23 janeiro 2013

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A ADSE comprou ao SNS 449 M€ de serviços (2009), o dobro do que comprou aos privados (219 M€). A partir de 2010 o ministério das finanças passou a transferir esse montante directamente para o SNS, sem passar pela ADSE, o resultado é o mesmo. O financiamento da ADSE desceu no montante equivalente.

25 comentários:

Anónimo disse...

Joaquim,
Podemos obter algum detalhe sobre essa facturação do SNS à ADSE?
É minha forte convicção que só pode estar subvalorizada, imensamente subvalorizada.
PA

Anónimo disse...

E é a subvalorização dessa rubrica que depois produz o menor custo por utente na ADSE do que no SNS.

Em clínicas privadas, eu tenho visto os utentes, na hora de pagar, a puxar pelo cartão da ADSE e a dizerem: "Eu tenho ADSE".
Nunca vi tal coisa num hospital público. Mas pode ser que exista.
PA

Anónimo disse...

Como o Joaquim anda claramente à procura da verdade nesta matéria, sugiro-lhe que investigue bem o que é que essa verba de facturação do SNS à ADSE inclui e, sobretudo, aquilo que ela não inclui.
Estou certo que vai ter surpresa.
Abçs.
PA

Anónimo disse...

Joaquim
Pelo que pude averiguar, penso que essa facturação do SNS à ADSE refere-se apenas a instituições do SNS com os quais a ADSE tem acordos para o fornecimento de serviços específicos.

Não inclui aquele caso (atropelamento no Campo Grande) e todas a gama de cuidados de urgência e de doenças prolongadas que caem todos os dias nos hospitais públicos.
Esses são tratados e contabilizados no SNS, e não, como deviam na ADSE.

Nem pode ser de outro modo.

Se o Joaquim fosse gestor da ADSE aceitaria que o SNS lhe facturasse estes casos (v.g. tratamentos prolongados de quimioterapia?)?

PA

Anónimo disse...

Caro PA,
A ADSE tem acordo com todas as instituições do SNS. É assim que funciona.
Se as contas não estão certas... bom, é outro problema que não abona nada em favor do SNS.

Anónimo disse...

Joaquim,
Não é um problema de as contas estarem certas ou não. É um problema de saber o que é que está incluído (e não incluido)na rubrica referida.
Um beneficiário da ADSE, tal como um beneficiário de um seguro privado de saúde, não perde o seu estatuto de beneficiário do SNS.
PA

Anónimo disse...

Joaquim,
Veja aqui:
https://www.adse.pt/page.aspx?IdCat=344&IdMasterCat=1

É esta promiscuidade entre ADSE e SNS que subvaloriza os custos da ADSE.
PA

Ricciardi disse...

Já agora, devo dizer que o SAMS (saúde dos bancários) é um sistema semelhante ao ADSE, mas não é financiado pelo OE. Quando eu anadava por essas lides, os trabalhadores bancários descontavam cerca de 5% do seu salarios. Isso contrasta bem com os 1,5% de descontos dos FP's. Ou não?
.
E, tambem os SMAS, podiam recorrer ao SNS.
.
Rb

Anónimo disse...

Eu gostava muito de, nesta questão, poder dar razão ao Joaquim, a saber, que a ADSE é um sistema eficiente e justo.
Mas não é justo. É um privilégio para os funcionários públicos a expensas de todos os outros cidadãos.
PA

CN disse...

PA

ser funcionário público "é um privilégio a expensas de todos os outros cidadãos" por natureza.

E nunca deixará de o ser dada a natureza das coisas. E não se pode querer forçar que o funcionalismo público se equipare aos privados. Isto como conceito geral.

O aspecto da ADSE é um benefício próprio de uma entidade empregadora gigantesca, e que devia ser muito mais pequena. Mas as grandes empresas oferecem seguros de saúde aos empregados. Pode ter benefícios a mais , pode ter que ser cortado, mas mais vale analisar o custo total do FP do que apontar discriminação por ser "igualitário".

Seja como for, conhecer a verdade dos números é importante e se existem custos escondidos devem ser revelados e analisados.

Eu trocava esses privilégios (devidamente racionalizados) por verem o voto suspendido (para o OE) enquanto foram receptores directos do OE.

muja disse...

Além do mais, os "outros cidadãos" (não funcionários públicos) são uma minoria, de cuja maioria são desempregados e "não-inseridos", que recebem os correspondentes subsídios...

lusitânea disse...

Gostarei de ver um Director geral com dores de cabeça a ir para as bichas do SNS.Ou a ministra da agricultura ir parir entre uma preta e uma cigana...
Abaixo a ADSE!

Cfe disse...

"Mas as grandes empresas oferecem seguros de saúde aos empregados"

Estado não é empresa.

muja disse...

ser funcionário público "é um privilégio a expensas de todos os outros cidadãos" por natureza.

Evidentemente que para quem pensa como o CN, as coisas parecem assim.

Mas repare-se. Considerando um país como uma empresa, uma indústria por exemplo, isto é o mesmo que dizer que os funcionários de todos os departamentos, excepto o de produção, são privilegiados.
Isto é um absurdo. Os outros departamentos são necessários para que a produção se mantenha constante e estável. Se os funcionários de produção tivessem que parar para tratar do contencioso, dos recursos humanos ou da contabilidade (assumindo que o saberiam fazer) a produção era esporádica e imprevisível, com as consequências óbvias.

Os funcionários públicos são essenciais e não existe nenhum privilégio inerente à sua função apenas por ser pública.
Na práctica, e dependendo da política, podem ter privilégios. Que normalmente são relativos logo à partida. Um FP tem o privilégio de ter emprego seguro (menos do que antigamente), um trabalhador independente tem o de trabalhar quando e como quiser. Um trabalhador por conta de outrem não tem a responsabilidade de interferir na vida das outras pessoas como tem um FP. Mas isto é resultado de política e não de condição intrínseca...

Os funcionários públicos afectam toda a gente de um país. Multiplicam (ou dividem, conforme as suas prestações) a capacidade e a rentabilidade da iniciativa privada. Mantém o atrito entre privados controlado (tribunais), mantém a segurança essencial para que haja iniciativa privada. Etc, etc, etc.
Os disfuncionários (públicos ou não), esses sim, é que são privilegiados: têm as mesmas recompensas que os funcionários, mas apenas desfazem, que é muito mais fácil que fazer.

Enfim, isto é no que dá olhar para a sociedade com cifrões em vez de olhos, e máquinas de calcular em vez de cérebros.

PS: uma vez, aquando de uma sessão de aritmética em casa, protestei sobre a aparente inutilidade daquilo, a meu ver, já que existiam máquinas de calcular que faziam aquilo tudo e mais. Perante isto, o meu pai perguntou-me: então e como é que sabes se a máquina te dá o resultado certo?

lusitânea disse...

A rapaziada liberal muitos dos quais estarão devidamente entachados a assessor ou empresa recentemente privatizada mercê do telefonema de quem conta e que são afinal o verdadeiro Estado a que isto chegou é natural que tudo sacrifiquem para ficar com o "seu" que muitas das vezes por ele é definido e que é muito bem escondidinho.
Estes aprendizes de feiticeiro muitas das vezes incompetentes só sabem reorganizar o Estado em seu proveito e o tal chamado "bem comum" é só para fazer de contas.
O Salazar montou a ADSE?Lixe-se a obra do Salazar que era "fassista"...
Mas meus acabem com a ADSE e vão ver que a bandalheira do Estado aumenta exponencialmente.Têm é que acabar com os tachos inúteis, os serviços inúteis, os observatórios, aqueles cursos universitários da treta, enfim o PSD tem uma longa lista que nunca praticou.

ps

Nem tenho ADSE e o que tenho já e a mesma merda...

Luís Lavoura disse...

Podemos obter algum detalhe sobre essa facturação do SNS à ADSE?
É minha forte convicção que só pode estar subvalorizada, imensamente subvalorizada.
(Pedro Arroja)

É claro que está. Porque os hospitais do SNS não conhecem (nem têm que conhecer) os custos REAIS e TOTAIS (incluindo tanto consumíveis como, sobretudo, a mão-de-obra) dos serviços que prestam.

Aliás, é como as escolas públicas. Uma escola pública sabe certamente qual o custo do giz e do papel higiénico, mas não sabe qual o custo dos salários dos professores, os quais são diretamente pagos pelo Ministério e não pela escola. Suponho que nos hospitais se passe a mesma coisa - sabem o custo dos anestésicos mas não o salário do anestesista.

Luís Lavoura disse...

Em clínicas privadas, eu tenho visto os utentes, na hora de pagar, a puxar pelo cartão da ADSE e a dizerem: "Eu tenho ADSE".
Nunca vi tal coisa num hospital público.
(Pedro Arroja)

Claro que não viu. Eu sou beneficiário da ADSE e já por diversas vezes recorri (ou os meus filhos) aos serviços do SNS. E nunca, evidentemente, apresentei o meu cartão da ADSE - nem ninguém mo pediu. Se eu tenho direito a esses serviços de forma gratuita (fora as taxas moderadoras), por que raio é que haveria de apresentar o cartão? Ou por que raio haveriam de mo pedir?

Anónimo disse...

Caro Luís Lavoura,
Só está subvalorizada para os doentes da ADSE? Não estará tb subvalorizadas para os restantes?

Anónimo disse...

Caro Joaquim

O Luís Lavoura tocou no ponto.
Há serviços que o SNS presta a beneficiários da ADSE (o meu exemplo do atropelamento) e que nunca lhe são facturados. São contabilizados como custos do SNS.
PA

lusitânea disse...

Pelos vistos a desorganização é só para a ADSE.Para a ADM recordo-me da preocupação do Exército em ir logo levantar os doentes ou sinistrados aos hospitais civis.Porque lhes apresentavam a factura.E são todos cidadãos portugueses legítimos...com o tal "direito" ao SNS "universal".Talvez esteja aí o problema...isto de se quererem armar em S.Cristóvãos...

lusitânea disse...

Seguradoras devem 418,3 milhões ao SNS
POST: 22 JANEIRO 2013 IN: DIREITO E SOCIEDADE
A dívida de terceiros ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) passou de 782,4 milhões de euros em 2008 para 1,029 milhões em 2010. A liderar o ranking dos devedores estão as seguradoras, com uma dívida de 418,3 milhões de euros.

lusitânea disse...

O SNS deve ter contratado o PROF Bambo para poder emitir facturas...

BLUESMILE disse...

"Um beneficiário da ADSE, não perde o seu estatuto de beneficiário do SNS."

Porque é que há-de perder? Não é cidadão portugues?
Não paga impostos?
Os seus impostos não financiam directamente o SNS?
Não paga taxas moderadora?
As suas taxas moderadora não financiam directamente o SNS?

BLUESMILE disse...

Acho que estes gajos têm é inveja, mais nada.

Kruzes Kanhoto disse...

A Câmara de Lisboa paga anualmente cerca de 2,6 milhões ao SNS por conta da utilização pelos seus funcionários beneficiários da adse dos serviços prestados pelo dito SNS.http://www.dre.pt/pdf1s/2010/06/11701/0000200030.pdf