24 novembro 2012

a Igreja e o Estado social

Achei muito interessante este título, de hoje, do JN:
Igreja cerra fileiras em defesa do Estado social
Claro que a doutrina católica, salvo melhor opinião, está nos antípodas do pensamento por trás do Estado social, mas enfim...
Os problemas sociais não seriam melhor resolvidos pela caridade? Isto é, pelo amor ao próximo.

22 comentários:

zazie disse...

Alguém impede?

zazie disse...

Já não há pachorra para esta lógica monga:

Existe Igreja Católica e centenas de militantes católicos que podem livremente fazer toda a caridade que quiserem.

Até podem, por caridade, sustentar políticos a pão-de-ló, se tal lhes der na mona.

Apesar dessa liberdade toda e dessa intenção em potência, da caridade- o que fazem não chega.

Não chega a nada.

Então, como é que outros caridosos em potência vêm dizer que o problema é o Estado ter-se metido a fazer o trabalho que potencialmente todos eles podiam fazer e assim já não podem?

hãã sô Birgolino. Não é v. que diz que as mulheres é que raciocinam assim, com os pés.

zazie disse...

Ah, já para não falar da caridade laica ou da caridade à solta de infinitas igrejas e partidos e sei lá mais o quê.

Se há coisa que não falta em Portugal, são boas intenções.

Infelizmente só uns tantos arriscam levá-las à prática e furarem o bloqueio estatal.

zazie disse...

Mas, como vs. dizem que o Estado Social ainda desbarata caridade com os nossos impostos, acrescido dessa caridade privada que só não faz mais por força da concorrência, o que podíamos era exportar caridade a rodos até para os espanhóis.

Temos excendente- já nem se sabe onde se aplicar mais caridade estatal a competir com a religiosa e vice-versa.

Anónimo disse...

Como é que se resolve um problema cardiaco pela caridade joachim?

As pessoas devem ser caridosas, mas não podemos deixar a vida das pessoas nas mãos da caridade senão na medida do complemento.
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Estado social não é apenas saúde; é também segurança na velhice. pensoes e Reformas dignas. Aquelas que se preparam para cortar a eito. Nem sabem no que se vão meter, mas enfim.
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Como é que a caridade resolve a falta de dinheiro que se vai assitir a nao sei quantos milhoes de velhos?
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A caridade resolve, eventualmente, os casos limite da dignidade humana. Os velhos mendigos doentes sem xeta com a sopa dos pobres.
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Rb

Anónimo disse...

Este filme deixa-me enojado. Está a passar pela frente dos meus olhos o movimento dos dinheiros; de onde ele está a vir e para onde está a ir. De está a ser tirado e aonde está a ser colocado.E não me agrada nada o que vejo.
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Rb

zazie disse...

Olha, a mim também não.

Nesse aspecto, acredita que pensamos igual.

Anónimo disse...

A caridade....la esta isto e so liricos, e depois dizem que os comuncas e que sao utopicos. Entao o o capitalismo e que e bom porque faz render a ganancia e depois falam em caridade..dass

Muda o guardanapo e manda la mais uma malga de verde pa.

Elaites

muja disse...

Pois eu o que sei é isto: nos antípodas ou por antipodar, quem vale àquela gente que anda por aí aos caídos, a dormir na rua, sem ter eira nem beira, é a Igreja. Não é o Vaticano, mas é a Igreja. Que andam por aí às tantas da madrugada a dar de comer, e de ouvir, a essa gente a quem o tal "estado social" devia valer, diz que vale, promete que há-de valer, mas essa gente por aí continua.

E não é cá "crise" nenhuma. Porque bem antes da "crise", já essa gente estava em crise. E ninguém queria saber deles para nada. Ninguém dava três tostões furados para isso. Agora que são capital político, tudo conhece pobres e "meninos" e não sei quê... pois. Agora tudo apregoa "Ah e tal, estes gatunos, estes ladrões, atiram com as pessoas para a miséria". Bandeiras pelo ar, Aqui d'El-Rei pelos pobrezinhos.

Pois bem, a Igreja sempre fez o trabalho que continua a fazer. Bem antes de 2008 já eles avisavam que a coisa estava preta. Que as pessoas em necessidade de auxílio estavam a aumentar muito. Mas como passava entre as últimas do grande irmão e as primeiras da selecção, ninguém ligava pêva.

Se a doutrina da Igreja está nos antípodas do estado social não sei. Mas a práctica está. A Igreja faz, ajuda, vale. Não se gaba nem apregoa. Continua fazendo, simplesmente. Haja muito ou haja pouco.

Anónimo disse...

"Não é o Vaticano, mas é a Igreja. Que andam por aí às tantas da madrugada a dar de comer, e de ouvir, a essa gente a quem o tal "estado social" devia valer, diz que vale, promete que há-de valer, mas essa gente por aí continua. "

A igreja? somente muja? tb me parece que haja uns quantos seculares por ai...anyway caridade nao resolve problemas de fundo a nao ser que tenhamos uma visao 1 shade de grey como o PA assim ao estilo:

"A probreza e um nao problema proque a tradicao e o vizinho do lado dar de comer ao teus filhos se precisarem"

Elaites

muja disse...

Evidente, caro Elaites.

Uma coisa não é exclusiva da outra. Aliás, antes pelo contrário. O que eu digo não é que sejam só padres que por aí andam. É claro que são os fiés quem faz quase todo o trabalho, mas os fiés - sobretudo os fiés - são também Igreja, e o que fazem, fazem-no nesse contexto.

Também há muitas outras organizações que fazem trabalho semelhante e não menos importante. Que raio, isto é óbvio, não necessita de ser apontado!

Mas não há muitas - arriscaria dizer: nenhuma - organização que conheçam a realidade como a Igreja a conhece, nem que tenha mantido, ao longo de tanto tempo, a mesma acção. Para mais, essas outras organizações não são o "estado social". Que era o meu termo de comparação.

V. não ouve dizer que a doutrina do Banco Alimentar, ou da Cruz Vermelha, é contra o "estado social", e no entanto somos periodicamente brindados com essa mesma linha de opinião em relação à Igreja.

Olhe, se a miséria é um poço, o "estado social" está cá em cima, mais ou menos à borda, com grande alarido. A Igreja está lá em baixo, no fundo, onde poucos estão, a deitar a mão a quem lá vai parar.

Anónimo disse...

"Também há muitas outras organizações que fazem trabalho semelhante e não menos importante. Que raio, isto é óbvio, não necessita de ser apontado!

Mas não há muitas - arriscaria dizer: nenhuma - organização que conheçam a realidade como a Igreja a conhece"

Entao ha muitas que fazem...mas nao ha muitas ou nehumna que conhecem...humm Aristoteles ajuda-me

Elaites

muja disse...

Epá, não seja obtuso.

O banco alimentar conhece no contexto de quem passa fome, por exemplo. A Igreja conhece em vários contextos porque não se limita apenas a um. Porque os seus fiéis vêm de todos os lados e todos as partes da sociedade. Aliás, a acção social da Igreja nem tem âmbito específico algum. Tanto está na quermesse dos escuteiros, como a distribuir comida e cobertores a pessoas sem abrigo, como tem gente a tratar de velhotes abandonados em casa, como dá apoio aos peregrinos a Fátima, etc.

Faço-me compreender, ou não?

muja disse...

Se calhar o banco alimentar, no seu contexto específico, faz mais e melhor que a Igreja. Nem outra coisa seria de esperar.

Mas não é isso que está em causa. O que está em causa é que a Igreja é atacada, neste caso com o argumento de que se opõe ao "estado social", quando na verdade, acode a pessoas que o "estado social" nem sabe que existem.

muja disse...

Ou pior, sabe, mas por motivos vários, não lhe interessam...

Anónimo disse...

mas quem e que ataca a igreja por isso amigo? ninguem. A igreja e atacada por permitir a violacao de putos e coisas que tal. mas isso e outra conversa.

Todos sabemos o papel da igreja, alias por isso benificia de perdoes ficais e coiso.

O meu comentario apenas se referia ao facto da igreja ter o monopolio da caridade, o que duvido e muito

Elaites

Anónimo disse...

Eu disse permitir, peco desculpa aos mais politicamente correctos.. quando disse permitir referia a situacoes em que pessoeas cometem pecados e depois se arrependem e depois sao tao validas como eu e voce.

Ealites

muja disse...

São válidas aos olhos de Deus, meu caro...

Não tem monopólio nenhum. Mas a Igreja impede alguém de fazer caridade? Home essa! Agora que conhece como ninguém quem dela precisa e onde está, sim.

Ricciardi disse...

Pois, a Igreja. Pessoalmente via com bons olhos a Igreja poder substituir-se ao estado em algumas áreas sociais. Por exemplo, na educaçao e, talvez, na saúde. Mas na educacao tem provas dadas de boa capacidade e, sobretudo, sabemos que como nao tem fins lucrativos, mas pugna por obter rentabilidade, pode aplicar os excedentes para fins puramente sociais, caritativos etc e nao para remunerar accionistas.
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Eu nao tenho rigorosamente NADA contra o lucro. Pelo contrario, mas nestas areas sensiveis, educacao e saude, prefiro quem aplique os lucros em prole da remuneracao da sociedade em forma de servicos sociais.
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Vamos ver, o objectivo da Igreja quando explora creches ou escolas ou universidades é que esses negocios sejam rentaveis. Que deem lucros. E perseguem o lucro da mesma forma que as empresa o fazem. No entanto a aplicacao desses lucros tem fins completamente distintos.
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Rb

BLUESMILE disse...

"Mas na educacao tem provas dadas de boa capacidade e, sobretudo, sabemos que como nao tem fins lucrativos"...

ahahahahhahah

Anónimo disse...

Que idiota... -- JRF

Ricciardi disse...

«ahahahahhahah»

ahahahahahah