A ADSE comprou ao SNS 449 M€ de serviços (2009), o dobro do que comprou aos privados (219 M€). A partir de 2010 o ministério das finanças passou a transferir esse montante directamente para o SNS, sem passar pela ADSE, o resultado é o mesmo. O financiamento da ADSE desceu no montante equivalente.
25 comentários:
Joaquim,
Podemos obter algum detalhe sobre essa facturação do SNS à ADSE?
É minha forte convicção que só pode estar subvalorizada, imensamente subvalorizada.
PA
E é a subvalorização dessa rubrica que depois produz o menor custo por utente na ADSE do que no SNS.
Em clínicas privadas, eu tenho visto os utentes, na hora de pagar, a puxar pelo cartão da ADSE e a dizerem: "Eu tenho ADSE".
Nunca vi tal coisa num hospital público. Mas pode ser que exista.
PA
Como o Joaquim anda claramente à procura da verdade nesta matéria, sugiro-lhe que investigue bem o que é que essa verba de facturação do SNS à ADSE inclui e, sobretudo, aquilo que ela não inclui.
Estou certo que vai ter surpresa.
Abçs.
PA
Joaquim
Pelo que pude averiguar, penso que essa facturação do SNS à ADSE refere-se apenas a instituições do SNS com os quais a ADSE tem acordos para o fornecimento de serviços específicos.
Não inclui aquele caso (atropelamento no Campo Grande) e todas a gama de cuidados de urgência e de doenças prolongadas que caem todos os dias nos hospitais públicos.
Esses são tratados e contabilizados no SNS, e não, como deviam na ADSE.
Nem pode ser de outro modo.
Se o Joaquim fosse gestor da ADSE aceitaria que o SNS lhe facturasse estes casos (v.g. tratamentos prolongados de quimioterapia?)?
PA
Caro PA,
A ADSE tem acordo com todas as instituições do SNS. É assim que funciona.
Se as contas não estão certas... bom, é outro problema que não abona nada em favor do SNS.
Joaquim,
Não é um problema de as contas estarem certas ou não. É um problema de saber o que é que está incluído (e não incluido)na rubrica referida.
Um beneficiário da ADSE, tal como um beneficiário de um seguro privado de saúde, não perde o seu estatuto de beneficiário do SNS.
PA
Joaquim,
Veja aqui:
https://www.adse.pt/page.aspx?IdCat=344&IdMasterCat=1
É esta promiscuidade entre ADSE e SNS que subvaloriza os custos da ADSE.
PA
Já agora, devo dizer que o SAMS (saúde dos bancários) é um sistema semelhante ao ADSE, mas não é financiado pelo OE. Quando eu anadava por essas lides, os trabalhadores bancários descontavam cerca de 5% do seu salarios. Isso contrasta bem com os 1,5% de descontos dos FP's. Ou não?
.
E, tambem os SMAS, podiam recorrer ao SNS.
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Rb
Eu gostava muito de, nesta questão, poder dar razão ao Joaquim, a saber, que a ADSE é um sistema eficiente e justo.
Mas não é justo. É um privilégio para os funcionários públicos a expensas de todos os outros cidadãos.
PA
PA
ser funcionário público "é um privilégio a expensas de todos os outros cidadãos" por natureza.
E nunca deixará de o ser dada a natureza das coisas. E não se pode querer forçar que o funcionalismo público se equipare aos privados. Isto como conceito geral.
O aspecto da ADSE é um benefício próprio de uma entidade empregadora gigantesca, e que devia ser muito mais pequena. Mas as grandes empresas oferecem seguros de saúde aos empregados. Pode ter benefícios a mais , pode ter que ser cortado, mas mais vale analisar o custo total do FP do que apontar discriminação por ser "igualitário".
Seja como for, conhecer a verdade dos números é importante e se existem custos escondidos devem ser revelados e analisados.
Eu trocava esses privilégios (devidamente racionalizados) por verem o voto suspendido (para o OE) enquanto foram receptores directos do OE.
Além do mais, os "outros cidadãos" (não funcionários públicos) são uma minoria, de cuja maioria são desempregados e "não-inseridos", que recebem os correspondentes subsídios...
Gostarei de ver um Director geral com dores de cabeça a ir para as bichas do SNS.Ou a ministra da agricultura ir parir entre uma preta e uma cigana...
Abaixo a ADSE!
"Mas as grandes empresas oferecem seguros de saúde aos empregados"
Estado não é empresa.
ser funcionário público "é um privilégio a expensas de todos os outros cidadãos" por natureza.
Evidentemente que para quem pensa como o CN, as coisas parecem assim.
Mas repare-se. Considerando um país como uma empresa, uma indústria por exemplo, isto é o mesmo que dizer que os funcionários de todos os departamentos, excepto o de produção, são privilegiados.
Isto é um absurdo. Os outros departamentos são necessários para que a produção se mantenha constante e estável. Se os funcionários de produção tivessem que parar para tratar do contencioso, dos recursos humanos ou da contabilidade (assumindo que o saberiam fazer) a produção era esporádica e imprevisível, com as consequências óbvias.
Os funcionários públicos são essenciais e não existe nenhum privilégio inerente à sua função apenas por ser pública.
Na práctica, e dependendo da política, podem ter privilégios. Que normalmente são relativos logo à partida. Um FP tem o privilégio de ter emprego seguro (menos do que antigamente), um trabalhador independente tem o de trabalhar quando e como quiser. Um trabalhador por conta de outrem não tem a responsabilidade de interferir na vida das outras pessoas como tem um FP. Mas isto é resultado de política e não de condição intrínseca...
Os funcionários públicos afectam toda a gente de um país. Multiplicam (ou dividem, conforme as suas prestações) a capacidade e a rentabilidade da iniciativa privada. Mantém o atrito entre privados controlado (tribunais), mantém a segurança essencial para que haja iniciativa privada. Etc, etc, etc.
Os disfuncionários (públicos ou não), esses sim, é que são privilegiados: têm as mesmas recompensas que os funcionários, mas apenas desfazem, que é muito mais fácil que fazer.
Enfim, isto é no que dá olhar para a sociedade com cifrões em vez de olhos, e máquinas de calcular em vez de cérebros.
PS: uma vez, aquando de uma sessão de aritmética em casa, protestei sobre a aparente inutilidade daquilo, a meu ver, já que existiam máquinas de calcular que faziam aquilo tudo e mais. Perante isto, o meu pai perguntou-me: então e como é que sabes se a máquina te dá o resultado certo?
A rapaziada liberal muitos dos quais estarão devidamente entachados a assessor ou empresa recentemente privatizada mercê do telefonema de quem conta e que são afinal o verdadeiro Estado a que isto chegou é natural que tudo sacrifiquem para ficar com o "seu" que muitas das vezes por ele é definido e que é muito bem escondidinho.
Estes aprendizes de feiticeiro muitas das vezes incompetentes só sabem reorganizar o Estado em seu proveito e o tal chamado "bem comum" é só para fazer de contas.
O Salazar montou a ADSE?Lixe-se a obra do Salazar que era "fassista"...
Mas meus acabem com a ADSE e vão ver que a bandalheira do Estado aumenta exponencialmente.Têm é que acabar com os tachos inúteis, os serviços inúteis, os observatórios, aqueles cursos universitários da treta, enfim o PSD tem uma longa lista que nunca praticou.
ps
Nem tenho ADSE e o que tenho já e a mesma merda...
Podemos obter algum detalhe sobre essa facturação do SNS à ADSE?
É minha forte convicção que só pode estar subvalorizada, imensamente subvalorizada. (Pedro Arroja)
É claro que está. Porque os hospitais do SNS não conhecem (nem têm que conhecer) os custos REAIS e TOTAIS (incluindo tanto consumíveis como, sobretudo, a mão-de-obra) dos serviços que prestam.
Aliás, é como as escolas públicas. Uma escola pública sabe certamente qual o custo do giz e do papel higiénico, mas não sabe qual o custo dos salários dos professores, os quais são diretamente pagos pelo Ministério e não pela escola. Suponho que nos hospitais se passe a mesma coisa - sabem o custo dos anestésicos mas não o salário do anestesista.
Em clínicas privadas, eu tenho visto os utentes, na hora de pagar, a puxar pelo cartão da ADSE e a dizerem: "Eu tenho ADSE".
Nunca vi tal coisa num hospital público. (Pedro Arroja)
Claro que não viu. Eu sou beneficiário da ADSE e já por diversas vezes recorri (ou os meus filhos) aos serviços do SNS. E nunca, evidentemente, apresentei o meu cartão da ADSE - nem ninguém mo pediu. Se eu tenho direito a esses serviços de forma gratuita (fora as taxas moderadoras), por que raio é que haveria de apresentar o cartão? Ou por que raio haveriam de mo pedir?
Caro Luís Lavoura,
Só está subvalorizada para os doentes da ADSE? Não estará tb subvalorizadas para os restantes?
Caro Joaquim
O Luís Lavoura tocou no ponto.
Há serviços que o SNS presta a beneficiários da ADSE (o meu exemplo do atropelamento) e que nunca lhe são facturados. São contabilizados como custos do SNS.
PA
Pelos vistos a desorganização é só para a ADSE.Para a ADM recordo-me da preocupação do Exército em ir logo levantar os doentes ou sinistrados aos hospitais civis.Porque lhes apresentavam a factura.E são todos cidadãos portugueses legítimos...com o tal "direito" ao SNS "universal".Talvez esteja aí o problema...isto de se quererem armar em S.Cristóvãos...
Seguradoras devem 418,3 milhões ao SNS
POST: 22 JANEIRO 2013 IN: DIREITO E SOCIEDADE
A dívida de terceiros ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) passou de 782,4 milhões de euros em 2008 para 1,029 milhões em 2010. A liderar o ranking dos devedores estão as seguradoras, com uma dívida de 418,3 milhões de euros.
O SNS deve ter contratado o PROF Bambo para poder emitir facturas...
"Um beneficiário da ADSE, não perde o seu estatuto de beneficiário do SNS."
Porque é que há-de perder? Não é cidadão portugues?
Não paga impostos?
Os seus impostos não financiam directamente o SNS?
Não paga taxas moderadora?
As suas taxas moderadora não financiam directamente o SNS?
Acho que estes gajos têm é inveja, mais nada.
A Câmara de Lisboa paga anualmente cerca de 2,6 milhões ao SNS por conta da utilização pelos seus funcionários beneficiários da adse dos serviços prestados pelo dito SNS.http://www.dre.pt/pdf1s/2010/06/11701/0000200030.pdf
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