22 novembro 2012

2 perspectivas

Não é possível poupar "especializando" os cuidados de saúde primários, isto é: transferindo especialistas dos Hospitais para os Centros de Saúde. Pelo contrário, eu penso que esta mudança fará disparar os custos.
Isto porque os cuidados de saúde primários estão focados nas pessoas, enquanto os cuidados especializados estão focados nas tecnologias. O médico de família é (ou devia ser) um humanista, e um conselheiro da família, enquanto o especialista é apenas "um engenheiro".
Se me permitem um exemplo um pouco grosseiro — um médico de família olha para o carrinho da foto (um BMW Mille Miglia de 1939) e pensa: bem estimado ainda vai durar mais uns anitos. Um especialista pensa, com uns pneus novos (próteses da anca), ópticas novas (operação às cataratas) e motor revisto (angioplastia das coronárias), o seu carrinho vai ficar aí como um Bugatti. São 2 perspectivas completamente diferentes.

3 comentários:

Anónimo disse...

Conclusão: o médico de familia olha para o paciente, receita exercício e bons ares da serra e tá a andar, que se faz tarde e há mais gente para atender.

Anónimo disse...

O Joaquim Couto tem um muito peculiar conceito de serviço de "mecânica". Como é que é o seu "mecânico de familia"? Deve ser baratinho ;)

Unknown disse...

Acho que está a chegar ao cerne da questão... Um médico é adepto da tecnologia , seja ele de "família" ( que são os que mais MCDT's requisitam) ou outro qualquer... humm... ainda o vou ver aqui a defender o exclusivo dos cuidados de saúde primários para os enfermeiros e a advogar a extinção de MGF... :) Às tantas era o mais correcto não acha?