Os velhos podem contribuir, e muito, para ultrapassar as crises sociais e políticas, relativizando os problemas, fornecendo-lhes um contexto histórico e realçando os aspectos fundamentais que têm de ser preservados.
‹‹Podia ser muito pior››, ‹‹Já passamos por situações similares››, ‹‹Vão-se os anéis e fiquem os dedos››, são o tipo de expressões que, ditas por quem sabe e no momento certo, podem evitar precipitações de que todos nos poderíamos vir a arrepender.
Na crise actual, seria de esperar que os tais velhos contribuíssem com a sua experiência para desempenhar esse papel, mas o que vemos é exactamente o oposto. O que vemos é os velhos a radicalizarem o discurso e a desenterrarem fantasmas do apocalipse.
Pensei nisto mesmo quando, há dias, ouvi o Freitas do Amaral falar do perigo de explosão social. O homem tem idade para ser bombeiro, mas prefere atear o fogo. E o mesmo poderia ser dito de tantos outros que são chamados a dar a sua opinião e que a expressam como se fossem adolescentes confrontados com as primeiras dificuldades da vida.
5 comentários:
Sem dúvida, aqueles que deveriam mostrar maior dose de bom senso e ponderação, são precisamente os mais irresponsáveis nas palavras. E reparemos bem quem (de que geração) eles são, que não é de todo irrelevante. Freitas de Amaral, Mário Soares, Cavaco Silva, Manuel Alegre (este ao menos é previsível), Bagão Félix, etc.
Caro Ljubljana,
Exacto, estava a pensar nesses mesmos. Adicione aí o Adriano Moreira.
Bem visto
Há já alguns anos que as instituições, em, Portugal, fazem o papel de verdadeiros piromanos.
Junte-se a essa lista, por exemplo, as declarações de alguns responsáveis pela igreja católica.As posições de juízes de "topo".Etc.
Ou seja, acham que os gerontes devem calar-se.
Quando os senadores falam, usando a sua sageza, a sua capacidade analítica, experiência política e a sua voz em favor de princípios comunitários básicos , não passam de incendiários...
Em última análise, os velhos devem ser amordaçados.
Olha se se aplicasse a norma aqui no blogue...
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