22 novembro 2012

a régua e esquadro

Um grupo de pessoas bem intencionadas, em Lisboa, planeia, a régua e esquadro, a oferta de serviços no SNS. Aqui não há "mete Estado, tira Estado", aqui é tudo do lado do Estado e o que há é "mete Centro de Saúde, tira Hospital".
Os economistas da saúde (consegui escrever isto sem me rir) fazem contas e mais contas e prometem poupanças assinaláveis, se forem implementadas certas mudanças. Mas esquecem que os resultados dependem de comportamentos individuais que nem eles nem o Ministério da Saúde controlam.
A deslocalização de especialistas para os Centros de Saúde pode aumentar, de forma significativa, o direccionamento de doentes para tratamentos hospitalares diferenciados. Na cardiologia, por exemplo, eu não estranharia que a poupança nas consultas fosse anulada e até ultrapassada (em muito...) por despesa adicional em pacemakers, angioplastias e cirurgia cardíaca.
Em vez de centralizar e planear tanto, o Ministério da Saúde necessita de mudar o modelo de gestão. Necessita de descentralizar, autonomizar e responsabilizar. A régua e o esquadro, na gestão, foram enterradas quando caiu a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.

3 comentários:

Anónimo disse...

Enquanto a mentalidade soviética não for varrida da cabeça dos portugueses nada feito.

CCz disse...

E já assistiu à competição entre hospitais de concelhos vizinhos pelos mesmos doentes? Duplicação de equipamentos caros e subutilizados? Who cares!

Anónimo disse...

Mas quando escreve "mercado" ri-se e não é pouco, ou não Joaquim? Confesse lá ao povo!... -- JRF