25 dezembro 2012

uma mensagem de esperança

As afirmações do Bispo emérito de Setúbal, D. Manuel Martins, fazem-me lembrar, com todo o devido respeito, o affair Artur Baptista Silva. Por mais disparates que o clérigo diga, os órgãos de comunicação social estão sempre dispostos a dar-lhe toda a cobertura.
Hoje, no JN, D. Manuel Martins começa por afirmar que "o governo não está à altura do momento" — muito bem, até é capaz de ser verdade, mas não é coisa que fique bem ao prelado afirmar, devido à separação entre a Igreja e o Estado. Depois vem a calinada monumental: "dar uma mensagem de esperança é alienar as pessoas".
— Sr. Bispo, se a Igreja não der uma mensagem de esperança, permita-me que lhe pergunte, então para que serve?

1 comentário:

Anónimo disse...

Bem, olhe, a mensagem de esperança da Igreja não é a de que se não formos virtuosos vamos na mesma para o céu.
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Como é que se pode dar esperança a um pescador se lhe abduzimos a cana de pesca?
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Olhem, meus amigos, vcs têm 20% de gajos abaixo do limiar da pobreza, estão com enormes dificuldades em pagar os vossos créditos e as vossas contas; prevemos que para o ano ainda seja pior; estimamos que o desemprego vá subir ainda mais... but hei, tenham esperança.
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Ora bem, apregoar esperança não pode ser um exercício de retórica aonde as palavras valem por si mesmas. Isso fazem os hipócritas. Apregoar Esperança tem de ser consubstanciado em alguma coisa. Uma coisa, um projecto, que as pessoas apreendam e compreendam.
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Rb