22 novembro 2012

Troika orçamento e Saúde



Uma sociedade desenvolvida e moderna considera a saúde dos cidadãos e a sua defesa como um imperativo indiscutível da sua política social.

Mas uma sociedade desenvolvida e moderna considera, também, imperativo da sua politica o combate ao desemprego, o equilíbrio das suas finanças, o aumento da sua competitividade internacional, o aumento sustentado do seu PIB e da sua riqueza.

Com conciliar estes vários imperativos?

Como é possível em tempo de crise, de recessão económica e catástrofe financeira, dotar a Saúde do financiamento necessário à sustentação das suas despesas crescentes e ao desenvolvimento e modernização constante das serviços?

Acompanho a evolução do nosso Serviço Nacional de Saúde (SNS) desde que foi consagrado na nossa Constituição e sei bem, como testemunha privilegiada, como médico, gestor hospitalar e ex- responsável da governação do sector, o enorme salto que Portugal deu no combate à doença e defesa da saúde.

De um país com índices sanitários de terceiro mundo em 1974, Portugal ocupa agora um lugar indiscutível no pelotão da frente dos países mais desenvolvidos do mundo: nos índices sanitários, na modernidade dos equipamentos,  na qualidade dos seus hospitais, na quantidade e acessibilidade da sua malha de Centros de Saúde e no profissionalismo e responsabilidade dos seus profissionais.

Para chegarmos em trinta anos a estes resultados os orçamentos postos à disposição da Saúde têm vindo a merecer crescimentos espectaculares ao longo dos anos com a aceitação das forças políticas, porque todas têm consciência dos resultados excelentes dos serviços de saúde e da moderação do seu custo quando  comparamos os nossos orçamentos com os dos parceiros da União Europeia.

Mas, e agora, em plena crise, com o País e o Mundo a exigirem que as finanças sejam controladas e os défices sustidos em plena crise económica, como é possível dotar a Saúde de um Orçamento suficiente?

Como vai o Governo a quem a Troika acaba de recusar umas centenas de milhões de euros explicar aos credores, já em catástrofe, que afinal não lhes pode pagar as dividas vencidas?

Mas a Troika dos contabilistas é que manda, a política para nada serve, e os PIGS. reféns do “deve e haver” sagrado, que apertem o cinto e vejam os seus cidadãos cada vez mais pobres e menos protegidos!

Cada vez tenho mais respeito e admiração pelo Dr Paulo Macedo, obrigado a fazer o milagre da multiplicação dos pães!

4 comentários:

muja disse...

Pois pois, dê-lhe mais cinco ou dez anos e vai ver onde é que estão os índices sanitários...

BLUESMILE disse...

Sinceramente, acho que a sorte dos portugueses é terem o actual Ministro da Saúde, uma honrosa excepção neste governo de incompetentes e jovens arrivistas.

zedeportugal disse...

Cada vez tenho mais respeito e admiração pelo Dr Paulo Macedo, obrigado a fazer o milagre da multiplicação dos pães!
Este Paulo Macedo?
http://tretas.org/PauloMacedo
O cobrador de impostos? Multiplicação dos pães?
Homessa!
O que virá a seguir? Uma proposta de canonização da Manuela?

Unknown disse...

O dr Paulo Mendo consegue relacionar a melhoria na taxa de mortalidade com o aparecimento do SNS?