sabiam muito bem das consequências e dos riscos que corriam. Ou melhor: que não corriam.
Porque sabiam bem que quando a coisa estourasse, a escumalha reles que eles têm no pocket (como dizem os estrangeiros), ia transferir o prejuízo para o contribuinte, como transferiu.
Houve guerras que começaram por coisas bem menores que semelhante filha-da-putice, que não tem outra qualificação. Os reguladores, os académicos, os políticos, os media, tudo conivente sim senhor. Mas a acção e os cordelinhos partiam todos dos bancos.
No meu entender, era deixar falir tudo. O Estado encarregar-se-ia de distribuir o eventual dinheiro do resgate pelas pessoas.
E a teoria do risco sistémico também não me convence totalmente. Porque quando uma indústria vai à falência, também há risco sistémico para toda uma economia local que se criou à volta: cafés, restaurantes, cabeleireiros, etc, etc. E ninguém anda para aí a resgatar indústrias com o dinheiro dos contribuintes a torto e a direito. Ora isto tem alguma lógica?? Deixam-se falir as indústrias que criam riqueza e salvam-se os bancos que a chupam?
Náaa... Há qualquer coisa aí que não bate certo...
Os que controlam não sabem nada, porque, se soubessem iam para traders.
Grande parte disso é ficção.
Os próprios bancos é que agora têm cautela e os produtos de risco são muito menores. Porque nem interessa aos investidores nem a eles que estão em crise.
Não há riqueza sem banca e é preciso ler e entender a questão para não se entrar em tretas primárias de diabolizar os bancos e depois viver de alfaces sem banca.
Ora vejamos;
a) Trela curta para os bancos.
b)Trela curta para a "finança" virtual (mecânica /robótica) completamente desligada da realidade, do normal funcionamento dos mercados, dos sistemas económico-sociais ou da própria produção de riqueza.
c) Trela curta para os agiotas e especuladores globais.
d) Trela muito curta para o capitalismo global predatório e sem controlo.
Parece haver consenso sobre isto.
A questão é mais radical:
QUEM põe a trela nos Bancos?
Pois, é isso, se o o caro Muja substituir a palavra bancos pela palavra pessoas tem razão em tudo o resto.
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A consciência dos actos, como se tratando de um propósito maligno universal, é coisa, digamos, um tanto doentio de foro patológico. É semelhante, olhe, à Mania da Perseguição dos esquisifrénicos; semelhante àqueles americanos que torram os seus rendimentos a comprar bunkers e armas e provisões para um fim do mundo imaginário.
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Se é certo que poderá haver propósitos conscientes, na realidade, e na esmagadora maioria dos casos, segue-se a manada. Os banqueiros inclusivé. Nem se vê bem para onde se caminha. Vai-se atrás a acompanhar o rumo das coisas.
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Acredite no que lhe digo. A maioria dos banqueiros não fazia a mínima ideia do que estavam a comprar. Tudo isto era negócio. As agencias de Rating alimentavam a (falsa) segurança.
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Os poucos que tinham consciencia não viveram muito tempo como CEO's. Um CEO tinha que mostrar resultados. E os resultados medem-se por comparação. Se o CEO do banco x teve estes resultados fazendo isto, é isto que eu tenho de fazer para ter resultados melhores.
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Os modelos matématicos ligados à frequencia de operações apenas aceleram a coisa. Vêm a coisa numa base estatistica, probabilistica. Ora, em estatistica nós estamos sempre certos em um numero de ocorrências efectuadas. Quantas mais ocorrencias, mais rápido chegamos ao sucesso. O problema dos modelos matématicos, e que está tambem na base do seu inssuçesso, tem a ver com o facto de, eles próprios, desvirtuarem, à laia da repetição, as leis da oferta e da procura. A velocidade de transações é de tal forma que o preço vai resultar da luta entre modelos. Na prática é uma luta entre maquinas, aonde a velocidade e a aprendizagem da tendencia mais cedo do que o adversário gera o sucesso.
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Já não tem nada a ver com procuras e ofertas entre pessoas sujeitas a informações de mercado. Não. Tem a ver com compras consubstanciadas em tendencias medidas ao segundo por cada software.
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E vc diz que isto é bancos?
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Bancos?
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Rb
Bluesmile, é realtivamente fácil acabar com isto.
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Mas não é isso que o mundo politico-ideológico quer. A começar nos liberais gringos. Eles ainda acham que existem barreiras a mais para negociar estas coisas.
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Ora, se os liberais gringos tea partieanos acham isso, os macacos de imitação da aldeia global defendem de imediato todos a mesmissima coisa.
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Eles nem percebem bem o que defendem. Veja bem. Acho que nem fazem ideia do que se está a falar but hei se são os Convidas do Chã a dizer...
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Rb
Não me convence.
Essa das pessoas é como a das armas. Também não são as armas que matam, são as pessoas, diziam alguns. Mas não era assim que Vs. diziam! Diziam que era preciso proibir as armas.
Mas agora a culpa já não é dos bancos, e é das pessoas...
Ou quê?
V. diz que eles não sabiam o que estavam a fazer. Então diga-me lá: dos que sabiam, quantos é que foram penalizados? Aliás, de malta dos bancos, soubessem ou não, quantos foram?
Não receberam esses CEOs todos os prémios de milhões? Que é que aconteceu ao guito da recapitalização, sabe? Eu li uma coisa muito interessante no outro dia e, basicamente, aquilo foi só trafulhice. O cacau não foi para as pessoas, e os bancos usaram os fundos de resgate, para obterem.... mais fundos de resgate!
Eu vou procurar e depois ponho aqui.
Ou seja, é trafulhice completa. A crise foi trafulhice e o pós-crise trafulhice é.
Os gringos liberais defendem isso porque recebem dos bancos home essa! Eles e os outros todos! Mas qual é a dúvida? Sem o cacau dos bancos não há campanha eleitoral!
Demonizar os bancos... está bem está... eles não precisam que ninguém os demonize, que eles tratam disso sozinhos.
Agora, eu não digo que o objectivo era provocar a crise. Mas eles sabiam bem que ela ia acontecer, mais tarde ou mais cedo, e que quando viesse, eles se iam safar, e o contribuinte ia pagar tudo.
E sabiam-no, porque corromperam quem, para começar, devia "regular" a actividade deles; e quem devia posteriormente apurar responsabilidades, punir os responsáveis e manter o erário público fora do alcance das patas deles: os políticos.
Que importava saber se o negócio era tóxico ou deixava de ser? Não eram eles que iam pagar!
Vs. desculpem, mas eu não concebo outra maneira de olhar para isto, que não seja completa ingenuidade.
Claro que são crises premeditadas. A próxima será a destruição do dólar e quiseram destruir o €, até agora a Alemanha tem aguentado.
Ensaio sobre a dívida portuguesa
Atentemos ao que se passava em 1996:
PIB: (em euros) 96 mil milhões
Dívida do Estado: 54 mil milhões (58% do PIB)
Dívida Total: 113 mil milhões (118% do PIB)
(Não encontrei dados do privado, mas pressuponho que ronda os 60% do PIB)
E em 2012:
PIB: 166 mil milhões
Dívida do Estado: 203 mil milhões (120% do PIB)
Dívida Total, incluindo privado e público: 735 mil milhões (442% do PIB)
Em 16 anos, o PIB cresceu quase o dobro, de 96 para 166.
Mas a dívida cresceu de cento e tal para 735, aproximadamente sete vezes mais.
Já alguma vez se questionaram porque é que o PIB cresceu 2 vezes enquanto a dívida cresceu 7 vezes?
Havendo tanto economista na nossa praça a dizer que o acesso ao crédito É FUNDAMENTAL para o crescimento da economia, como é possível não ter em consideração este rácio de 2 para 7?
Na minha opinião, e baseado de certa forma na minha experiência profissional, vou tentar deixar algumas pistas que nos podem ajudar a tentar perceber porque é que a dívida não é assim tão importante para o crescimento do PIB:
1. Uma parte (que não sei qual) dos empréstimos concedidos são para aquisição de bens que não foram produzidos em Portugal, ou seja, como tivemos que importar, esses valores descontam no PIB. O que possamos ganhar na parcela do Consumo Interno perdemos quase tudo na parcela das importações.
2. Uma parte (que não sei qual) dos empréstimos concedidos são para gestão da tesouraria das empresas. Tendo os prazos de pagamento sido alargados de 30 para 60 dias, depois de 60 para 90, e alguns de 90 para 180, evidenciando um desrespeito geral entre clientes e fornecedores, tais atrasos exigem às empresas fornecedoras o recurso ao crédito para compensar o défice na tesouraria.
3. Com o acesso fácil ao crédito, muitos foram os investimentos que mais cedo ou mais tarde se revelaram ruinosos. A "indústria" imobiliária é talvez o caso mais paradigmático por ter deixado uma ferida tão aberta, mas o setor público é para mim aquele que de forma silenciosa mais danos fez à nossa sociedade. Desde o 25 de Abril que o Estado gera défices, que em anos de grande crescimento económico até se eclipsam, mas em anos de fraco ou nenhum crescimento exigem o recurso a grandes quantidades de nova dívida. Toda a emissão de dívida a curto, médio e longo prazo que serve para pagar contas correntes deficitárias por insuficiência de receitas captadas é um mecanismo que pouco ou nada ajuda no crescimento sustentável do PIB. Pode servir para manter postos de trabalho, reformas, subsídios, comprar a fornecedores e portanto até ajuda na Procura Interna do PIB daquele ano, mas fá-lo roubando riqueza ao futuro, já que a dívida terá que se pagar com energia que iremos (supostamente) gerar no futuro.
4. À medida que o stock da dívida vai crescendo no público e privado, e o PIB vai ficando cada vez mais para trás, os juros que é preciso pagar começam a pesar cada vez mais no próprio PIB.
Se o juro médio for de 4% ao ano para os 735 mil milhões que todos devemos a alguém, significa que temos que libertar anualmente 29 mil milhões de euros. Tal representa 17,7% do nosso PIB.
Esta é a consequência mais nefasta da grande acumulação de dívida, já que não havendo libertação de energia no PIB suficiente para pagar esta barbaridade de dinheiro, temos que nos endividar ainda mais para ir pagando estes juros, criando uma espiral que se auto-perpétua até a coisa rebentar pelo lado do devedor (bancarrota completa) ou pelo lado do credor (falência)
5. Na minha opinião, só uma pequena parte dos empréstimos concedidos (que não sei qual) é que serviu para exportarmos mais, tornarmo-nos mais produtivos, atraindo mais capital e assim fazer crescer vigorosamente o PIB.
6. Se se lembrarem de mais alguma razão não hesitem em comentar
De certa maneira, o tipo de comportamentos que os portugueses adoptaram com a chegada de tanto crédito não terá sido tão diferente como com a chegada dos milhões dos fundos comunitários. No fundo é tudo dinheiro que não nos custou a ganhar, e portanto é muito provável que o canalizemos mais para o que nos dá na real gana do que para investimentos que exigem trabalho e suor no futuro próximo.
Se o dinheiro gasto viesse antes da nossa poupança e não oferecido por alguém, provavelmente gastá-lo-íamos também naquilo que mais nos apetecesse, mas as consequências do erro seriam tão mais evidentes e catastróficas que para muita gente tal anúncio de calamidade serviria de travão para não se abusar mais nas asneiras.
Mas com dinheiro que não nos saiu do pêlo, as asneiras podem ser sempre compensadas com mais endividamento, sempre com a esperança de que as coisas se irão resolver algures num futuro próximo ou distante. Adia-se a correção, a dor e as decisões difíceis.
É preciso é manter a confiança dos credores para que continuem a emprestar sem olharem aos fundamentos e aos princípios básicos da nossa economia.
Tiago Mestre
Mas, caros Vivendi e Muja, não estamos a falar do Capitalismo. Já sabemos que a coisa tende sempre para exageros se não houver controlo.
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Os fundamentos do Capitalismo assentam na venda do tempo. A poupança é a fonte do tempo.
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A poupança não pode ser um designio. É uma cena a ter presente e válida estrictamente para cada um nós. E todas as pessoas tem motivações distintas. Se toda a gente poupasse, não havia inovação e investimento.
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Quando vc poupa, caro Vivendi, parte do seu salário, e o deposita num banco, está a dar a possibilidade de outras pessoas comprarem Tempo.
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Aquilo que vc poupa será investimento de alguém. E o emprestimo não é mais do que acelerar do tempo para financiar um investimento ou consumo.
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É por isso que paga Juros. Juros é a cobrança do tempo quando vc usa o dinheiro que lhe emprestam.
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O capitalismo é a aceleração da natureza das coisas. É um sistema um tanto ao quanto predatório. E agora com a globalização este termo é mesmo o mais apropriado. Mas um sistema útil, se for domesticado.
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É exactamente este o motivo pelo qual as sociedades modernas cresceram exponencialmente. E não me refiro só a aspectos económicos.
Em todos os campos evoluiu-se de forma mais acelerada nos ultimos 100 anos do que em muito seculos anteriores juntos. Na ciencia, na saude, na tecnologia, etc.
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Agora, perguntar-nos-emos, será este crescimento sustentável?
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Não, não é. E não é por um motivo único: os recursos do planeta não aguentam este ritmo.
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Não é por causa do crédito facilitado, pois isso como disse, trouxe vantagens (e desvantagens). Mas não é um problema sem solução. Para haver devedores, também existem aforradores (credores).
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O problema reside, na minha opinião, na forma como estamos a fazer negócios. Assente em ideologias que alimentam o instinto predatório.
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Não podemos parar e deixar as pessoas todas morrer à fome porque temos de voltar aos velhos sistema de subsistencia, como apregoam algumas ideologias. Isso não é praticavel. O que o caro Vivendi propõe é fazer parar o mundo de supeton, e dizer às pessoas olha amanhem-se, corrijam-se, auto-alimentem-se... e já a partir de agora.
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Quer dizer, eu compreendo os seus propósitos e partilho, sinceramente deles, mas a coisa terá de evoluir por outras vias alternativas.
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Mas primeiro tem de se combater as ideologias. São elas que estão a emperrar a coisa. Um espécie de areia na engrenagem.
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Não sei se as coisas poderão mudar. Da maneira como vejo as coisas, a globalização não vêm a ajudar à festa. Juntou-se a globalização ao sistema predatório (capitalismo) e a coisa parece imparável até que aconteça uma desgraça maior.
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Ainda assim, tenho esperança nas pessoas. Acho mesmo começarão a aparecer associações espontaneas de pessoas, não ideológicas, pelo menos no sentido classico, para finalmente poder exigir a quem se vota outros rumos. Tudo começa e acaba nos EUA. Goste-se ou não. E é lá que a mudança se têm de dar.
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E a palavra chave para o futuro é sustentabilidade. O mundo em globalização nunca se vai entender. Enquanto for livre o comercio o sistema extrai recursos, humanos e ambientais, até à exaustão. E muda-se de terra para terra fruto da liberdade permitida.
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O sistema é bem mais controlável se for bilateral. De negociações entre duas partes. Tu vendes-me isto em contrapartida eu vendo-te aquilo.
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Agora, bem, agora, os neomalucos já se convenceram de que a coisa não anda nada bem com a natureza.
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Parece que já acreditam que, afinal, há alterações graves no clima. Na verdade só mesmo um cegueta é que não vê.
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Mas inventaram uma nova teoria e voltaram ao mesmo ridiculo que sempre os caraterizou.
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Agora descobriram que a terra vista de cima está mais verde. Agora dizem que o aquecimento é bom porque fez crescer mais plantas. E se faz crescer plantinhas eles acham que está revolvido o problema. Era afoga-los nos lagos toxicos cheios de plantinhas verdes para aprenderem.
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Era dar-lhe com um pau por aquelas costas abaixo.
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Rb
Ricciardi,
Eu não proponho nada para ninguém.
Cada um é livre de fazer o que queira desde que as escolhas destes não se intrometam direta ou indiretamente na minha vida.
Acho muito bem que os bancos existam e ajudem as pessoas a prosperar desde que seja e só numa base de realidade. Se a coisa eventualmente correr mal não me chamem para cobrir o buraco a menos que seja cliente ou acionista da instituição.
Também não admito que os bancos se apoiem nos bancos centrais para criar dinheiro a partir do nada para promoverem a sua atividade desligados da realidade envolvente ou vamos todos também ter uma impressora em casa para quando apetecer um dinheirinho extra?
Que fique claro que, "Too Big To Fail" é uma forma de não capitalismo, logo esta é uma opção que está ligada ao socialismo pois foi uma decisão governamental não deixar cair os bancos. Os capitalistas autênticos são da opinião que os bancos não deveriam ter sido ajudados.
Na natureza como no homem, todos os comportamentos são e serão sempre imprevisíveis... Não adianta querer regular tudo e todos na esperança que as coisas podem ou poderiam ou ser melhores.
As anormalidades são uma pertença da natureza e do homem.
Por exemplo,vamos refletir no caso BPN.
Não há nada de anormal em ter acontecido uma fraude bancária.
A fraude é um desvio movimentado pela ganância que é também uma aspiração da condição humana.
O que há então de anormal no caso BPN?
- o tipo de gente envolvida,
- o enorme espaço temporal que levou até que o circo caísse,
- muita gente do meio que sabia o que acontecia,
- a inoperância da justiça em punir agora os responsáveis,
- extorquir os portugueses para tapar o buraco,
- não conseguir recuperar pelo menos parte desse dinheiro
- os montantes envolvidos,
Ora todos estes pontos é que vão contra a tradição e valores da comunidade e não a fraude em si. Fraudes sempre houve e haverá e não há lei ou regulação que as vai impedir. Agora a atitude que uma sociedade tem perante a fraude é que importa sim distinguir de forma a acomodá-las.
Cuidado: não acreditem na zazie.
Ela não é quem parece. Aliás, não é ela, é , ele. Isso mesmo.
A zazie é um travesti.
Brevemente surgirão novas revelações!
É exactamente este o motivo pelo qual as sociedades modernas cresceram exponencialmente.
Rb, permita-me, numa à Vivendi, de citar Charles Maurras:
Ne louons pas une flamme davoir suscité les trésors que précisément elle brûle; mais, à léclat quelle répand sur nous, admirons et pleurons le combustible ainsi gaspillé
A estas horas. não dá para além disto. Amanhã há mais!
Isto há cada espèce de connard que cuidado... muito marram com a senhora...
Dói-vos nas ventas o que ela diz, n'est-ce pas?
Ehehe! Quanto mais marram com ela, mais vontade me de saber o que ela pensa!
Será que o muja e a zazie são a mesma e única pessoa?
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